A Apresentação

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   Hoje é um dia frio. Há bastante neblina lá fora, não consigo ver muita coisa pela janela da sala de aula. Eu gosto de dias assim, apesar de eles serem mais tristes e pesados. Meu nome é Helga Hegarty, e estou no primeiro ano do Ensino Médio. A escola em que estudo é enorme, não me sinto muito confortável aqui. Nesse lugar colossal, só tenho três amigos, pois sou muito tímida. E estou gostando de um menino daqui, mas ele nem deve saber que eu existo. Bem, vamos mudar de assunto.

   Na escola existe uma floresta. Todavia, ninguém pode entrar nela, não sei por quê, mas aqui ordens são ordens. Há uma lenda sobre ela: "Quem entrar nessa floresta, nunca mais retornará!", eu não acredito muito nisso, mas as punições são severas demais, então prefiro ficar longe dela, de qualquer maneira.

    Minha aula terminou. Como minha casa fica um pouco distante, minha mãe comprou um carro para eu ir e voltar da escola. A caminho do estacionamento, ouço alguém chamando meu nome, é minha amiga Vivian. Ela me alcança e pergunta:

   — Com quem você vai fazer o trabalho de Biologia?

   — Ainda não tenho ninguém. Por quê?

   — É porque eu estou sem parceiro. Vamos fazer juntas?

   — Vamos, sim. Mas, menina, mudando de assunto, você viu como ele estava lindo hoje?

   — Oh, meu Deus, você ainda não esqueceu esse menino? — ela dá uma risada. — Amanhã eu vou apresentar vocês dois! Já que você não tem coragem, eu tenho.

   Fico corada, meu rosto esquenta e parece que vou derreter.

   — Você adora fazer isso, não é?!

   Nós rimos bastante. Depois de alguns minutos nos despedimos e ela volta pelo caminho de onde veio. Ligo o carro e parto a caminho de casa. Quando chego, tenho que fazer comida, pois moro sozinha. Na verdade, tenho quatro gatos e dois cães. Almoço rápido para chegar a tempo no curso de Gastronomia.

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   Já é dia novamente. Estou nervosa por causa do que a Vivian disse. Não consigo tomar meu café da manhã direito e parto em direção à escola.

   Chegando no estacionamento da escola, avisto Vivian correndo em direção ao meu carro. Fico mais nervosa ainda. Ela chega e diz:

   — E aí, pronta?

   Minhas mãos tremem.

   — Pronta para o quê, srta. Vivian? — pergunto, rindo, para disfarçar.

   — Ora, pronta para a sua grande apresentação!

   Eu fico paralisada. Meu rosto esquenta.

   — Ah, si-sim, entendo. Até esqueci disso.

   Droga, gaguejei, ela vai perceber que menti.    

   — Mentirosa!

   Ela ri. Droga, ela realmente percebeu. Meu rosto aquece mais.

   Depois dessa cena, caminhamos juntas no jardim em direção à entrada da escola.

   Estamos chegando perto da porta, quando avisto uma pessoa bem no meio desta.

     É ele! Começo a tremer imediatamente. Estamos chegando mais perto, e vejo que ele esconde algo atrás de si. Meu rosto se encontra corado quando finalmente chego à sua frente. Ele estende a mão para mim, e eu, com muita dificuldade, pego sua mão e ele deposita um casto beijo em meus dedos. Um arrepio súbito percorre meu corpo. Vou surtar. Ele finalmente movimenta a mão esquerda que está atrás de suas costas, e então revela o que tem escondido.

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