⌜⌞ Capítulo Seis ⌟⌝

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Sentiram-se no meio de Missão Impossível quando decidiram voltar para a escola. Ambos de esconderam em frente ao balcão, grudados, onde o recepcionista não conseguia vê-los. Rastejando, passaram para uma outra parte do balcão e foram salvos pelo miado do gato de rua que praticamente morava na escola.

O recepcionista levantou e foi até o gato, lhe acariciando e sussurrando frases que terminavam com "docinho" numa voz infantil e ao mesmo tempo muito melosa para o timbre tão grave que era o dele.

Jisung levantou-se e correu nas pontas dos pés até o corredor. E Mark fizera o mesmo. Mas, ao invés de irem para a sala de aula, seguiram para o pátio.

— O que vamos fazer? — quis saber Mark.

— Pegar as nossas coisas. — Jisung respondeu, e foi até a lateral do principal prédio da escola, onde tinha as janelas.

Mark percebeu, enfim, o quão bom era estudar numa sala do térreo. Porque viu Jisung aproximar-se da janela da sua sala, e observar a professora de costas escrevendo no quadro. Agarrou a mochila que estava jogada na cadeira, perto da janela. Depois de jogá-la no chão do pátio, pediu com sussurros para que passassem a mochila de Mark, e não hesitaram em assim fazer.

Por mais que achassem Jisung esquisito, eles tinham um certo medo do garoto, e SungBee fazia daquilo uma arma.

— E aqui estamos nós! — jogou a mochila de Mark para o dono. — Me siga!

Depois daquilo, voltou para o corredor. No final do mesmo, esticou os pés e alcançou algo em cima do armário 601. O som era metálico, mas Mark não quis fazer mais perguntas para não parecer irritante.

Seguiu, silenciosamente, Jisung pelo corredor. Assistiu, ainda no silêncio, Jisung abrir a porta do Auditório com a suposta chave que pegara do armário.

Com um certo charme, jogou o cabelo que caia sobre o rosto para o lado, com um ato feito pela cabeça, e sorriu docemente para Mark, enquanto girava a chave. Assim que a porta se abriu, puxou Mark pela camisa para aquele ninho de escuridão e fechou a porta, trancando-a a seguir.

Com uma certa rapidez, ligou uma parte das luzes e sorriu para Mark, que estava jogado no chão.

— O que é isso, Lee? — ria — Morreu, foi?

— Estou ótimo! — comentou Mark, se levantando e sentando-se em uma das inúmeras cadeiras acolchoadas do local.

Jisung sentou-se ao seu lado, e colocou uma música para tocar em seu telefone celular. Escutaram-a por um tempo, até Mark decidir elogiá-la.

— Eu odeio essa música — disse Jisung, após.

— Ué — disse Mark — Por quê?

— Porque ela retrata demais a minha vida. Acho que o compositor olhou para a minha vida e pensou: "Óia, mais um merda. Vou escrever uma música sobre esse perdedor e faturar pra caramba!". — balançava os pés, que estavam apoiados na cadeira da frente. Se algum funcionário visse, provavelmente iria castigá-lo.

— Por que acha isso? Você não é um merda, Jisung.

— Sua opinião não vai mudar a minha. — disse, com indiferença — Olha só! Ninguém gosta de mim!

— Mas, Jisung...

— Deixa para lá, Mark. Você nunca será capaz de entender.

E ficaram em silêncio por questões de minutos. Até que Jisung tirou um papel da mochila e entregou-a para Mark, que percebeu se tratar de uma carta. Mas o destinatário não era "Mark Lee", e sim "Zhong Chen Le".

— Pode me ajudar, Mark? — o mais novo olhara-o de uma maneira gentil.

— Para... Chenle? Por quê? — estava confuso.

Jisung suspirou e esticou mais as pernas.

— Ele é maravilhoso. Desde o modo como peida na sala, até quando sai da escola dando dedo para todos, porque acha que um meteoro fumegante vai cair na escola enquanto dorme e não precisará mais voltar para cá, então se despede daquele jeito dele. — Mark notou uma tira de sorriso se formar nos lábios de Jisung.

— Você o... Ama? — engoliu em seco.

— Amor é uma palavra forte, Mark. — disse Jisung — E poderosa. Não se pode falar em vão.

— Tudo bem. Quer que eu entregue à ele?

— Obviamente, ué — Jisung espreguiçou-se.

— Okay, então. Vou dizer que você mandou. — guardou-a em sua mochila.

— Pelo amor de Deus, não! — Jisung implorou — Ele não pode saber que fui eu. Ou irá jogá-la no lixo. — a sua expressão mudou, e Mark percebeu que Jisung ficaria machucado se aquilo acontecesse.

— Okay, Jisung. Não irei contar para Chenle. Não se preocupe com isso. — se levantou, pois o sinal havia tocado — Você vem agora?

— Vou ficar um pouco. Pode sair, trancarei a porta assim que o fizer. Até amanhã. Ah, e obrigado!

— De nada — Mark sorriu tristemente, depois destrancou a porta e saiu, se juntando à cambada de alunos que estavam saindo da escola.

Não encontrou o amigos e tampouco Chen Le, e talvez fosse melhor assim.

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora