Por ~Viviann_lima
Oi criaturas, bonde dos disandado, trupe dos rolezero, Team Hentaidados, Gazelas voadoras cuspidoras de ácido sulfúrico e quais outros apelidos tenhamos inventado ao longo desses infâmios anos para nosso grupo inconveniente que sempre se destaca aonde quer que vá.
Falando nisso, foram bons anos não foram? "Altos rolê" como dizíamos.
Tenho certeza que -assim como eu- vocês nunca vão esquecer todas as saídas que tivemos, todas as aulas que atrapalhamos, as professoras que atormentamos, as aulas de matemática que faltamos de propósito (não me orgulho disso) Os estranhos que cumprimentamos na rua, os motoqueiros que paramos (não é mesmo Leticia?).
A certos dias andei escutando muito as frases "Tá tudo meio estranho", "O bonde desmanchou" e "não tá mais como antes".
Galeri, eu sei que minha presença era importantíssima -Nem um pouco modesta né?- Mas eu quero que me respondam, por que? Hein, caraio! Pra que?!
Tabom, não estou aqui para exigir explicações, contestar motivos ou coisa parecida. Estou aqui pra mostrar a vocês o quanto eu sou grata por terem me dado a famosa "Luz no fim do tunel".
Sei que pra vocês eu devo ter sido apenas mais uma louca as incentivando a gritar coisas desconexas pela cidade ou a parar estranhos desconhecidos pela rua, mas pra mim foram as pessoas mais importantes nos anos mais negros da minha vida.
A anos uma pessoa afundada em solidão e tristeza, podem achar que estou colocando uma hipérbole aqui, que estou falando de um jeito totalmente exagerado, mas asseguro-lhes que não.
Eu não sabia pra que rumo ir, primeiro ano numa escola nova e o fato do meu pai ter ido embora ainda era muito recente.
Aí vem a caralha da depressão, notas baixando, mal estar todos os dias, mas não do tipo de vomitar até as tripas ou coisa assim. Do tipo de se sentir "Forever alone" sem ninguém pra contar nas horas mais difíceis já que meu Porto seguro estava bem longe.
Mas não estamos aqui pra falar de mim, é pra falar de NÓS.
Primeiro veio você, Thalya. Com o jeito "Rocky Balboa" de ser, aquela que tinham medo, que a maioria intitulava de brava e coisa e tal, tenho que admitir, você tem um pavio curto da porra, mas no fundo é uma pessoa bem fácil de lidar. Foi isso que eu vi em você, uma pessoa que também tinha tantos sentimentos guardados e reprimidos quanto eu. Que assim como eu tinha raiva de várias coisas, mas ao contrário de mim você ia lá e dizia na caruda, eu nunca tive coragem de dizer nada... até encontrar você. FODA-SE O MUNDO, falo palavrão mesmo. Ou 8 ou 80, ou vaza ou aguenta.
Também com os pais separados se tornou a minha válvula de escape, ocasionalmente me ensinando suas artes, vulgo dar patadas nos retardado que vem encher o saco de gente que tá quieto!
Conseguimos ser as amigas que mais brigavam naquele colégio, mas isso é amizade verdadeira, voltar a abraçar a pessoa que a dois segundos você jurou que não olharia mais na cara. Passamos bastante tempo dividindo, amarguras, tristezas, potes de sorvete napolitano. Viramos noites escutando sua irmã roncar como um trator, falar dormindo e até puxar minhas cobertas. Conversando, comendo, odiando Maria's Eduarda's, dando altas risadas e até SENDO ACORDADA POR UM PEDAÇO DE GELO NO MEIO DA FUÇA! Eu ainda não me esqueci daquele gelo tá legal? Ele ainda vai parar no seu cu!
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Momentos Eternos
Non-FictionApenas para informar: Esta história de apenas um capítulo é destinada para quatro pesoas somente, um recadinho que espero que elas leiam com carinho. Eu não disse que aqueles momentos deveriam ser eternizados?