No limite do Desejo - Série Mitchell | Livro 02

Capítulo 25

EMMA

Bati a porta do apartamento com força depois de entrar, ódio resumia tudo que estava dentro de mim e a única maneira que achei de extravasar foi gritando e xingando aquela piranha de todos os nomes que consegui lembrar na hora, toda minha classe foi para o espaço e eu só consegui pensar no quanto aquela mulher era fútil e parecia não saber o quão ridícula estava sendo agindo daquela maneira, será que ela não percebia.

Quando em fim senti-me mais calma, enchi um copo de água e me sentei encolhida no sofá enquanto olhava pela janela as pessoas passarem lá embaixo começando seu dia, e eu não podia esperar para que o meu acabasse o mais rápido possível, respirei fundo tentando focar minha mente em algo que realmente valesse a pena. Eu teria que ir para o hospital em uma hora mas o que eu queria na verdade era ficar na minha casa, na minha pequena e protegida bolha.

Ouvi-la falar daquele jeito me machucou mas também me mostrou que eu não posso julga-lo por mais que aquela mulher seja a pior espécie de cobra que existe, fiquei seis anos fora, eu não esperava que ele se privasse de sexo até minha volta, ele é homem, ele é rico e bonito, ele é o Josh, nem se ele fizesse um juramento de sangue conseguiria ficar longe de rabo de saia principalmente por mim, se é que ele pensou em mim durante esses anos.

Pisco algumas vezes acordando do meu pequeno momento na Lua quando ouço o celular tocando ao meu lado no sofá, suspiro o pegando mas prendo a respiração quando vejo o nome de Josh piscando na tela acompanhado de uma foto dele sorrindo. Eu não queria brigar com ele, e nesse momento se batermos de frente é exatamente isso que acontecerá, pensando nisso acabo deixando cair na caixa postal, ele até tenta mais três vezes seguidas mas desiste quando se dá por convencido.

Minutos se passaram e eu fiquei encarando o aparelho esperando que ele insistisse, mas eu sabia que se isso acontecesse eu teria uma recaída e ele precisa entender que não sou a Emma de seis anos atrás, que irá suportar receber promessas e depois descobrir que não fui a única que as ouviu.

Respirei fundo, levantei-me e levei o copo de volta para a cozinha, quando volto para a sala ouço de novo o celular tocando, revirei os olhos me aproximando do aparelho somente para descobrir que não era o nome de Josh que brilhava e sim de um número que não estava na minha lista de contatos.

Meu coração perdeu uma batida só em imaginar que possa ser a mulher que anda me ameaçando, penso por longos minutos se devo atender ou não. Mas depois de batucar muito decidi que não poderia ficar mais no escuro, é a primeira vez que ela tentaria contato direto e não seria eu a vacilar.

Pesco o celular de cima do sofá, e com um suspiro levo ao ouvido.

— Alô — digo com a voz receosa, nada como eu queria transparecer.

Houve um minuto de silêncio então quando a voz soou pelo meu ouvido, tive um pequeno momento de alívio acompanhado de desapontamento.

—"Logo que eu pousar em Nova York te ligarei e assim será todos os dias, prometo", foi o que ela disse, nunca achei que seria esquecido por uma mulher, principalmente pela minha irmã — fechei os olhos e me permiti sorrir abertamente ao ouvir a voz tão conhecida e que me transmitia todo tipo de segurança.

— Jonathan — digo como se fosse o que eu precisava naquele momento e por um lado era, Jhonny tinha o talento de tirar minhas dores como ninguém, nem sei o que seria de mim na Alemanha se não fosse por ele, certamente ficaria no quarto me afogando no pote de sorvete lembrando-me do amor que deixei para trás.

— Olha, ela lembra meu nome — ele diz ironicamente e eu rio — Cansei de esperar suas ligações e eu mesmo resolvi tomar a atitude, se dependesse de você só conversaríamos quando eu me casasse.