Capítulo 2 - Recomeço

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– Tá bom, pai – bufei e virei os olhos – Eu já entendi

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– Tá bom, pai – bufei e virei os olhos – Eu já entendi.

– Então tudo bem, minha filha – abraçou e beijou-me o topo da cabeça – Se cuide e me ligue assim que chegar, ok?

Assenti e o abracei pesarosa, pela primeira vez quis chorar, porém segurei-me para não fazê-lo.

– Tchau, pai.

– Tchau, Carmen. Te amo, minha filha.

E assim foi. Me afastei de meu pai e entrei no portão de embarque. Minha "nova vida" estava prestes a começar, no caso recomeçar.

Eu havia me tornado um pequeno caos nos últimos meses, agora estava sendo mandada morar com meus avós no estado do Tennesse. "Colégio Interno ou ir morar com seus avós", ainda lembro de meu pai dizendo essas palavras. Claro que não iria para um colégio interno, fala sério, seria o fim definitivo de minha vida.

Me sinto triste por estar deixando Nova York, deixando meus amigos, deixando coisas boas que vivi. Agora só preciso aturar essa situação em que me pus, em breve farei dezoito anos e serei maior de idade... E bom, me mandarei o mais rápido possível daquela cidade.

– Esse é seu quarto, Carmen – disse meu avô, um homem bem aparentado, muito parecido com meu pai – Espero que goste da cor vermelha – ele não era de falar muito, outra coisa qual meu pai também aparentava.

– Ah, eu adoro, muito obrigada – sorri meiga.

Observei o local espaçoso ao meu redor, cheio de cores vibrantes e felizes. Usava esse quarto quando vinha passar férias de verão, anos atrás. Pelo visto, eles achavam que eu ainda tinha nove anos, ri internamente.

– O jantar é às oito – informou meu avô, apenas assenti e ele saiu do quarto. De repente volta – Ah! Esqueci de uma coisa, você já está matriculada no colégio, as aulas começam amanhã às oito. Seu pai adiantou a papelada de transferência, está a parte de tudo?

Soltei um suspiro assentindo, pois não sabia nada sobre essa nova escola. Parece que meu pai fez um bom trabalho ao se livrar de mim, agilizou tudo tão rápido.

– Ok, entendi. Às oito.

Assim sendo meu avô saiu, o escutei descendo as escadas da grande casa.

Sentei-me em minha nova cama – que por sinal era de casal – e recapitulei toda a merda que passei na última semana.

Meu pai descobrindo os pequenos entorpecentes em meu quarto, descobrindo sobre as bebidas, sobre os amigos traficantes, as más companhias, as festas torpes... Porém quando eu fui presa por causa de ter roubado um carro policial com alguns amigos, a coisa ficou séria. Ele pirou. "Sou um homem de negócios, isso não é nada bom para minha imagem". Sim, ele só pensava no que os outros pensariam e por um lado ele estava certo. Não o culpo por ser assim.

Jogando Perigosamente | Jake GyllenhaalOnde histórias criam vida. Descubra agora