Que susto!

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Eu estava no Central Park, naquela tarde. O clima era de fim de outono, e eu me sentei em um daqueles bancos onde pessoas iam ali todos os dias para fazer piqueniques, ou namorar, e mostrar ao mundo o quanto o amor podia ser belo... Podia. Para mim, foi um desastre total.
Ao longe, avistei um senhor de meia idade vendendo em uma barraca,  sorvete e churros e mais algumas pessoas a sua frente.
Eu estava pensando em como aquela semana tinha sido pior do que a anterior, e o meu declínio só havia piorado.
Depois de ser deixada pelo meu noivo em pleno altar, não havia como mudar muita coisa. Me recuperar daquela dor estava sendo praticamente extasiante.
Me lembro, que meses atrás nós estavámos tão felizes juntos. Planejando casamento que eu sempre quis ter, falando sobre nossa vida, nossos filhos, e quando chegou o dia eu estava lá, radiante no altar. Passaram-se uma hora e ele não chegou e pouco depois de ser levada para casa por meus pais chocados com o casamento que não acontecera, eu soube que ele estava com outra havia pouco tempo. E não havia terminado comigo porque não queria me decepcionar. Só que ele causou bem mais que isso.
Meses depois, eu estava ali, no Central Park, olhando para o nada em um dia de folga aparentemente entediante.
Via pessoas passarem felizes, casais sorrindo apaixonados, e declarações acompanhadas de sorrisos largos. No fundo, eu sentia uma pontada de inveja por não ter nada daquilo. Ou simplesmente, por já ter sido feliz assim e logo em seguida cair de um precipício.
Fui tirada de meus pensamentos com um cão pulando em cima de mim e me jogando na grama cheia de folhas secas.
Senti sua baba, escorrendo pelo meu rosto e suas patas fazendo cada vez mais marcas em minha roupa.
  - Oi, me desculpe. Acho que ele gostou de você.
  - É, parece que sim. - disse me levantando do chão e preparada para sair do meio de todo aquele mico que eu tinha passado na frente de todos.
- Você quer ajuda? Olha só, sua roupa está toda marcada com patas do meu cachorro. Ele é assim quando gosta de alguém, é a maneira dele de dizer que foi com a sua cara. - ele sorriu.
- Não precisa, eu já me levantei e já estou indo. Obrigada, estranho!
- Ah! Não, não. Meu nome é Cristian, sou veterinário em Albany há dois anos. E você como se chama?
- Sou a Lily. - disse fechando a cara, já que meu único pensamento era sair daquele lugar o mais rápido possível.
- Olha, Lyly eu ficaria feliz se você aceitasse tomar um café comigo, pelo menos seria uma forma de me redimir, o que acha? E eu prometo que não sou um sequestrador nem um assassino. Só um café, tudo bem?
- Diante de toda aquela insistência da parte dele, eu enfim resolvi aceitar.
- Tudo bem, Cristian. Nós podemos ir.

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⏰ Última atualização: Aug 16, 2017 ⏰

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