Capítulo 11

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Em silêncio enquanto ela deixava cair água fria na banheira para depois esquentá-la com as mãos, mexendo até o vapor começar a subir.

— Isso é incrível! — disse eu, mas ela foi embora sem dizer uma palavra. Depois de deixar a água totalmente marrom, eu me sequei com uma toalha e encontrei uma muda de roupa pendurada atrás da porta, deduzi que eram de Emma, era um vestido muito bonito, azul escuro, iam até um pouco abaixo dos joelhos e tinha alguns botões na parte de cima. Ao me trocar penteei meus cabelos vermelhos com uma escova que encontrei lá, e passei apenas um pouco de delineador, que por sorte, nunca tiro de minha bolsa, estava me sentindo bonita novamente. Então, desci para o que seria provavelmente a refeição mais estranha da minha vida. Pelo menos Enoch e meu irmão estavam lá. Encontrei Jake no meu caminho à sala de jantar.

O jantar foi uma confusão de nomes e rostos, muitos deles semifamiliares das fotografias e das descrições feitas muito tempo antes por meu avô. Quando chegamos à sala de jantar, as crianças, que disputavam com muito barulho os assentos ao redor da mesa comprida, ficaram imóveis e nos encararam. Tive a sensação de que elas não recebiam muitos convidados para o jantar. A srta. Peregrine, já sentada à cabeceira da mesa, se levantou e aproveitou a oportunidade do silêncio repentino para nos apresentar.

— Para aqueles de vocês que ainda não tiveram o prazer de conhecê-los — anunciou ela —, estes são os netos de Abraham, Jacob e Luana. Eles são nossos convidados de honra e vieram de muito longe para estar aqui. Espero que vocês os tratem bem. — Ela apontou para cada pessoa na sala e recitou seu respectivo nome, a maioria dos quais esqueci imediatamente, como costuma acontecer quando estou nervosa. A isso se seguiu muitas de perguntas das crianças, da qual a srta. Peregrine conseguiu se desvencilhar com rapidez e eficiência.

— Eles vão ficar conosco?

— Não que eu saiba.

— Onde está Abe?

— Abe está ocupado nos Estados Unidos.

— Por que Jacob está usando as calças de Victor?

— Victor não precisa mais delas, e as do senhor Portman estão sendo lavadas.

— O que Abe ainda está fazendo nos Estados Unidos? -- Quando ouvi esta pergunta, vi Emma, que se mantivera sombria a um canto nos olhando com raiva, levantar-se de sua cadeira e ir embora da sala. Os outros, aparentemente acostumados a seu temperamento imprevisível, não deram atenção.

— Não importa o que Abe está fazendo — respondeu a srta. Peregrine.

— Quando ele vai voltar?

— Isso também não importa. Agora vamos comer! Todos correram para seus lugares.

Jake foi se sentar em uma cadeira que Millard estava e quase levou uma garfada.

--Luana, você pode sentar aqui domeu lado, tem uma cadeira vazia – disse umagarotinha com cabelos encaracolados.

-- Não seja boba Claire – Disse enoch com tom de deboche – ela vai se sentar do meu lado.

-- ah sim, me desculpe Luana – disse a garotinha em tom baixo.

-- Não se preocupe, na próxima eu sento ao seu lado – eu disse e vi um sorriso no rosto dela. Sentei ao lado de Enoch e disse. – estou mais arrumada agora, o vestido ficou bom? Não costumo muito usar azul.

-- Você está linda, azul realça a cor de seus cabelos – disse ele.

As crianças que tinham tarefas na cozinha trouxeram travessas de comida. Estavam todas cobertas com tampas de prata reluzentes, de modo que não dava para ver o que havia dentro, levantando em mim todo o tipo de especulação bizarra sobre o que teríamos para o jantar.

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