Eu cobiço objetos alheios.
Essa é uma das minhas características terríveis, embora eu colecione algumas coisas boas sobre mim. Por exemplo, eu sou viciada em tudo que diz respeito aos anos 80, a melhor década que o mundo já viveu e que eu nem estava lá para aproveitar. Cultivo notas exemplares e um selo de nerd irrevogável dado pela estratificação social da Quirky High School. E também oscilo muito entre o humor de uma garotinha amorosa ao humor do mais terrível dos ogros de Saint City. Mas apesar de ser tudo isso, eu preciso dizer que a minha maior e mais assustadora mania é cobiçar objetos alheios.
Meu último objeto de desejo foi a jaqueta dos Tornados de Ridley Scott, a lenda do time de futebol americano da Quirky, conhecido intimamente como: meu pai. Meu pai foi o único cara na Quirky a usar o número um. Ele foi tão espetacular no que fazia que, depois dele, nenhum outro jogador ousou pegar o mesmo número. Aquela jaqueta carregava histórias, principalmente a história de amor dele com a minha mãe que começou no colegial. E ele havia me dado a jaqueta, apenas passado o bastão para mim, como se eu fosse a pessoa mais digna do universo a poder usar aquele manto.
Mas o meu atual objeto de desejo é algo muito menos simbólico e mais simples. Certo, é simbólico para mim, mais do que para qualquer outra pessoa no mundo. Eu queria e precisava ter a camisa xadrez de flanela preta e vermelha de Ben Jon Bullock o mais rápido possível. Eu estava planejando ganhá-la de presente de natal.
A primeira vez que Ben Jon Bullock usou aquela camisa foi no feriado de ação de graças. E foi a primeira vez em que eu estive olhando para ele com todo o meu coração. Antes, Ben Jon era só o meu vizinho, atual capitão dos Tornados - o time de futebol da Quirky - e o cara que havia me beijado pela primeira vez em toda a minha vida no telhado da minha casa em um dia de chuva de verão.
Mas depois de todas as músicas dos anos 80, de todas as laudas da minha tese, de todas as amostras que eu vinha acompanhando, Ben Jon era o meu melhor experimento: ele era o meu atual namorado. E foi vestindo aquela camisa de flanela, no final do jantar de ação de graças, que nós realmente concordamos em oficializar e rotular a nossa relação no mais alto grau do clichê adolescente.
Não na frente de toda a minha família e do pai dele, obviamente. Porque a minha casa estava realmente lotada naquela noite. Éramos doze pessoas no total, se contássemos com o Seed. Ah, Seed - tradução de semente - é o meu irmão. Ou irmã. Como ele ainda não tem nem forma e está vivendo dentro da minha mãe e se parece mais com uma semente do que com uma pessoa, eu e o papai o chamamos de Seed. Então, com ele, éramos doze pessoas enfiadas na nossa sala de jantar aconchegante para o dia de ação de graças.
O papai estava sentado na ponta, como se ele fosse o rei. Na verdade, ele parecia mesmo. Porque ele tinha aquela pose militar de uma vida inteira servindo às forças armadas americanas. Mas dava pra ver, pelo modo como ele sorria para a minha mãe e pegava na mão dela, sentada à sua direita, que ela conseguia desmanchar aquele ar durão na primeira oportunidade que tinha.
Depois, sentada do lado esquerdo do meu pai, estava a vovó Roxanne Scott. Ela era a melhor cozinheira da nossa família. E graças a ela, tínhamos o melhor jantar de ação de graças da vizinhança. Ah! Geralmente era eu que me sentava ali, mas não naquela noite, não com meus convidados especiais.
Os Bullock. Mark Bullock e Ben Jon Bullock, nossos vizinhos. Ele nunca comemoravam nenhuma data especial porque a sra. Bullock havia morrido anos atrás em um acidente de carro. Aquela era a primeira vez que eles aceitavam participar de uma comemoração. Então eu fiz questão de me sentar ao lado de Ben Jon, quase no fim da mesa, a qual Mark era o último homem.
Ainda no centro da mesa de jantar havia o vovô e a vovó Reed e a tia Jojo. Tradicionalmente nós comemoramos ação de graças e natal na antiga casa da minha mãe. Mas naquele ano eu havia feito uma força tremenda para nos reunirmos todos lá em casa. Com isso, ainda pudemos chamar o tio Jeff McCall, amigo antigo dos meus pais, e a família dele, o seu filho de seis anos, Thed e sua mulher intragável Lyla.
Mas naquela noite, Ben Jon parecia tão feliz e os sorrisos dele estavam tão grandiosos que todas as covinhas mais bonitas de seu rosto pareciam me saudar. Por isso, eu decidi internamente que estava cobiçando duas coisas ali. A camisa xadrez que ele estava usando e ele próprio.
BEM VINDOS AO SEGUNDO LIVRO DA MAY ROSE:
A CONTINUAÇÃO DE "DEPOIS QUE O AMOR ACONTECE"
Notas importantes: Inicialmente os capítulos serão postas às Terças, Quintas e Sábados. Mas dependendo do ritmo de leitura poderei voltar a incluir os domingos como dia de postagem. Espero que se divirtam lendo como tenho me divertido escrevendo.
Sobre o post de hoje: O PRIMEIRO CAPÍTULO SERÁ POSTADO A NOITE. Ou seja, teremos post duplo! Então sejam boazinhas e bonzinhos com a prévia que já postei no final do primeiro livro e façam ela acontecer!
Obrigada, mais uma vez, por estarem comigo nessa!
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Para O Amor Durar | 2 | AMAZON
Teen FictionLIVRO 2 DA SAGA COM AMOR, MAY ROSE. Completo na Amazon: https://www.amazon.com.br/dp/B08CY6SRPM Copyright © pricillacaixeta 2017 →← A ideia de que os opostos se atraem romanticamente nunca pareceu ser verdadeira para May Rose Scott, a especial...