Em silêncio enquanto ela deixava cair água fria na banheira para depois esquentá-la com as mãos, mexendo até o vapor começar a subir.
— Isso é incrível! — disse eu, mas ela foi embora sem dizer uma palavra. Depois de deixar a água totalmente marrom, eu me sequei com uma toalha e encontrei uma muda de roupa pendurada atrás da porta, deduzi que eram de Emma, era um vestido muito bonito, azul escuro, iam até um pouco abaixo dos joelhos e tinha alguns botões na parte de cima. Ao me trocar penteei meus cabelos vermelhos com uma escova que encontrei lá, e passei apenas um pouco de delineador, que por sorte, nunca tiro de minha bolsa, estava me sentindo bonita novamente. Então, desci para o que seria provavelmente a refeição mais estranha da minha vida. Pelo menos Enoch e meu irmão estavam lá. Encontrei Jake no meu caminho à sala de jantar.
O jantar foi uma confusão de nomes e rostos, muitos deles semifamiliares das fotografias e das descrições feitas muito tempo antes por meu avô. Quando chegamos à sala de jantar, as crianças, que disputavam com muito barulho os assentos ao redor da mesa comprida, ficaram imóveis e nos encararam. Tive a sensação de que elas não recebiam muitos convidados para o jantar. A srta. Peregrine, já sentada à cabeceira da mesa, se levantou e aproveitou a oportunidade do silêncio repentino para nos apresentar.
— Para aqueles de vocês que ainda não tiveram o prazer de conhecê-los — anunciou ela —, estes são os netos de Abraham, Jacob e Luana. Eles são nossos convidados de honra e vieram de muito longe para estar aqui. Espero que vocês os tratem bem. — Ela apontou para cada pessoa na sala e recitou seu respectivo nome, a maioria dos quais esqueci imediatamente, como costuma acontecer quando estou nervosa. A isso se seguiu muitas de perguntas das crianças, da qual a srta. Peregrine conseguiu se desvencilhar com rapidez e eficiência.
— Eles vão ficar conosco?
— Não que eu saiba.
— Onde está Abe?
— Abe está ocupado nos Estados Unidos.
— Por que Jacob está usando as calças de Victor?
— Victor não precisa mais delas, e as do senhor Portman estão sendo lavadas.
— O que Abe ainda está fazendo nos Estados Unidos? -- Quando ouvi esta pergunta, vi Emma, que se mantivera sombria a um canto nos olhando com raiva, levantar-se de sua cadeira e ir embora da sala. Os outros, aparentemente acostumados a seu temperamento imprevisível, não deram atenção.
— Não importa o que Abe está fazendo — respondeu a srta. Peregrine.
— Quando ele vai voltar?
— Isso também não importa. Agora vamos comer! Todos correram para seus lugares.
Jake foi se sentar em uma cadeira que Millard estava e quase levou uma garfada.
--Luana, você pode sentar aqui domeu lado, tem uma cadeira vazia – disse umagarotinha com cabelos encaracolados.
-- Não seja boba Claire – Disse enoch com tom de deboche – ela vai se sentar do meu lado.
-- ah sim, me desculpe Luana – disse a garotinha em tom baixo.
-- Não se preocupe, na próxima eu sento ao seu lado – eu disse e vi um sorriso no rosto dela. Sentei ao lado de Enoch e disse. – estou mais arrumada agora, o vestido ficou bom? Não costumo muito usar azul.
-- Você está linda, azul realça a cor de seus cabelos – disse ele.
As crianças que tinham tarefas na cozinha trouxeram travessas de comida. Estavam todas cobertas com tampas de prata reluzentes, de modo que não dava para ver o que havia dentro, levantando em mim todo o tipo de especulação bizarra sobre o que teríamos para o jantar.
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Peculiar history
FanfictionUma historia sobre os livros do Orfanato da sta. Peregrine para crianças peculiares mas na visão da irmã mais velha de Jacob Portman, porém, mais focada em um romance um tanto quanto peculiar. Emoção, drama, romance, são algumas das sensações que vo...