Tudo começou numa manhã nublada de sábado, ela pediu pra ir no treino comigo, com aquele sorrisinho inocente e encantador. Eu não pude resistir. Isso é legal papai. Ela me dizia a cada soquinho que dava no saco de areia, me enchia de orgulho. Com o tempo foi crescendo e aprendendo a ler com os quadrinhos que eu dava pra ela escondido, sabendo cada peça importante no meu carro e torcendo junto comigo em cada jogo de futebol. Parecia até um garoto, isso me confundia, mas preferi me aprofundar no tipo de comportamento como um bom psicólogo faria e percebi que isso tudo estava dividindo minha família. Eu só sou psicólogo da porta da minha casa para fora, dizia a mim mesmo. Tentando lidar com a probabilidade da minha filha ser transexual ou que simplesmente resolveu seguir demais os exemplos do pai. Quando me veio a notícia não me surpreendi, me senti culpado claro! Trouxe ela demais para o meu mundo. Mas ela nem me deu a chance de explicar que eu a aceitava e que o conflito dessa descoberta na família passa, mas o amor paternal fica.
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Não Convencional
AcakAos 19 anos eu acabo aceitando o que todo mundo já sabia, eu sou lésbica. Por ter nascido em uma família recatada e cristã eu me negava aos meus desejos por outras mulheres. Mas agora eu quero viver tudo o que não vivi por medo do que as pessoas vão...