Aidan acendeu mais um cigarro, era o terceiro em menos de uma hora. Estava perdido em seus pensamentos, querendo entender o que passava em sua vida, se era assim que podia chamar. Sabia apenas que precisava encontrar um profissional que o ajudasse a entender a sua existência, algo que lhe mostrasse o porquê de estar vivo; ou simplesmente encontrar o responsável de sua desgraça.
Sua vida havia mudado drasticamente e não sossegaria enquanto não fizesse o que tinha que ser feito. O ar gelado da noite lhe fazia bem, olhou para o céu e não viu uma única estrela, tudo estava preto, assim como seu coração. Isso trousse algumas lembranças de um tempo não muito distante, que ainda o assombravam a noite, lembranças das quais o tornou o que ele precisava ser. Reprimiu para longe tais pensamentos, e aos poucos soltou a fumaça pelas narinas e relaxando os ombros, se ao menos encontrasse o que estava procurando.
Seu celular tocou, atendeu ainda com o cigarro na boca.
- Aidan temos que nos encontrar, é importante - disse a voz do outro lado da linha.
-Certo Isobel, nos encontramos no lugar de sempre. - Desligou sem qualquer intenção de despedida; esperava que realmente fosse importante, pois a conhecia muito bem e poderia ser mais um de seus caprichos.
Montou em sua moto e seguiu para seu destino, não demorou muito para chegar na velha casa de madeira que caia aos pedaços, desligou o motor e desceu da Ducati. Sabia que Isobel era tão cuidadosa quanto ele. Não havia uma única luz, nem sinal de que ela já havia chegado, com passos largos deu a volta na casa e permaneceu por alguns minutos, sem fazer barulho abriu a porta e entrou.
-Cuidadoso como sempre, você não muda Aidan. - Isobel se aproximou entrelaçando os braços no pescoço dele. - É bom vê-lo outra vez. - e o beijou ferozmente.
Por mais bonita que ela fosse, ele não estava interessado. Retirou os braços de seu pescoço e deu um passo para trás.
-Para que me chamou aqui?
-Quanta grosseira! - ela fez biquinho. -Você sabe o que eu quero, assim como você também; não precisa esconder. - Passou as unhas pintadas de vermelho da boca até a barriga definida sob a camisa preta apertada. - Olha só para você Aidan, há quanto tempo não se alimenta direito? Há quanto tempo não dorme?
-Pensei que havia enterrado minha mãe a algum tempo - ele riu desdenhoso, seu olhar sombrio se fixou em Isobel. - Não é da sua conta. Se me chamou aqui para isso; perdeu seu tempo e eu o meu. - Caminhou ate a janela e olhou a imensa escuridão do lado de fora, era assim que se sentia.
-Uma pena mesmo docinho, poderíamos nos divertir e muito - preparou-se para falar serio. -Não foi para isso que o chamei aqui. O conselho achou quer que você vá para Alpirium.
-Fazer o que? - Perguntou sem olhar para ela.
- Jason esta morto, achamos que ele foi assassinado, não me deram muitas informações, só que era por tempo indeterminado, e que você teria que fazer o que lhe mandassem.
-Jason. - repetiu. - não tem nada naquele lugar, como foi morto? E o que farei naquele fim de mundo. - Arqueou uma sobrancelha. -O que você não esta me contando? - Andou de um lado para o outro, com tamanha raiva crescendo em seu interior. Sentou na cadeira mais próxima respirando fundo.
-Como disse não tenho tantas informações. Só o que eu sei; é que você vai encontrar com uma pessoa e vocês terão que investigar.
- E porque não mandaram outro? Como se eu precisasse de mais essa dor de cabeça.-Bom isso eu já não sei. Talvez isso mude esse seu humor. - Se dirigiu até a porta colocou a jaqueta de couro vermelho que acentuava a pele negra. - Espero que nosso acordo continue Aidan, ficaria muito triste se tivesse que acabar com você por causa disso.
-Relaxe Isobel, sabe que não quebro um acordo - olhou para ela com firmeza. -Desde que você mantenha a sua parte, não há com o que se preocupar.
-Assim espero baby, assim espero. - deu meia volta e saiu na escuridão sem se despedir ou olhar para trás.
Deixou Aidan sozinho mergulhado na escuridão.
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Amor E Sangue
VampireA vida de Aidan havia mudado drasticamente e não sossegaria enquanto não fizesse o que tinha que ser feito. As lembranças ainda o assombravam a noite, lembranças que o tornaram o que ele precisava ser. Ele estava se tornando algo que o abominava. S...