O jardim estava ficando lindo , mas eu queria plantar mais flores ., e a procurei mais plantas para que este ficasse,com muito verde, na verdade eu, não queria que acabasse o que eu estava fazendo , por que queria estar mais perto da sinhazinha Rosa , ela vinha para o jardim todos os dias com a sua mucama Jacinta , eu já ficava esperando ela passar e esperava ela parar para me olhar como ela sempre fazia , e eu me derretia por dentro e esse ritual era todo dia , e ficou mais forte , depois que ela tirou a birra e eu fiz a promessa a ela que Num ia fazer nada do seu desagrado , e isso era também pelas outras negras , que eu nem ligava , mas ela queria assim, e eu fazia o que ela queria , porque eu prometi né ? e também porque eu queria agradar a minha sinhazinha .
Seu Germano, mandou mais um negro para o tronco , e dessa vez , o negro nem resistiu , morreu de tanto chicote que levou no lombo, umas cinquenta ou mais , ele estava tentando fugir e já tinha sido castigado na semana anterior, e ele morreu no tronco , foi uma tristeza e revolta por parte de todos e eu que vivia com o medo me acompanhando fiquei mais ainda , pois todos estavam muito inconformados com tantos mau-tratos : o negro Bastião coitado !, morreu de muita dor , ele queria a sua liberdade , assim como todos nós queríamos , mas ele pagou um preço alto , ao fugir sem esperar aliviar o ódio de seu Germano , , , e ficamos todos consternados ,pois era um bom homem, mas o seu desespero era tanto que num pensou mesmo que poderia morrer , ou pensou , mas o sofrimento era tanto que num quis saber de nada e arriscou, por isso que é bom fazer as coisas estudadas : quando soube disso a sinhazinha ficou horrorizada com tamanha maldade e disse que na ausência do pai dela Seu Germano num ia mais matar ninguém , aí a ruindade em pessoa , disse que na ausência do barão , quem respondia era ele , mas a sinhazinha num me contou nada do que aconteceu com ela e o seu Germano., quem contou foi Anésia que tinha pena do coitado , a sinhá Acácia , nem viu , só soube quando seu Germano comunicou a ela , aquele malvado!
Mas os dias de tristeza deram lugar aos dias de labuta e como era comum em nossas vidas , fomos esquecendo e tratando de labutar. e eu labutava e pensava na sinhá Rosa , eita! que nós num tinha mais tempo para acabar de tanto que proseava e eu ia vivendo com aquele amor no peito , que me tirava o fôlego , quando ela vinha ver o jardim.Certa vez , ia ela descendo da casa grande e ao me avistar foi logo dizendo -- Negro!, você terá roupas novas , eu e Jacinta fomos á cidade e compramos para todos, ela estava rindo para mim e meu coração explodiu , ela se importava comigo --- obrigada , sinhazinha , ---- não é para agradecer , vocês precisam estar bem vestidos .--- sim senhora . Ela me mirou com aqueles olhos e disse --- quero , ir ao rio , venha , já acabou ,? eu olhei para as mudas que estava a plantar e triste falei , --- não , sinhazinha , ainda falta essas aqui , e apontei, para as mudas , ---- acabe logo ... , eu cocei a cabeça , --- ainda demora sinhazinha , --- acabe logo , ou faça depois , , eu me apressei e fui , tentando fazer o melhor que podia , mas não estava ficando tão bom, aí ela falou , --- vou na frente , com Jacinta , não demore , eu ainda não tinha noção do que ela queria comigo., mas eu tinha certeza do que eu queria com ela e tratei de fazer rápido para alcança-la , depois eu consertava o que tinha que consertar.
Eu logo a alcancei e fui andando atrás , até que Jacinta pressentiu a minha presença e cutucou a sinhazinha , ela se virou e disse --- até que enfim , negro! e riu , e eu ri , e minha alma riu , sim , porque eu tinha alma , negro tem alma ., chegamos ao rio , que ela tanto gostava , e nos sentamos , os três na mesma árvore , o vento aparecia de quando em vez , mas o calor era o mesmo de sempre e eu estava torcendo para ela se banhar , eu tava torcendo ! ela , se deitou de frente , olhando aquele céu azul e eu , quieto , olhava o tempo, esperando ela começar a falar , Jacinta se levantou e disse que ia se banhar , minutos depois , é que estava quente , aí eu vi , a negra se juntando a água , e fiquei esperando a sinhazinha se juntar a negra e a água , aí ela se virou e disse --- Inácio , vou á corte , só voltarei duas semanas depois , , eu arregalei os olhos , e meu coração deu um pulo , -- vai? que bom sinhazinha , foi só o que eu pude expressar naquela hora , aí ela me olhou me olhou e me olhou e eu estava de cabeça baixa olhando a grama , aí eu ouvi a sua voz suave --- eu vou , mas eu volto , --- volta sinhazinha? meu peito acalmou nessa hora , --- volto , negro!, volto por você ! eu estava inchando de tanta alegria --- por mim sinhá? --- por você , negro , e por mais quem ? --- ora! , eu disse -- por vossa mãe né? , ela me falou com toda a sinceridade que ela tinha --- a minha mãe , , .. bem .. sim , por minha mãe , mas eu vou voltar ,por você , também , minha amiga Domitila , está a precisar de mim , um grande encontro se fará , para decidirmos o que faremos com os escravos da Fazenda Santa Sé , eles foram , todos alforriados , e muitos partiram em busca de um caminho melhor , mas acontece , que eles precisam de ajuda , pois não estão encontrando serviço , ninguém quer lhes dar , e Domitila quer ver o que pode-se fazer , muitos deles , querem ir para os quilombos , mas existe rejeição até mesmo lá , pois eles são alforriados , e outros querem ficar , mas sem recursos nenhum e sem apoio não vão sobreviver bem , .eu cada vez me encantava com aquela mulher , e eu a amava , ela me dava forças para viver , eu apenas falei com emoção nos olhos --- espero que compreendam que somos de carne e osso e temos alma igual a deles e a nossa cor não faz de nós gente que tem parte com o demo . --- não, ela falou , -- não mesmo, negro , e se levantou , abriu as vestimentas e olhando para mim falou ,-- vou me banhar , está quente , eu abaixei a cabeça e disse --- pois vá sinhá , e me virei de costas , para olhar para o outro lado dos campos e ouvi de novo a sua voz -- não precisa se virar , não quero que se vire ,--- sim senhora , falei envergonhado , mas com o coração aos pulos pois é ... , aquela mulher tava me matando.
