Capítulo -23 Entrando em luta

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O chefe do quilombo , Joaquim , precisou de vários negros para sair do quilombo , iam , dar apoio a uma fuga que ia acontecer perto da fazenda onde eu vivia antes , eu já num era o negro ágil , por conta que , na escravidão envelhece-se muito , sem contar a dura vida dos que vivem em cativeiro , eu , era um deles , e olha que tive minhas regalias , pois meu serviço , ficou menos pesado dos que aqueles que vivia nas canas de açúcar , mas eu tinha envelhecido de tristeza , de falta , de amor, de tudo ,mas eu tava vivo e era isso que eu queria , então sabendo dessa empreitada eu me ofereci e, praticamente obriguei eles a me levar , e com muito custo eles aceitaram , e sendo assim , nós , pusemos a nos preparar para a grande viagem , que era perigosa , porque tudo podia acontecer , e eu tava com as ideias de ver a fazenda , ou melhor o que eu queria mesmo era de ver a minha sinhazinha , que já devia de tá casada coma algum nobre fidargo , mas eu precisava ver ela mais uma vez .



Saímos ao raiar do dia , éramos vinte , dois grupo de dez, um ia de um lado e os outros dez , por um outro caminho , que é para num ser seguido caso houvesse algum perigo , porque se houvesse um dava sinal a outro grupo, a mata era grande e extensa e eu num tava enxergando o sol despontar para ver direito , mas sabia que devia ser umas cinco horas , avançamos para onde o sol aos poucos , quando saia nos indicava , paramos por umas horas para nos abastecer com água e com um pouco de comida que era dada pelo responsável pela guarnição de alimentos , comi minha ração como os outros e tratamos de seguir viagem , e chegamos ao nosso destino: Fazenda Arco Verde , lá , por entre as matas , avistamos , muitos negros trabalhando e era trabalho duro , eu olhei para Severo e as veias de seu pescoço parecia que ia pular para fora , de raiva que ele tava , e Joaquim olhava para todos os lados para ver se via alguém , e num demorou muito os outros grupo se juntou a nós , e mais outro de outro quilombo , e eram uns quarenta e todos tavam armados com muitos objetos e tinha até arma usada pelos índios e me deram uma , que era uma faca grande e com ponta , eu nunca tinha visto isto na vida e num tive medo de nada , mas eu num sabia o que fazer com aquilo , eu nunca tinha usado , e Joaquim falou que era para nos defender caso houvesse algum ataque por homens da fazenda . O terreno foi bem olhado por Severo , Joaquim e os demais líderes , eles precisavam ter a certeza de que o caminho tava limpo , e nós só ia atacar de noite , o machado ia arrebentar a senzala , que tava trancada , mas eles já tinham tudo na cabeça e lá na fazenda eles tinham quem tava vigiando e passando o recado , por isso não demorou muito e veio num sei de onde o informante , e deu todo o recado e os líderes , passaram a mandar o que cada um tinha de fazer , eu, ia ter que ficar de vigia pra mode num aparecer nem bicho , nem capitão do mato.

Já era quase meio dia , quando eu saí de onde tava e fui comer um pouco , os homens tava tudo com uma seriedade desconcertante , pareciam preocupados , mas missão era isso mesmo , pensei e se tudo desse certo , como havia de dar , nós tinha mais povo livre . Eu comia em silêncio de boca fechada só pensando em como ir até a fazenda Santa Rosa , eu matutava de um lado e matutava de outro , e por fim cochilei um pouco , e acordei com um berro de um deles que eu nunca vi na vida --- ACORDA, ISSO LÁ É HORA DE DORMIR? , eu me assustei com o negão alto e forte na minha frente , e ele tava muito danado , eu me encolhi todo , mas não de medo que eu num tinha mais medo , eu me encolhi de raiva , de vontade de avançar em cima dele , mas eu queria chegar no meu destino em paz e apenas fiquei mirando ele de cabeça e pé , e quando ele se fastou para o outro canto para ver os outros eu murmurei--- maldito!. então passei a vigiar , olhando para a fazenda ali em frente , mas não tão perto , e confesso que deu até vontade de assoviar , só de birra , mas fiquei onde tava ... quieto ., pois tava todo mundo nervoso.
E chegou a noite , todos se posicionaram para receber as ordens , tinha até negro debaixo da terra, alguns tinham feito um buraco , e se tocaram neles para melhor ficar , e eram muitos homens junto , eu , fiquei do lado de Joaquim e de Severo, eles é que me entendiam e me dava respeito, por que para eles eu era o professor entendido das letras .,

Em poucas horas já se amontoavam , rumo a fazenda , tava só esperando o sinal para avançar , uma parte ia pro lado do rio e a outra ia pela terra , , os que tava na fazenda ia matar o feitor e o capataz , e depois , quem ia matar dava ordem para que a senzala fosse arrebentada e soltasse os negros , e depois eles iam render os donos ou quem tivesse presente , e a ordem era a de matar . e o o duelo , ia começar , todos estavam de arma na mão e eu com a minha , tentando se achegar a ela para me familiarizar , eu que nunca matei um bicho , tava lá de guerreiro dos escravos , sem saber como usar direito aquele enfeite .
Eles começaram a correr , quando meia hora depois fora dado o sinal de partida , esse sinal era um fogo aceso por um dos negros da fazenda e ele arremessava os braços com o fogo no ar em nossa direção , em aviso , e eu vi Severo partir com um pau na mão , parecido com uma enxada das que eu usava para arar a terra , e ele ia com toda a sua raiva seguido dos outros , e eu atrás , me fazendo de valente , , o massacre ia começar e quem num for esperto num se salva , mas eu era um homem de fé , e um homem que tinha um amor para ver e isso me fazia um guerreiro capaz de tudo.


O Dedo de Deus (Obra não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora