Ellen entra no Brew mesmo este já estando fechado. Adam ainda se encontrava lá dentro, atarefado com as limpezas, tanto que nem se apercebe logo da sua presença.
- Adam... - Chamou.
Ele parou o que estava a fazer e ficou a olhar para ela, com uma cara fechada, sem mostrar um único sinal de felicidade por vê-la. Jamais odiaria Ellen, mesmo estando magoado e desiludido com a forma com que ela decidiu fazer as coisas e, de certa forma, revoltado também. A história deles tinha ido muito mais além de uma traição. Iriam estar para sempre ligados um ao outro, quer quisessem, quer não.
- Não viste o aviso na porta? Já estamos encerrados. - Disse ele, virando-lhe as costas.
- Ouvi dizer que precisavam de alguém para vir trabalhar aqui.
- Tens de falar disso com o patrão e não comigo.
- Mas tu podes-me ajudar a ficar com o lugar.
- E porque haveria eu de te ajudar?
- Acho que nem te preciso de responder a isso.
Adam voltou a parar com o que estava a fazer e, mais uma vez, voltou a olhá-la. Ela tinha razão, de facto, não precisava. Se queria realmente que Ellen finalmente fizesse aquilo pela qual há tanto tempo ele lutava, ela precisava de se tornar novamente independente, coisa que não conseguiria ser se não lhe fosse dada uma oportunidade de trabalho.
- Eu ajudo-te com uma condição.
- Qual?
- Vais-me começar a deixar vê-lo... eu não tenciono dizer-lhe quem realmente sou, eu apenas quero ter algum tipo de contacto... fazer parte da vida dele e não apenas acompanhá-la através das fotos e vídeos que me envias.
- Pode ser. - Respondeu Ellen. - De qualquer das formas, fazer isso já se estava a tornar uma hipótese para mim.
- Ótimo, sendo assim, volta a passar por cá amanhã à tarde para falares com o chefe.
- Sabia que me irias ajudar... obrigada.
- Não é por ti, é pelo Bradley.
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Ashley volta a agarrar no telemóvel. Continuava sem receber uma única mensagem da Emily e estava a achar aquilo tudo muito estranho. Geralmente, por esta hora, elas costumavam falar intensivamente acerca das coisas que tinham acontecido durante o dia, tinha de estar a acontecer algo para que ela estivesse ausente naquele momento. O desespero era tanto que ela até já pensava em levantar-se e ir mesmo até à casa dela para saber se se passava realmente algo, mas também podiam ser só filmes da sua cabeça e a Emily ter simplesmente adormecido, logo, mais valia ficar quieta no seu canto.
Como terapia, levanta-se e dirigi-se à sua secretária, abrindo a gaveta com intenções de retirar de lá o seu caderno de textos que, estranhamente, não se encontrava lá.
Ashley começa a vasculhar em todos os locais possíveis do quarto. Ele tinha de estar em algum lado, não podia ter ganho vida e ter saído dali. Talvez o tivesse levado para a escola e deixado no cacifo e não se recordar, já lhe aconteceu outras vezes, levar o caderno por saber que ia precisar dele para acalmar a mente e depois esquecer-se de o trazer de volta para casa.
Voltou a deitar-se e a pegar no telemóvel. Decide enviar uma última mensagem à Emily a desejar boa noite e, por incrível que pareça, obteve logo uma resposta: "A Emily está a ter uma excelente noite, podes ficar descansada. Bons sonhos. Alison."
Ashley atirou o telemóvel para o fundo da cama, de raiva. Mais um ponto para a Alison.
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The Other Side
FanfictionEmily é apenas uma rapariga de 16 anos quando sofre um acidente de carro que a faz entrar em coma. Um ano depois, quando abre os olhos, os médicos percebem que esta não se lembra de nada, o que a obriga a voltar às suas origens e começar tudo da est...