Fiquei ali , vendo ela entrar e sair da água , junto com Jacinta , que nem ligou para o que eu tava olhando , até parece que sabia , que eu já me afeiçoara a sinhazinha Rosa de tal maneira que num tinha como largar de ver ela , a Jacinta era uma negra das safadas , .. mas a sinhá Rosa podia confiar nela , eu num acreditei quando ela me falou , fazendo sinal para Jacinta se afastar ,--- vem aqui Inácio , e eu fui me levantando devagar , indo até onde ela tava , ----você não quer se banhar ? eu estava perto de toda aquela alvura e eu vi os seus seios e o bico rosado todo em pé e vi o que eu queria ver , a intimidade dela era farta de pelos e eu tava enlouquecendo , porque as minhas intimidades tava bem assanhada e levantou , e num adiantava eu disfarçar , porque cresceu muito , aí ela me puxou para a água , e ficamos ali , eu , ,vestido e ela nua , até que ela , depois de um tempão brincando comigo na água , , saiu e eu a acompanhei , com o coração aos saltos, sem saber se de medo ou alegria , mas eu segui ela e ela se virou e pediu -- minhas roupas .. , eu fui pegar e trouxe até ela e ela em vez de vestir , estendeu o vestido , no chão e sentou nele , me chamando , --- sinhá eu tô molhado , vai molhar seu vestido , --- ora , negro , e quem se importa com isso ?, foi o que ela falou, o medo tomou conta de mim com o desejo de ter a sinhazinha entre as minhas intimidades, mas me sentei ao seu lado , na ponta do vestido que cobria o chão e aí ela ,me puxou e começou a se esfregar em mim como se fosse se enxugar de um jeito bem devagar , e eu que sou homem , cheio de amor e desejo , num me controlei e me ofereci --- que que a sinhazinha quer? , quer , me endoidar ? eu num posso ficar perto da sinhazinha , sem sentir o que eu tô sentindo ... , aí eu vi os olhos dela com um brilho bem diferente do que eu já tinha visto e eu tremi e minhas intimidades ficou enrijecida mais do que eu podia acreditar que ficasse , e eu pensei que eu num tinha como fugir desse sentimento e do que eu tava querendo há muito tempo fazer com ela , eu tava amando , e ela a me provocar as ideias , ela falou --- eu te quero muito bem , Inácio , eu tenho sonhado com você e eu sinto desejo, e eu gosto de estar com você .., eu tava me espremendo para num avançar nela e em todo aquele corpo , --- sinhá , num podemos , --- e porque , ? --- sinhá , nós somos diferentes , eu sou negro , vosmecê é moça branca num merece um preto que nem eu , e se pega nós eu tô mortinho , e eu num quero morrer , --- eu já lhe disse , eu sou livre , sou uma mulher avançada e só por amor eu me caso e deito com alguém , não tenha medo , seu medroso !--- mas , sinhá ,... (eu tava me esforçando) , -- mas sinhazinha , é pecado , vosmecê desgraçar a sua vida por causa de um negro , --- ela, estava impaciente -- vejo que você está tão acostumado a sofrer , que se menospreza , você diz que é ser humano , mas se trata como bicho , --- sinhazinha gosta de eu? fiz a pergunta que queria fazer há muito --- gosto e muito e de muito , eu tenho-lhe amor ..--- tem? eu estava feliz da vida , --tenho amor e eu sinto um calor nas entranhas só de pensar em como é ter um negro em mim , e eu gosto do seu cheiro , ... eu engoli em seco , já todo tonto com tudo e as intimidades alvoraçada ,-- sinhá, eu também quero , quero muito, quer que eu faça o que pra agradar? -- quero que ... ela parou e eu fiquei olhando ela .. aí ela abriu os beiços devagar e eu num me aguentei e o medo deu lugar a vontade de ter a sinhazinha e o que eu tava sentindo , e ali , sem nem me importar onde estava Jacinta , eu pulei em cima dela e agarrei os beiços , e mordi aquele beiço, e suguei aqueles seios , mordendo os bicos , o pescoço e passando a mão pelas intimidades dela , até que eu tirei a roupa que eu vestia e a minha intimidade se esfregou na dela e eu fiz o que eu tinha que fazer e ela gemeu e eu gemi também e eu estava dentro dela e ela dentro de mim e eu me senti mais homem e fiz da sinhazinha uma mulher ..
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O Dedo de Deus (Obra não revisada)
RomansaEsta obra retrata a vida do escravo Inácio que superou todas as suas provações, na dura vida da senzala, seus medos e tormentos a que a escravidão lhe submetia. Em meio a todas essas injustiças, apaixonou-se por uma mulher branca que vinha ser sua s...