Segure essas asas partidas

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Eu posso voar como um pássaro, mas não no céu,
Me perco, mas sempre retorno.
Que morre, mas sempre renasce
como a fênix que renasce da própria cinza
sou um pássaro negro que voa em liberdade.

Amigo inseparável do caos,
opositor do acaso.
Amante do destino, ainda incerto.

Em meio as sombras de poeira:
A verdade – sim, eu a vejo.

Eu encontrei uma porta secreta
na minha mente.

Ouço uma voz me chamando
incessantemente:
uma melodia sinistra.

Sem um mapa, sem um guia,
eu voo pelo desconhecido.
Em liberdade pelo infinito do céu,
pelo impossível e por toda a eternidade.

Pela imaginação, pelo sonho,
encarnação.

A realidade não é física e imutável,
não posso distinguir
o sonho da realidade.
Sonhos não existem,
somente realidades infindáveis
empilhadas umas sobre as outras.

Alguns veem monstros,
outros veem pessoas.
Eu vejo ambos.

Através da porta eu os ouço cantar
a mesma melodia sinistra.
Um suspiro melancólico,
um sussurro assustador.

Quando a consciência se torna um tormento,
o pesadelo se torna realidade.

Como um pássaro enjaulado,
sou um anjo caído
que traz a luz.

Como um Deus,
caminho sozinho pela multidão sem rostos.
Minha voz se afunda continuamente
nas profundezas de um sonho sem cor.
Propagando-se como música
aos ouvidos dos miseráveis.
Somente os mortos podem me ouvir,
me ver.

A salvação,
a sentinela que desperta.
Seguro a verdade como uma tocha,
sombras tremem à minha frente.
Os mortos ouvem a minha voz
enquanto seguem a corrente de pensamento,
até que o silêncio se acabe.

Essas grades não me prendem
todas são oportunidades,
o impossível não existe para mim.
Eu voo em liberdade pelo infinito do céu,
na escuridão da minha mente.

Et sanguis in umbraOnde histórias criam vida. Descubra agora