MAIS UMA HISTÓRIA CHEGANDO, NOVAMENTE LEMBRO AOS QUERIDOS LEITORES QUE DEIXEM SEU VOTO E COMENTÁRIO SE APRECIAREM A HISTÓRIA, POIS SERÁ O CRITÉRIO DE JULGAMENTO NO EVENTO PARA ESCOLHA DA MELHOR HISTÓRIA.
-------------------------------VAMOS A HISTÓRIA------------------------------
1827, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul:
Meu Bastião agora dorme um sono tranquilo, um sono onde ele parece estar anestesiado, apesar de todo tumulto, dores e gritaria de outrora, meu neguinho ostenta no canto dos lábios um esboço de sorriso.
Meu coração está despedaçado, eu coloco o pano dentro da cuia cheia de água com sal e olho para as costas do meu filho... Meus olhos estão cheios d'Água , tão cheios que eu não consigo ver as marcas e os machucados criados pelo chicote do seu Zaqueu.
Um soluço me escapa... Minha Virgem Santíssima, o que uma pessoa tem no lugar do coração pra submeter a outra a uma judiação dessas? Enquanto os castigos, os abusos e toda humilhação eram aplicadas a mim eu aguentava... Mas nas crianças não, nos idosos não...
Naquele tronco, meu coração foi chicoteado junto com meu filho...
Elvira
__ Seu negro preguiçoso! Outra vez Bastião?! Você merece apanhar mesmo...
__ Não foi minha culpa Leôncio... Eu sou muito pequeno para tomar conta dessa quantidade de boi... - disse Sebastião chorando já que Leôncio o arrastava sem nenhuma piedade -
__ Você foi feito pra servir Bastião, nasceu pra isso preto imundo e se não faz direito vou ter que dar um jeito em você, ao menos pra exemplo você servirá...
Não adiantava chorar, nem suplicar, Bastião não entendia a razão de toda aquela bestialidade. Os brancos queriam dizer que eles – os negros – eram inferiores , que não eram humanos, mas pelo que Bastião percebera em sua curta vida era o oposto: a cor do sangue era a mesma, ele falava a mesma língua que os brancos e era entendido.
Sem piedade nenhuma, Bastião fora amarrado no tronco por Leôncio e logo outros escravos se juntaram para ver o espetáculo grotesco que se iniciaria; Bastião ainda ouviu um lamento feminino conhecido na multidão, era a sua mãe, o choro dela cortava o seu coração mais do que qualquer chicotada que Leônico pudesse lhe impingir.
__ Pelo amor de Deus Leôncio - disse Dalva, a filha de Zaqueu, - pare com isso, ele tem apenas treze anos, é uma criança, você que foi o errado em colocar um escravo jovem e inexperiente pra tomar conta de todos aqueles bois...
Leôncio fitou a guria loira, ela era nova, mas nem parecia filha do sinhozinho Zaqueu, atrevida e tinhosa, ela arregalou os olhos azuis, enquanto puxava um braço dele na intenção de demover o feitor de aplicar aquela coisa que eles chamavam de castigo.
YOU ARE READING
Bastião: O Negrinho do Pastoreio
Short StoryO quinto conto que se junta ao evento dos símbolos do folclore, desta vez temos "Bastião": O Negrinho do Pastoreio, escrito pela querida autora parceira Raquel Brites.