Dom Bosco no Inferno

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Durante a noite de domingo, 3 de maio de 1869, festa do Patrocínio de São José, Dom Bosco retornou a narração do que tinha visto nos seus sonhos.  - Devo – principiou – contar-vos outro sonho, que se pode considerar conseqüência dos que vos narrei na 5ª e na 6ª feira à noite, os quais me deixaram tão cansado, que dificilmente me podia manter em pé. Chamai-lhes sonhos ou dai-lhes outro nome...; chamai-lhes como quiserdes.  - Por que não falas?  Voltei-me para o lugar de onde procedia a voz e vi junto ao meu leito um personagem distinto. Tendo compreendido o motivo da censura, perguntei-lhe:  - E que deverei dizer a nossos jovens?  - O que viste e te foi dito nos últimos sonhos, e também o que desejavas conhecer, e que te será revelado na próxima noite.  E desapareceu.  No dia seguinte inteiro, estive pensando na péssima noite que haveria de passar; e chegada a hora, não me decidia a ir dormir. Fiquei lendo, sentado à mesa, até meia noite. Enchia-me de terror a idéia de ter que presenciar ainda outros espetáculos terríveis. Fiz, afinal, violência sobre mim mesmo e fui deitar-me. Para não dormir tão rapidamente, com temor de que a imaginação me levasse aos costumeiros sonhos, apoiei o travesseiro na parede, de modo a ficar quase sentado no leito. Mas, como estava moído de cansaço, sem que me desse conta o sono logo se apoderou de mim. E eis que de repente vejo no quarto, junto a minha cama, o homem da noite anterior, o qual me diz:  - Levanta-te e vem comigo!  - Rogo-te, por caridade – lhe respondi – deixa-me tranqüilo, pois estou cansado demais. Há vários dias sou atormentado pela dor de dentes. Deixa-me descansar. Tive sonhos espantosos; estou extenuado.  Dizia isso também porque a aparição desse homem é sempre sinal de grande agitação, cansaço e terror.  - Levanta-te, que não há tempo a perder! – me respondeu.  Então levantei-me e segui-o. No caminho, perguntei: 

O Inferno segundo Dom Bosco Onde histórias criam vida. Descubra agora