Ensaios de um cientista escritor

Para escrever basta querer?

Estou inciando esta sessão de ensaios como uma forma de me aproximar mais de meu "autor interior". Escrever nunca foi muito natural para mim. Até onde me lembro uma de minhas situações escolares mais angustiantes foi uma redação. Nesta redação eu e meus colegas de classe deveriamos criar uma espécie primitiva de conto, uma história de bem contra o mal, deste aquele tempo eu tinha um amor irrefreável por tais história,mas uma falta de habilidade infantil me fez congelar: Como criar uma história de, no máximo, 30 linhas quando na verdade minha imaginação me levava por um mundo inteiro de criação?

Nada neste mundo imaginário era elaborado. Na verdade era um amotoado de clichês, seguindo um mito do herói televisivo, mas para mim era meu íntimo revelado era saber como que eu imaginava e sonhava. E revelar tanto naquela idade foi assustador, a tal ponto que fui o último a sair da sala. As professoras estavam furiosas, e para mim só restava encarar as 30 linhas em míseros minutos. O resultado foi, que o gosto pelas palavras minguou e o contato com o imaginário se potencializou. Talvez essa minha imaginação fértil me aproximou do abstrato da matemática a uma distância íntima, talvez meu gosto por uma verdade que fosse extrínseco a mim fosse revelador. Fosse o que fosse eu fui arrebatado pelas ciências naturais. Só havia um problema: quanto mais próximo se tornavam as ciências naturais da minha alma e do meu entendimento, mas horroroso era ter que explica-lá a outra pessoa, era novamente reviver aquele trauma de revelar o que fazia parte de minha alma. Porém as ciências me ajudaram a mostrar que a verdade e a natureza são uma só, e que não preciso temer a incosistência dos erros que vinhessem a aparecer. Errar é necessário.

Hoje, mais maduro e consciente de meu potencial, estou ciente que me tornei um cientista de fato (quem diria?), e luto com força e dedicação para desenvolver o meu desvelo para com a escrita. Já que Victor Hugo escreveu uma vez: "Chateaubriand ou nada", pretendo dizer com minhas próprias palavras, e com o auxilio deste e de outros gigantes,"Victor Hugo ou nada!". Para minha pergunta título o que posso dizer? Para escrever não basta apenas querer, como eu bem percebi na minha prova de redação onde tudo que eu queria escrever não resultou em nada. Portanto o que ficou sobre este tema é que,para escrever tem que escrever.