Imagine só, um nascimento de uma menina linda. Mal saiu da minha barriga e já estava sorrindo para a vida, eu pensei: essa vai ser a minha princesa.
Nos primeiros anos, amava todas as princesas da Disney e tinha todos os VHSs da Barbie empilhados no rack da sala.
- Mamãe um dia eu quero ser uma princesa da Disney. Ela me dizia todas as noites antes de dormir.
Aos cinco anos de idade, ela acordava cedo todos os sábados para ficar perto do pai, ela dizia que ele era o príncipe dela. Eles eram apaixonados um pelo outro. Até que um dia ela quis ir junto com o pai para o exercício matinal que Mathias fazia todo sábado. Ele caiu no charminho dela quando ela fez aquele biquinho para conseguir o que queria. Ele a ensinou a lutar, eu nem sabia, não aceitaria assim fácil, eu queria uma princesa e não uma samurai.
Quando descobri ela me disse: " mãe eu sou a Mullan, sou uma princesa guerreira." E foi aí que eu a perdi. Ela passou a andar muito mais tempo com o pai e com os coleguinhas da rua. Tinha largado as bonecas, estava jogando vídeo game e futebol e vendo filmes e falando coisas de nerd. Não foi fácil para mim assimilar o que estava acontecendo, eu estava perdendo minha filha.
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Não Convencional
RandomAos 19 anos eu acabo aceitando o que todo mundo já sabia, eu sou lésbica. Por ter nascido em uma família recatada e cristã eu me negava aos meus desejos por outras mulheres. Mas agora eu quero viver tudo o que não vivi por medo do que as pessoas vão...