CAPÍTULO 19: Chuva

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      O médico tinha confirmado minhas suspeitas: Meu braço estava quebrado.
      Ele o enfaixou e deu alguns remédios para mim tomar para quando eu sentisse dor, e me obrigou a ficar na cama, como se meu pé estivesse quebrado e não meu braço, isso me irritou. 
      Pablo não saiu do meu lado, até parecia que eu estava a ponto de morrer. E pra acabar uma tempestade estava vindo pra essa região. ótimo agora vou ficar aqui preso com Pablo.

— Está dizendo na TV que a tempestade vai durar três dias! — Falou Pablo colocando outro travesseiro na cama!

— Três dias? Meu Deus, três dias eu aqui com você. — Falei desesperado.

— Você fala como se fosse algo ruim! — Ele disse com malícia.

— É a pior coisa, ficar preso com você aqui!

— Aé? — Ele me olhou nos olhos. — Você ter certeza? — Ele foi chegando mais perto, eu senti o hálito dele, isso me deixou tonto. Seus lábios tocaram os meus, então eu decidi fazer algo imprudente, puxei ele para mais perto com meu braço quebrado!

— Ai, meu Deus que dor.  — gritei.

— Vítor, mais cuidado. — Ele ria. — Vou pegar um remédio pra você!

      Ele saiu e eu fiquei pensando em como ele podia mexer tanto comigo. Eu estive a ponto de arrancar a roupa dele e transar com ele aqui mesmo. Mas qual seria o erro disso? Até porque fomos namorados ou ainda somos, nem sei oque somos agora. Mas eu estava sendo injusto comigo mesmo, e com a própria filha dele, essa criança. Eu sei o que é ter um pai ausente. Meu pai foi ausente por tanto tempo. Se estivesse nas minhas mãos essa criança não ia ficar sem pai, mas não garanto que vai continuar com a mãe.
      Eu levantei da cama não aguentava mais ficar deitado. Fui até a sacada que tem no quarto e observei o tempo. Grandes nuvens negras estavam se formando, o vento estava forte balançando as folhas das árvores, e desarrumando meu cabelo, estava começando a ficar frio, me abracei pra manter a temperatura do meu corpo. 

— Aqui está você! — Pablo veio por trás e me abraçou. Eu senti seu calor e fechei os olhos.

— Tudo isso aqui é lindo não é? — Eu assenti com a cabeça. — Sabe como nosso avô conseguiu tudo isso?

— Não, você sabe?

— Claro, meu pai sempre me contou essa história! — Ele cheirou meu pescoço me fazendo arrepiar todo. — Ele trabalhava aqui a muito tempo, morava na casa que ficava ali no quintal, hoje destruída claro! — Ele apontou para algumas árvores, ainda era possível ver os destroços de uma antiga construção . — A fazenda estava falindo, então o patrão dele demitiu todos os empregados, nosso avô amava essas terras e então ele a comprou, ele levou muito tempo para arrumar o dinheiro pra pagar as terras, veja, ele poderia ter perdido tudo e ter feito um mal negócio, mas não foi assim, se ele tivesse desisto do que ele amava, então nada teria feito sentido.

      Meu avô poderia ter perdido tudo e por sorte não foi assim. Meu avô lutou até o fim e não desistiu do sonho dele, talvez eu também devesse lutar pelo meus sonhos, e não desistir de Pablo.
      Ele beijou meu pescoço e deslizou sua mão no meu braço! Me arrepiei todo, eu senti algo duro roçando a minha bunda. O que me deixou mais louco. Me virei de frente e agarrei ele. Quando toquei os lábios dele a adrenalina passou sobre meu corpo, eu apertava ele queria o sentir por completo!
Pablo segurou minha cintura.

— Você disse que séria chato ficar aqui comigo! — Falou ele ainda me beijando.

— Foda-se oque eu falei! — Eu levantei a camisa dele, mas fiz uma careta quando meu braço começou a dor, ele percebeu. E parou o beijo.

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