Eu encontrei uma porta secreta
na minha mente
que eu não consigo passar.
Ouço a sua voz me chamando
incessantemente:
uma melodia sinistra.
Através da porta
eu te vejo dançando
com o mesmo vestido branco,
com o mesmo batom vermelho.
Deixe-me provar o vinho em seus lábios.
Seu beijo é um veneno
e você está me matando.
Esse é o fim,
ou apenas o começo
da nossa realidade
de mentiras eternas.
Não há como distinguir
o sonho da realidade.
Sendo assim,
Os sonhos não existem.
Existem somente realidades infindáveis
empilhadas umas sobre as outras.
Existem vários níveis
que se sobrepõem.
Alguns vêem pessoas,
outros vêem monstros.
Eu vejo o vazio.
Em meio as sombras e cinzas:
a verdade.
O mundo vem caindo lá fora,
mas eu sei que posso abrir a porta.
E através dela
eu te vejo cantando
a mesma melodia sinistra:
um suspiro melancólico
e um sussurro assustador.
Você desapareceu
no segundo seguinte
e eu me deparei com o infinito.
Eu sempre estive sozinho.
Esse é o fim,
ou apenas o começo
da nossa realidade de mentiras eternas.
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Et sanguis in umbra
PoetryUm livro curto de poesias e prosas que vão do horror, ao gótico, à tristeza, melancolia, depressão, até o último estágio da dor humana. De passagens filosóficas à pura passagens de tristeza profunda. Aqui jaz toda a dor e agonia de um ser que descob...
