Sou a chama

16 2 0
                                    



a luz e o calor
num quarto escuro.

Trago a segurança
e a serenidade,
sanidade.
Refúgio.

Sabedoria.

Sou o barco à deriva
a âncora
num oceano agitado.

O vento que empurra a vela
dos grandes navegadores,
descobridores de mundos.

Filosofia,
método científico,
Resposta.

Também sou a dúvida,
o impulsionador de novas questões,
a busca pela resposta.
A busca pela verdade.

Educação.
A rede da conectividade.
Oportunidade.

A criatividade que,
rebelde como é
canta sua essência.

Sou a revolução,
a locomotiva da história.

A raiva dos oprimidos.
O punho direito ao ar.

Sou o segundo de revolta
o despertador do gigante,
o relógio que movimenta a história.

Sou o Cosmos.

Mas, negando qualquer conceito básico de dualidade,
esquecendo o yin e o yang,
sou o caos.

O desastre e a desgraça,
a tinta vermelha que mantém a história.
O rosto de um desaparecido.
Sou o prazer da crueldade,
a dor e a tirania.
O que esmaga e o que destroça,
aquele que,
com o poder,
se torna o destruidor de mundos.

Sou a tristeza e o luto.
A morte e o esquecimento.

Cigarro que mata aos poucos.

Confusão.
Transtorno mental.
Sou o que corrói a mente,
o amigo imaginário,
a plateia invisível que dita tua vida.

A paranoia.
Homicídio e suicídio.
Atrocidades.

Arte destrutiva.

Sou a inquietação do infeliz,
o livro de Sartre.
A ideia que destrói paredes,
demônio de Maxwell.
Tua máscara.
A mentira.
Alienação.
Tirania.

O
caos
que
cria
a
complexidade.

Ouça o coração a pulsar,
é aí que estou.
Sou o teu prazer,
e o teu gênio maligno.

Et sanguis in umbraOnde histórias criam vida. Descubra agora