Quando eu tinha 9 anos, pensava muito no meu próximo aniversário. Queria ganhar um carrinho, um celular, ou até mesmo uma festa surpresa, sei lá. Mas enfim, resolvi deixar essa história pra lá.
O tempo foi passando e eu fui me esquecendo dessas idéias. Os professores também me ajudaram a esquecer disso, com o tanto de lição que passavam, é claro.
Um dia, quando cheguei em casa, ia caminhando para o meu quarto (pelo menos esse era o meu rumo), mas parei em frente a porta do quarto dos meus pais e comecei a ouvir a conversa deles.
- Mas ele não pode saber. - disse meu Pai.
- Ok. - concordou minha Mãe.
"Do que e de quem eles estavam falando?", pensei comigo mesmo. Saí dali antes que percebessem que eu estava ouvindo tudo. Daí em diante, todos os dias eu perguntava o que estava acontecendo naquela casa. Todos estavam estranhos comigo, até mesmo meu Cachorro.
Algumas semanas depois, o dia do meu aniversário chegou. Eu não estava afim de comemorar, então liguei para o meu melhor amigo, Murilo, para ver se ele queria brincar na rua.
- Oi Murilo, beleza? Então, você quer brincar na rua comigo? - perguntei na esperança de que ele dissesse "Sim!".
- Oi Pedro. Então cara, hoje não vai dar, desculpa. - disse ele.
- Tá bom, falou. - desliguei o telefone e fui brincar sozinho na rua.
Passei a tarde toda de bobeira, foi bem legal.
Quando começou a escurecer, fui pra casa. Estava tão escuro do lado de fora, que achei que tinham saído e me trancado lá fora, mas fui mesmo assim. Abri a porta, passei pela sala e pelo banheiro e nada, quando cheguei na cozinha, acenderam a luz e gritaram "Surpresa!". Estavam todos lá: meu tio Arnaldo, o Murilo, minha Irmã, entre outros amigos e familiares.
"Então era por isso que todos estavam estranhos comigo", pensei.
A festa foi bem legal. Comemos, conversamos e brincamos (no caso eu e o Murilo). Ganhei vários presentes, mas o melhor deles foi a surpresa que me fizeram.
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Projeto Pedro e o Diário
Teen FictionEstes textos fazem parte do projeto escolar "Pedro e o Diário"