A fixa começou a cair. (12)

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- Mas acho que eu já deveria ter ido embora, seu pai, ou seu avô podem chegar a qualquer momento. -Victor se levantou, mas Rodrigo segurou a mão dele.

- Fica comigo, só tranca a porta.

- Ok. -ele trancou a porta, pegou uma coberta e voltou a abraçar Rodrigo. - O que vamos dizer amanhã de manhã?

- Nada, não estou disposto a ficar dando satisfação só porque sou gay! -Victor beijou a testa dele e sorriu.

- Se eles fizeram alguma loucura, ou você não quiser mais viver assim, pode vir ficar por aqui comigo, vou proteger você.

- Obrigado, mas essa luta é minha e estou decido a vencer!

- Imaginei que diria isso, mas a proposta vai continuar de pé.

  Eles dormiram juntos abraçados, sem se preocupar com o que diriam de manhã, naquele momento só queriam ficar juntos.

  O dia amanheceu na bela cidade, tudo estava calmo, até que um grito muito alto foi ouvido, vindo da casa do dono da pousada e do melhor restaurante da cidade.

- Eu transei com você?!!! -Nando gritava e tentava se cobrir com as cobertas, Cauã apenas o olhou e riu. - Você me enganou, só queria me estrupar!!!

- Não tenho culpa de você ser tão lerdo, a ponto de não perceber que sou gay, além disso, fizemos uma aposta justa, não estrupei ninguém.

- Eu vou embora dessa cidade e nunca mais voltarei!

- Nando, diz a verdade... -ele levantou e segurou o homem. - Gostou de ter ficado comigo ontem a noite, não gostou? -Nando ficou vermelho e virou o rosto.

- Não!

- Eu não mereço um homem tão idiota, vai logo embora, meus namorados da escola eram menos infantis que você! -afirmou nervoso.

- Adeus!

  Nando saiu correndo procurando suas roupas pelo caminho, ele chegou em casa, respirou fundo, começou a beber uma garrafa de cachaça como se fosse água, Álcool apareceu pulando em cima dele, logo em seguida Victor desceu.

- Bom dia senhor Nando.

- Bom dia... O que estava fazendo aqui?

- Rodrigo parecia triste, então eu dormi com ele. -afirmou despreocupado.

- Que bom, pelo menos ele não ficou sozinho, já vai?

- Sim, amanhã começa às competições e eu tenho que ajudar na preparação de tudo.

- Certo, até logo então.

- Até!

  Victor saiu, Nando ficou sentado no canto da cozinha bebendo com Álcool.

- Talvez seja loucura falar com um cachorro... Mas eu fiz algo e preciso desabafar com alguém, mesmo que seja com você Álcool... -Álcool o encarou como se estivesse esperando ele falar. - Eu transei com um homem, mas eu não queria e de certa forma... Foi bom, talvez goste um pouco do Cauã, mas isso não faz sentido, homens não podem ficar juntos, jamais conseguiria ser feliz ao lado de um homem, o que sinto por ele é amizade, coisa de irmão... Apesar da vontade de tocar o corpo dele de novo, eu não sei o que fazer, fiz coisas horríveis com meu filho por ele gostar de homens, mas agora eu estou aqui, confuso por causa de um, o que eu faço Álcool?! -o cachorro colocou a pata no coração dele e o encarou. - Vocês realmente são os melhores amigos do homem!

  Nando abraçou o cachorro forte, Rodrigo saiu do quarto e encarou o pai sentado abraçando o cachorro, com algumas bebidas do lado deles.

- Está tudo bem?

- Filho... -ele levantou. - Está sim e você, melhorou? -Rodrigo virou a cara.

- Não te interessa! -afirmou abrindo a porta e saindo, Nando respirou fundo.

- Que droga!

- Algum problema? -perguntou Diogo indo até ele.

- Pai! -Nando abraçou ele forte. - Eu estou desesperado... -ele começou a chorar. - Sabe o quanto amo o Rodrigo, ele é meu filho, não quero o mal dele, nós dois sabemos que as pessoas não são nada legais com caras gays, eu tenho tanto medo de machucarem meu meninho, só queria fazer o certo, mas agora estou sem chão!

- Calma, eu também estou muito atordoado com essa história, queria tanto voltar a época que não tinhamos essas preocupações de agora...

- É tão difícil, mas o pior de tudo é saber que ele está nos odiando por causa de tudo, não quero que nossa família fique igual aquelas dos filmes dramáticos, onde o filho nem olha para cara do pai. -Diogo o soltou e olhou nos olhos.

- Isso não vai acontecer, nós vamos dar um jeito.

- Estava pensando em ir embora, que tal arrumarmos as malas e tentar resolver isso em casa mesmo.

- Mas eu queria... -Diogo pensou em Bianca, ainda queria conquistar ela, mas sabia qual era a prioridade. - Tudo bem filho, como achar melhor.

Meu filho é gay!Onde histórias criam vida. Descubra agora