Apenas por um momento

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Noto-me no reflexo do espelho,
Sinto-me vazio e frio. Inconstante. Desconexo.
Um borrão cinza que se move sem razão.
Inanimado como um espantalho.

Deixo minha cabeça cair, até apoiar-me no vidro,
Encaro o fundo dos meus olhos, profundo.
Por mais que eu afunde no poço, não há um fim.
Apenas o sentimento de vazio, assim, sozinho.

Deixe-me fugir de mim mesmo...

Os instantes se amontoavam uns sobre os outros.
Eternidades sobrepostas.
Realidades transpostas lado a lado.
Emanando da minha própria imaginação.

Deixe-me fugir de mim mesmo...

Noto-me no reflexo, olhando para o vazio infinito:
Eu mesmo.

Et sanguis in umbraOnde histórias criam vida. Descubra agora