Afronte

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Uma sala.
Uma ala, feita para aprisionar.

Sufocada por quatro paredes
Mal pintadas.

Por rotinas e metas a cumprir,
Sucumbir...

Não havia o tempo de ser,
Não havia.
Do verbo não haver.

Só a meta a cumprir!
Cumpra.
Cumpra.
Cumpra.

Sem tempo, deixei a poesia ir...

Cabisbaixo andei, por dias e dias.

A deixei ir...
Simplesmente.

E no ápice do cumprir, cumprir, cumprir e cumprir

Eis que ganho a conta!
Embora não seja da sua conta,
Uma voz me afronta:
- Ei! Você! Vai...
Vai ser poeta!
Esquece a meta,
Vai ser feliz...
Vai ser.

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