Na manhã seguinte, acordei e Valerie ainda dormia enroscada a mim. Beijei o topo de sua cabeça e tentei sair sem que ela acordasse. Eu ainda tinha um presente para ela, queria preparar tudo a tempo.
Já estava terminando quando ouvi o barulho vindo do andar de cima, provavelmente logo ela desceria. Fiquei parado ao pé da escada, quando ela surgiu com o rosto amassado, usando minha camisa que lhe caía perfeitamente bem.
―Bom dia, dorminhoca!
―Bom dia.
Ela desceu até mim, enlaçando meu pescoço, a girei e carreguei até a sala de jantar, com a mesa de café posta.
―Uau! Alguém andou trabalhando aqui ― ela disse enquanto a colocava no chão.
―Você merece o melhor.
Ela sentou e eu fui pegar a melhor parte da manhã. Voltei com um pequeno baú, ela me olhou curiosa.
―Seu presente.
Esperei que abrisse, seu rosto estava surpreso e ainda mais sorridente, se é que isso era possível.
―São nossas conversas?
Assenti.
―Tudo aí, bilhetinhos, mensagens, e-mails... tudo que trocamos ao longo desse primeiro ano, além de algumas fotos também.
―Um livro nosso?
―Sim, do nosso primeiro ano.
Ela pulou em cima de mim, cobrindo meu rosto de beijos.
―Você é maravilhoso!
―Acho que vou fazer um desses por mês, já que ganho esse amasso matutino.
Ela gargalhou.
―Agora vamos comer.
―Sim senhor, depois terei tempo para ler tudo isso.
―Podemos ler juntos.
Tomamos café da manhã, depois fomos para piscina, Valerie queria tomar sol e eu só queria ficar perto dela. Até que ela se virou para mim, com um olhar reflexivo, quase distante.
―O que houve, amor?
―Eu...
Abaixou os olhos e comecei a me preocupar. Cheguei perto o suficiente para segurar seu queixo, fazendo-a olhar para mim novamente.
―Diz.
―Quero um filho seu.
―Você está falando sério?
Ela assentiu tímida.
―Amor, isso é maravilhoso! ― falei animado. ― Tudo que mais quero é uma pequena Valerie andando por aí.
―Ou um pequeno Rico.
―Sim, sim. ― Dei um selinho e segurei seu rosto. ― Mas por que você parece tão tímida com isso?
―Porque eu nunca tinha realmente pensado nisso ― confessou. ― Não antes de nós dois. Ter filhos nunca pareceu um sonho para mim, como eu sempre via em algumas mulheres. É estranho de dizer isso.
―Talvez você apenas soubesse que nenhum dos trastes merecia ser pai do seu filho.
―Você está bastante convencido.
―Não, estou falando sério. ― Toquei seus cabelos. ― Também nunca tinha pensado nisso, até você se tornar a minha esposa. Percebi que só quero ter filhos com você.
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Confissões de um Traste (DEGUSTAÇÃO)
RomansaEles completaram um ano de casados e concordaram que é a hora de tentarem seu segundo filho, já que Pedrinho está grande e eles querem passar a um novo estágio da relação. Mas o passado de um ex-traste volta a todo vapor e um vendaval se instala na...