Bomba-Relógio

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"O valor do amor está vinculado a soma dos sacrifícios que estás disposto a fazer por ele."

- Ellen G. White

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ROSE

Depois daquele fatídico incidente com Rubi, tomei como costume me afastar de tudo que me levasse a relembrar aqueles estranhos eventos.

Decidi que não queria mais voltar a procurar por respostas.

Tudo que eu havia conseguido é adquirir mais dúvidas e inseguranças. E aquilo estava começando a afetar minha vida de uma forma excruciante.

E também havia o problema de envolver Hugo, Scorpius e Alvo naquilo. Eu havia visto o risco que tínhamos corrido ao visitar a Casa de Veraneio Heaven, e estava determinada a nunca mais colocá-los em perigo daquela maneira.

Se um dia decidisse voltar para lá, eu faria isso por conta própria.

Assim que retomei minhas atividades diárias, logo após minha alta da Ala Hospitalar, me esforcei em distrair minha mente, engajando-me nos estudos e atividades de lazer com dedicado fervor. Isso, por um longo tempo, me ajudou a esquecer de tudo que havia me angustiado até então.

Para minha sorte, minha família e meus amigos me ajudaram muito nessa lenta transição de volta à vida real.

Principalmente Scorpius;

Se, há dois anos, alguém tivesse me dito que eu seria melhor amiga de um Malfoy, eu definitivamente teria gargalhado.

Olha só para mim agora, eu pensava, reprimindo um sorriso.

Contra todas as convenções sociais, havia sido naquele garoto que eu havia encontrado uma verdadeira amizade, que eu nunca sequer havia esperado. Podia contar com Scorpius para tudo, não importava o que. Quantos outros colegas meus teriam a coragem e o altruísmo necessários para fazer o mesmo?

Era por isso que, mais do que aos outros, eu sentia necessidade de protegê-lo do que quer que estivesse me rondando. Nunca me perdoaria se meu único e melhor amigo sofresse por minha causa.

Os professores pareciam surpresos com minha repentina dedicação febril, parecendo mais do que satisfeitos com meu desenvolvimento em suas aulas, e haviam adquirido o costume de elogiar meu esforço diante dos demais.

Obviamente, isso não ajudou a melhorar minha relação com Astrid McLaggen e seu séquito de sonserinos.

Desde o dia do ataque do bebê hipogrifo, ela havia se tornado decididamente insuportável, me sondando irritantemente ao longo do dia, com os olhos faiscantes de ódio.

E, um dia, aquela bomba relógio finalmente explodiu.

- Olha só para ela – ouvi-a sussurrar uma vez, num tom de desprezo – agora que é a queridinha dos professores, age como se fosse a rainha da Inglaterra.

Tapei os olhos quando Hugo virou-se na direção dela, grunhindo.

- Pelo menos ela é de uma família importante – rebateu – e você, McLaggen? Tem o que?

Hugo realmente não sabia ficar de boca fechada.

- Ai, Hugo.. - sacudi a cabeça.

De soslaio, vi Astrid se levantar no banco da mesa da Sonserina, virando-se em nossa direção. Ao longe, vi Alvo e Scorpius trocarem olhares tensos.

- Acham mesmo que esse fingimento todo vai dar certo, Weasley? - ela revirou o olhar, sorrindo desdenhosamente – todo mundo encenando, fazendo de conta que seus pais são pessoas importantes e realmente poderosas? - ergueu a sobrancelha – você até pode colocar uma roupa de vice-ministra numa sangue-ruim... mas ela ainda será uma sangue-ruim.

Gênese - A Saga da Rosa (Temporada I)Onde histórias criam vida. Descubra agora