Capítulo 05

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William

Peguei Malu nos braços e levei para o banheiro principal de dar - lhe um banho sem muita cerimônia pois já havia feito isso umas boas vezes na época da residência médica porém de alguma maneira busquei ter um cuidado especial pois mais que uma paciente a bebê era uma hóspede e portanto ,
- Vai ser tratada como uma princesa - Falei olhando os olhinhos escuros tais como o de sua mãe .
Eram tão parecidas no físico : Os olhinhos curiosos e inocentes junto aos cabelos pretos .
- Que merece porque é tão linda - Beijei a cabeça cabeluda enchendo uma bacia .
Sim bacia pois não tinha banheirinha.
A dei banho com cuidado regado a água em temperatura morna .
Ela parecia gostar pois inclusive dava batidinhas na água .
Ela me espirrou água e eu a olhei com reprovação ,
- Malu , eu vou tomar banho depois - Ela deu o que parecia ser um sorriso , mas só tinha gengiva .
- Banguela - Eu ri da minha besteira .
A lavei por uns minutos e depois a coloquei numa toalha .
Fui até minha gaveta e tirei uma roupinha amarela , seria do meu bebê que nunca poderia desfrutar de um banho sequer .
Me entristeci .
Mas no mesmo momento engoli o sentimento ácido e coloquei a roupa na Malu que apesar de não cair tão bem foi o jeito .
Peguei um vestido da Bel que havia ficado aqui e levei para a Bela .
Quando cheguei ao quarto a porta estava encostada e eu entrei , falei com a Bela e depois me sentei na cama .
Malu estava inquieta e queria brincar .
Começamos a brincar até sua mãe aparecer .
- Que é banguela ? - Eu lhe dava beijinhos e ela sorria mais .
- Pronto sua filha está entregue - Beijei a menina e uma vez mais e sai pois não era de bom tom estar num quarto com a Bela nesses trajes ou na verdade na falta deles então decidi sair e ter um banho e depois algo de sono .
Dormi muito , afinal era domingo e não haveria plantão .
Acordei com um cheirinho de comida caseira que não podia vir daqui já que não há empregada hoje .
Assim , levantei da cama em direção a cozinha para além de minha surpresa com o bom cheiro ter uma com uma voz .
Música ? Mas eu nem sequer tenho rádio aqui pois a música só se escuta pelo seu som .
Parei da porta impressionado
" No estaba en mis planes conocerte
La suerte no soplaba a mi favor Había tropezado tantas veces
Con piedras, con mentiras, con traición
Será que hice algo bueno en esta vida que te trajo a mi
Lo que yo pedí tal vez allá en el cielo
Alguién me cuida y me llevó hasta ti
Contigo soy feliz
Inexplicable, inexplicable el amor
Porque de pronto te transforma el corazón
Inexplicable como dos almas se encuentran
Como yo llegué a tu puerta
Y como un beso nos salvó
Inexplicable como es que al fin llega el amor
Vivia navegando en la tristeza
Y mi amargura se volvió el timón
De pronto apariciste por sorpresa
Y la tormenta desapareció
Será que hice algo bueno en esta vida que te trajo a mi
Lo que yo pedí tal vez allá en el cielo
Alguién me cuida y me llevó hasta ti
Contigo soy feliz
Inexplicable, inexplicable el amor
Porque de pronto te transforma el corazón
Inexplicable como dos almas se encuentran
Como yo llegué a tu puerta y como un beso nos salvó
Inexplicable como es que al fin llega el amor ... "
- Bravo - Bati palmas e ela virou sorrindo envergonhada ,
- Obrigado - Colocou os pratos sobre a mesa e eu neguei ,
- Só aceito se eu puder ajudar - Ela aseentiu e deu de ombros em silêncio .
- O que está fazendo ? - Perguntei a olhando enquanto cortava legumes .
- É apenas Batata ao molho branco - Explicou e a olhei franzindo o cenho .
- Eu não sabia do que gostava mas pensei que talvez estivesse com fome então só pensei em agrada - lo mas desculpe se fiz algo... - A interrompi tocando sua mão .
- Tudo bem - Eu disse mas do jeito que ela olhou nossas mãos juntas não foi o que pareceu ...

Maite

Eu não havia superado o salto que meu coração deu assim que o vi com Malu . Não era justo que tocasse minha mão .
Não quando involuntariamente sentia que deveria ter me entregado a um homem como ele ao invés de um irresponsável como Ivan .
Isso apenas denotava que eu não podia ficar .
- Sou eu que peço desculpas agora - Disse interrompendo seu toque e eu assenti tentando voltar a atenção desta vez para a panela trocando funções mas em discuido acabei por me queimar .
Levei o dedo na boca num gemido de dor .
- Droga - Eu disse .
- Deixa eu ver - Pediu me estendendo a mão .
Novamente a maldita mão .
- Eu me cuido - Eu disse dando uns passos atrás para ser interceptada pelo balcão .
- Pode ser grave . E eu sou médico , anda ! Já disse que não vou fazer mal a você - Disse com olhos cálidos.
Seus olhos eram tão bonitos que me deixei reparar apenas pela fração de segundos até responder .
- Certo - Eu disse mostrando .
- Não foi tão feio - Afirmou e ia tirando a mão mas ele a segurou tão firme que me fez ir involuntariamente para frente .
- Mas ainda sim precisa de cuidado - E seria ele a cuidar ?
Só conseguia pensar em como só um pouco dessa atenção teria feito toda a diferença entre eu e Ivan .
William me conduziu até o banheiro e  lavou minha mão na pia de modo calmo com água e sabão enquanto dissertava sobre a importância da higienização da queimadura e eu prestava a atenção por algum motivo .
- Pronto - Ele disse quando terminou de enfaixar meu dedo e quase ao mesmo tempo começamos a sentir um cheiro estranho .
Em resultado o molho havia simplesmente queimado .
- Por isso minha mãe sempre diz que devo ficar longe da cozinha - Afirmou dando um pequeno sorriso e isso até me fez aceitar melhor o acidente que levou a este outro .
No final acabei fazendo outro molho enquanto falava a ele sobre como aprendi a cozinhar afinal ele era de tão poucas palavras .
- Bom apetite - Eu disse quando terminei de colocar a mesa .
- Está com uma cara boa - Falou .
- É só isso que tem a dizer depois que não pode ajudar porque é um desastre de su - chefe e do sangue que perdi pela sua refeição ? - Eu indaguei com falsa consternação e ele deu uma garfada nas batatas .
- Está ótimo Bela . Meus parabéns - Dessa vez eu me senti satisfeita e comemos tranquilos sem longos diálogos pois eu quis por um momento ver se ele tinha algo a dizer .
Não parecia o caso .
- Porque é tão calado ? - Perguntei tirando os pratos .
- Talvez seja você que fala demais - Jogou de volta .
- Eu sei que falo mas desta vez eu estive quieta e ainda você também ficou - Explicitei.
- Não gosto de falar de mim - Usou como desculpa .
- Não precisa falar sobre você. Se espera que eu fique por hoje deve falar sobre alguma coisa que goste . Ninguém pode só ouvir - Encorajei.
- Talvez eu possa . Gosto de ouvir , por exemplo - Disse - me .
- Não falo disso , falo de algo que o faça perder o fôlego , algo como eu com a cozinha . Que te dê paixão - Tentei induzir ao que queria escutar mas ao vê - lo respirando fundo não tive certeza se era o certo ...

Maktub - O escrito pelo destino jamais será apagado ...Onde histórias criam vida. Descubra agora