CAPÍTULO 05 - RICHARD

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Na manhã seguinte acordei cedo para comprar os pães e chineques frescos na padaria, ainda estava sonolento e com uma leve dor de cabeça, resultado da minha bebedeira excessiva ontem a noite. 
Quando estava atravessando a rua, encontro a patricinha saindo da padaria, a mulher estava péssima. Ela se apoiou na parede, inclinando o corpo para frente, vomitando na calçada. 
Mas que porra é essa? Ela está passando mal? 
Ignore Richard, não é problema seu! 
Continuei andando em direção a padaria, mas a mulher gemeu, vomitando novamente. 
Cacete, não vou ajudar… 
Ela deixou cair a sacola de pães no chão, a mulher meio que cambaleou para trás, quase desmaiando na calçada. 
Eu sou um idiota, não quero ter contato com a moça, mas neste exato momento estou correndo até ela para ajudar de alguma maneira.

— Ei… — seguro-a para manter o equilíbrio. — Você está bem?

— Meus… — ela voltou a vomitar.

Merda, segurei no seu cabelo, eles eram macios e sedosos, meus dedos escorregaram facilmente entre os fios. O perfume dela era maravilhoso, uma mistura de maçã com rosas, um aroma diferenciado e delicioso.

— Procure controlar a sua respiração.

— Desculpa; — murmurou, limpando a boca com o dorso da mão. — Eu já estou melhorando.

Balancei a cabeça. 
Ela estava com a pele amarelada, com os lábios roxos e muito trêmula.

— Acho meio improvável, você está péssima e acabada.

— Que gentileza; — ironizou. — Você sempre educado e cortês.

— E você sempre entrando no meu caminho, não quero nenhum envolvimento com você.

A mulher puxou o seu braço e mesmo com uma aparência abatida, ela era exuberante. 
Diana abriu a boca e por um momento me perco naqueles lábios.

 — Eu não pedi a sua ajuda! — ela abaixa-se para tentar pegar a sacola, mas acaba cambaleando novamente.

— Droga, mulher… — envolvi o meu braço ao redor da sua cintura, puxando-a para mais perto. — Você vai desmaiar a qualquer momento, é melhor levá-la até a floricultura.

— Não precisa, eu posso ir sozinha.
 
Arrisca, teimosa e orgulhosa, típico de mulheres que com uma personalidade forte.
 
— Você está vomitando até às tripas no chão, está quase caindo, mal consegue parar em pé.

— Eu estava ótima até você chegar com seu mau-humor e a sua grosseria. — Diz ríspida. — Não preciso e não quero a sua ajuda.

Beleza, Richard. Você nem queria ajudá-la mesmo, apenas ignore essa loira maldita!

— Certo. — solto-a. — Até mais…

Entrei na padaria, pedi oito pães e cinco chineques, peguei alguns doces caseiros também, evitando pensar na mulher que está passando mal lá fora. Você já ouviu o ditado: “nunca faça para os outros o que você não gostaria que fizessem para você”. Bom, é um ditado muito popular e tenho certeza que a maioria das pessoas já ouviu, mas para mim não é tão fácil colocar em prática, não gosto de insistir ou ficar batendo na mesma tecla. Quando a minha esposa e filha morreram, aprendi a viver sozinho, a lutar sozinho e vencer um vício maldito sem apoio de ninguém, infelizmente vivemos em um mundo onde é cada um por si, não nos preocuparmos com os outros, essa é a realidade. E para ser honesto? Não quero me preocupar com ninguém, não quero a responsabilidade dolorosa de amar novamente. 
Após a minha compra, saí da padaria. E para o meu “azar” a mulher ainda estava encostada na parede, ela mantinha uma respiração pesada. Evitei encará-la por muito tempo, seguindo o meu caminho, até que…

A Patricinha e a Fera. ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora