William
Meu dever como médico estava acima até do que eu sentia agora .
Que era uma mistura deraiva com uma completa confusão .
Quem era aquele homem ? Porque estava a abraçando em nosso mundo ? Porque foi o que sempre considerei , aquele espaço era o único lugar em que as nossas diferenças viravam nada .
Onde nos amávamos sem medo .
Mas isso parecia ter sido acabado , sabe ?
E doía . Doía tanto que quando eu me vi sozinho eu senti uma vontade incontrolável de chorar enquanto ela estava na sala do lado naquela cama tão frágil que ao vê - la pequena em meus braços outra vez me veio aquele desespero como quando coloquei Malu no mundo .
Malu no caso estava com Nacho agora pois mesmo sendo o meu hospital aqui não era lugar para ela .
A essas horas não deveria ser nem para mim mas por produto da inconsequência de Maite mais uma vez estou eu aqui sentado no corredor com a mão no rosto me escondendo enquanto eu só queria fugir e não falar com ela . Não ter que ver ela .
Não quando doía assim ...***
Mesmo sabendo que havia por ali outros médicos eu não pude deixa - la doente . Eu fiquei a noite toda quase sentado no corredor até quase dormir ali mas um nada esperto funcionário teve a idéia de me acordar mesmo que houvesse uma ordem implícita de ninguém chegar perto de mim .
- O que foi ? - Guardei bem a cara pois ia me lembrar de recla...
- A senhorita Bela está com
febre - ...De aumentar seu salário .
Corri em direção a sala e parei medindo sua temperatura .
- William ... William ... - Ela dizia no meio dos delírios e busquei sua mão na minha com medo , angústia e tudo de ruim em mim .
Não tinha como não ser o pior momento de todos .
Mas aí ela mudou tudo , se novo ,
- Não me deixa . Eu amo você ... - Ela . Como . O que ?
- Você o que ? - Óbvio que ela não responderia . Estava delirando mas ela disse eu amo você .
Eu estava confuso e isso não ajudou muito mas eu estava grato em escuta - lo mesmo assim .
Mediquei - a e em algum tempo a febre foi baixando até que ela acordou .
- Você estava mesmo aqui - Falou fraco , quase inaudível .
Eu não deveria ter saído . Eu queria dizer mas não disse . Eu só queria calar .
Então apenas segurei sua mão .
- Não vai falar ? - Fiz que não com a cabeça . Eu só estava travado e mal agora .
- Então me dá sua prancheta - Pediu .
e concedi .
- Se não pretende falar eu também não vou então vamos fazer assim - Ela começou a rabiscar o papel e depois me entregou .
"Eu sonhei que você entrava na sala e segurava minha mão . Eu pedia que não me deixasse "
E disse que me amava com todas as letras mas ela não disse então também não disse .
" Foi real ? " - Escreveu .
" Até a parte do... " - Continuou e me entregou a prancheta. Estávamos tão despedaçados . Não deveria ser assim .
Não seria .
"Não sei ao que se refere" - Escrevi vendo seu alívio .
Por mais que ela fizesse eu sentir meu coração sendo rasgado a cada segundo eu ainda queria protege - la e cuida - la como médico e mesmo que louco como homem .
Que espécie de masoquista eu sou ? ...Maite
Não nos comunicamos mais aquela noite .
Ele não deixou minha mão e eu não senti mais febre apenas dormi pela medicação até o outro dia pela manhã .
- Eu preciso sair - Constatei assim que acordei tirando meu soro de uma vez .
Caralho isso doía .
Saí pelo hospital até William me para no corredor quando me viu correr .
- Hey você - Gritou e ao perceber que ele me viu tentei correr mais .
Ele não ia me dar alta e eu precisava trabalhar ou realmente não ia ser capaz de manter minha filha e outra eu já me sentia bem mesmo que ele possivelmente pensasse o contrário .
Tanto pensava que correu atrás de mim até me alcançar , coisa que não era difícil visto minhas pernas curtas .
- Onde você pensa que vai ? - Indagou me puxando pelo braço .
- Eu já estou bem . E preciso
trabalhar - Falei .
- Aliás ... Agora decidiu que vai falar comigo ? - Perguntei.
- Bela... - Eu ri com ironia .
- E decidiu que sou Bela de novo também ? - Continuei olhando em seu rosto .
- Alguém pode ouvir . Contenha - se - Mandou baixo.
- E se eu não pretender fazer isso ? - Desafiei e ele me puxou pelo braço até encontrar a primeira porta que pode .
- Qual é seu maldito problema ? - Resultou ser um deposito minúsculo que eu prontamente tentei sair mas ele me interceptou .
- Me deixa sair - Gritei .
- Eu já mandei você falar baixo - Disse eu revirei os olhos .
- Odeio quando age como um pai - Gritei de novo .
- E eu quando age como uma criancinha arisca buscando atenção - Devolveu .
- Eu não sou uma criança eu já disse e provei isso um milhão de vezes - Ele insistia isso de um modo tão chato quase como seu jeito mandão .
Eu queria bater nele .
E ainda queria beija - lo porque estava bravo e sexy .
Eis o meu maldito problema .
- Ficando internada por causa de uma fraqueza por não se cuidar ? Esta fazendo um ótimo trabalho Bela - Gritou .
- Não me chama de Bela - Gritei também já que ele estava gritando .
- Bela... Bela... - Gritava alto e descontrolado .
- Você que é infantil - Apontei no seu peito másculo e irresistivel e ...
Já sentia a respiração entre cortar .
- Você é que me descontrola . Me faz questionar minhas razões e princípios quando só deveria sentir raiva de você - Falou puxando - me pela cintura com uma força desmedida.
- E o que você sente ? - Falei não podendo desviar dos seus olhos .
- Que ou eu a beijo ou eu morro - Falou puxando - me pelos cabelos num beijo voraz e necessitado em que íamos nos engolindo de tão intenso .
Quase como um orgasmo .
- Diga que eu não preciso ficar inseguro e que você é minha - Disse na minha boca .
- Eu sou sua . Só sua . Tudo que parecer ir contra isso é intriga - Eu disse começando a ficar exitada e abrindo os botões do seu jaleco sob seu respirar também ofegante .
- Me fode . Me reivindica aqui
mesmo - Demandei tirando o jaleco dele e mordendo seu lábio .
- Eu quero . Quero mesmo . Mas você está doente ainda - Disse mas desci a mão até sua ereção a acariciando enquanto ele gemia no meu ouvido .
- E se eu bem me lembro estava aqui para sair e a impedir de fazer algo que quebrasse seu repouso . Meu senso médico impede - Falou abrindo a porta e saindo correndo dessa vez .
Ainda que eu não fosse trabalhar eu tinha conquistado algo maior agora .
Ele tinha falado comigo . Mostrado o quanto se importa e ainda me quer .
Já era uma grande conquista ...
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Maktub - O escrito pelo destino jamais será apagado ...
AcakOs árabes costumam dizer que quando duas almas estão predestinadas a se encontrarem não há o que se interponha pois cada ser humano que habita nessa terra já tem algo sobre si , o que está escrito . William Montenegro, cirurgião geral de 29 anos pe...