Noto-me no reflexo do espelho,
Sinto-me vazio e frio. Inconstante. Desconexo.
Um borrão cinza que se move sem razão.
Inanimado como um espantalho.Deixo minha cabeça cair, até apoiar-me no vidro,
Encaro o fundo dos meus olhos, profundo.
Por mais que eu afunde no poço, não há um fim.
Apenas o sentimento de vazio, assim, sozinho.Deixe-me fugir de mim mesmo...
Os instantes se amontoavam uns sobre os outros.
Eternidades sobrepostas.
Realidades transpostas lado a lado.
Emanando da minha própria imaginação.Deixe-me fugir de mim mesmo...
Noto-me no reflexo, olhando para o vazio infinito:
Eu mesmo.
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Et sanguis in umbra
PoesieUm livro curto de poesias e prosas que vão do horror, ao gótico, à tristeza, melancolia, depressão, até o último estágio da dor humana. De passagens filosóficas à pura passagens de tristeza profunda. Aqui jaz toda a dor e agonia de um ser que descob...