CAPÍTULO 21: Palavras machucam

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      Eu estava deitado outra vez na cama. Fazia uma semana que eu não via Pablo, eu estava certo, não vi mais ele. Ele não me atende, não respode minhas mensagens, nada!
      Mas eu não ia ficar de braços cruzados esperando ele cair do céu, não mais.
      Eu decidi ir pra escola, eu fugia para lá todas as manhãs, isso tomava todo meu tempo livre, boa parte dele. Marta sempre estava ausente concentrada nos seus livros, e quase não falava comigo.

— Olha como você está lindo! — Meu pai falou quando eu estava descendo a escada.

— Bom dia pai, o senhor não devia estar trabalhado?

— Me deram folga hoje.

— Ah.

— Bom dia filho.

— Bom dia mãe.

— Por que essa cara? Você não me parece bem!

      E não estava mesmo, eu queria gritar isso.

— Eu estou bem, só não durmi bem a noite!

— Ok!

      O bom dos meus pais é que eles me entendem e não fazem milhões de perguntas, perguntas pelas quais eu não teria respostas.
      Tomamos café, um evento silêncioso, ninguém tinha oque falar, de alguma forma minha família estava sofrendo junto comigo, e eu não gostava disso.

      Eu estava no mundo da lua dentro da escola, pensando em Pablo.

— Você ouviu o que eu disse ? Vítor? VÍTOR!

— O que?

— Você estava a onde? Eu estava falando com você!

— Desculpa, eu estava pensando! — Falei olhando para o chão, em curtas ocasiões eu olhava para o rosto de Marta. Nós estávamos na cantina!

— Pablo não é?

— Sim.

— Como vocês estão? — Perguntou ela se sentando no muro.

— Não sei, eu não vejo ele a uma semana! — Ela viu minha frustação. Eu lutei pra parecer indiferente a toda aquela situação.

— Que diacho de namorado Pablo é? Meu Deus como ele ousa te deixar assim. — Ela me puxou pro muro!

— Não somos mais namorados! — Aquelas palavras doeram no meu peito antes de sair.

— Não fica triste, tenho certeza que te um monte de cara que mataria pra estar com você, olha pra você, é lindo, e tem uma bunda que eu invejo. — Eu ri.

— Eii, não exagere!

— Mas enfim, nossa vida era perfeita antes desse Pablo se apaixonar por você, se não fosse por ele você hoje estaria com o Carlos, ele sim é um homem!

— Ah claro que é. — O sarcasmo dominava minha voz. — Esta na hora se você saber o que o seu lindo amigo fez. — Eu respirei, e então comecei a falar. — Carlos tentou abusar de mim. — Marta ficou branca como papel!

— Como Vítor? Não pode ser!

— Ele até me bateu, coisa que eu nunca pensei que ele fizesse.

— TE BATEU? ELE FICOU LOUCO DE VEZ? QUANDO EU PEGAR AQUELE PESCOÇO DELE!

— Marta ta todo mundo olhando. — Eu a adverti. — Mas a culpa não é dele, ele estava apaixonado por mim, e por causa de Pablo nada aconteceu com nós. — Falei dando de ombro.

— EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ DEFENDENDO ELE VÍTOR, VOCÊ ESTÁ LOUCO? ELE TENTOU ABUSAR DE VOCÊ, NADA JUSTIFICA. — Os gritos estéricos de Marta fez todos da escola pararem e olharem seu espetáculo.

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