Chama do pecado - Em revisão

Capítulo 41

A verdade às vezes machuca, mas é a mentira que mata. A verdade dói a pena uma vez que dita. Eu não sei por que as pessoas optam por não dizer a verdade quando algo é perguntado. Mas hoje acho que ela ainda não está pronta para esse tipo de verdade.

Somos interrompidos por uma enfermeira que troca o curativo do nariz, da mão e todo o medicamento.

Acho que deveria agradecer a ela por chegar nesse momento.

Eu não estou mentindo, apenas omitindo. É melhor ela não se preocupar, nesse momento ela não pode fazer exatamente nada. E deixar não quero deixá-la com medo.

A moça vestida de branco, deixa uma garrafa de água e um potinho de gelatina para ela comer. Como a boca ainda está em processo de segurança, só pode ingerir alimentos líquidos. Graças a esse momento, ganho um tempinho para pensar se devo ou não falar. Ou o que contar.

Eu optei por conversar sobre o que aconteceu só quando estivermos em casa. Quando todos estiverem em segurança. Talvez em casa, ela não se sinta exposta ao perigo.

- Amor, eles estão aqui só por segurança, não queremos que mais nada de ruim aconteça. Você não precisa se preocupar com isso, você tem que descansar para se recuperar logo para poder ir pra casa. Ou quer ficar aqui por mais dias? Por favor, fique quietinha para não abrir os pontos da boca. Eu quero que você melhore logo. - Eu tento mudar o foco de sua atenção, é até inútil falar isso para ela que quer conversar, saber de tudo de todos os detalhes e isso começa me irritar porque me sinto pressionado, e ela ignora totalmente o fato que precisa evitar falar.

- Amor, não quero ser grosseiro com você, mas você consegue imaginar tudo que senti nesses dias? Eu pensei que ... é minha culpa. Você está aqui há três dias e tem sido uma correria, entre ficar aqui para te proteger e saber que não vai acontecer mais nada, e cuidar do hotel. Só quero que você pare de pensar no mundo lá fora e se priorize. Pense em você. Cuide de si, descansar um pouco. Eu estou muito cansado e amanhã tenho que ir embora cedo. Não posso deixar que o que aconteceu com você, seja esquecido ou fique impune, por isso tenho que dar continuidade na causa e tenho que fazer os pedidos para o Douglas. Te prometo que quando estiver em casa e recuperada, eu conto tudo que desejar saber. - Eu só queria que ela pensasse em si mesma. E pela expressão, não era isso que queria ouvir.

- Tudo bem Gilmar! Desculpa, eu não tinha como saber, ninguém me fala nada. Não vou mais te aborrecer. - Mesmo avisando que não quero ser grosseiro, é inevitável e isso acontece. Será que mais alguém tem esse dom?

- Não fique triste. Apenas se poupe, pois amanhã Joice e o David vem aqui para te ver, você tem que estar descansada e bem para eles. - Tento amenizar.

A beijo na testa e adormeço ali, enquanto suas mãos afagam meu cabelo. Por Deus, como senti tanta falta dela, de seus carinhos, de ouvir sua voz e poder olhar nos seus olhos. Nenhum dinheiro no mundo compra esse sentimento de alívio.

*

São sete horas da manhã e preciso sair, mas enquanto Mara não chegar eu não vou sair.

Quando a ela, enviou uma mensagem para dizer que faria companhia para Angel. E assim sendo, não vou deixar ela sozinha.

Mimo ela um pouquinho. Ela merece. Dou-lhe o seu café na boca, até porque o seu braço também está ferido. Um potinho de iogurte, e salada de frutas de fácil degustação.