Capítulo 21- Em busca da Liberdade

124 10 0
                                    

Corremos até num poder mais , pois temíamos que estivessem atrás de nós , eu tava todo ferido e num sei o que foi , mas a minha perna tava toda ferida e eu num tinha força nela , os meus olhos ardia muito e eu queria muito enxergar o caminho escuro á minha frente , Severo , sabia onde tava nos levando , e ele agia com muita rapidez , eu fiquei espantado com a liderança dele e dos outros que tava do lado dele direcionando o lugar que nós ia , e era muito ruim ver que tudo se acabou e que a liberdade tava tendo um m preço , e o meu era muito alto , eu num sabia como tinha ficado a minha sinhazinha , e me dava desespero só de pensar nela estirada no chão desmaiada , mas eu tinha na minha mente que eu ia voltar para pegar ela , ou mesmo vê como que ela ficou , eu tava deixando as lágrimas correrem livremente pelo me rosto suado , eu num sabia o que era mais certo, aquilo tudo era uma loucura .
Em um trecho da estrada havia cavalos nos esperando e eu pude ver que tinha muito mais negros ,nos ajudando , era gente do quilombo , e tava tudo armado de faca e facão , e alguns carregavam foices,e outras armas que num dera para ver o que era , eu tava mancando e só percebi isso , quando me acalmei mais , porque na hora da correria num tinha como eu ver o que tava me incomodando , e só depois é que vi como eu tava muito arranhado , queimado , mas tava vivo , porque na fuga , muitos escravos foram mortos e o fogo queimou muita gente .

Vi de longe o fogo acabando com a fazenda e só aí eu tive a certeza que jamais havia de ver a minha sinhazinha e eu era um negro fujão , mas eu tava indo porque num tinha mais jeito de ficar se ficasse ia morrer e se fugisse ia morrer , então era melhor tentar fugir com os outros e ficar vivo o quanto eu pudesse ficar .
Tudo que eu queria era me deitar no chão batido da terra , mas parece que eu tava muito longe do que eu queria , era ainda cedo para contar vitória e nós tinha muito o que andar , , a liberdade ainda tava por vir , e a esperança andava junto a nós , , e o meu medo me impulsionava para frente , eu também queria ser livre , e se era dessa forma , eu tava então seguindo até encontrar ela.
A noite corria e nós corríamos também e no correr que as horas se chegava , eu ia junto , e já tava muito além das terras da fazenda e nem sinal de ninguém e era bom , porque íamos ganhando espaço e o alívio , mesmo que breve , aparecia em meu coração apertado pela minha sinhazinha , ela ia ficar bem , era o que eu tava falando para mim baixinho enquanto continuava minha luta pela vida e pela liberdade.

O Dedo de Deus (Obra não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora