Fiquei olhando para ela pelo vidrinho da UTI. Tão pequena. Tão murchinha. Uma ameixa seca. A mais amada ameixa do mundo. Minha avó. Cabeça raspada. Entubada. E um diagnóstico funesto. Eu não tinha mais lágrimas. Queria ter ainda um pouco da fé que ela mesma me ensinara, mas a vida fora tão madrasta comigo que falar de Deus nem me passava pela mente.
Uma noite em claro esperando o pior.
Sozinha.
Os minutos demoraram horas a passar.
Com os primeiros raios de sol, minha madrinha chegou. Ela me abraçou e choramos juntas. Que poderíamos fazer? Minha avó era meu tudo, meu alicerce, meu motivo de acordar disposta e ir trabalhar.
Eu pagava caro por toda aquela parafernália sem reclamar. E agora, apesar de todos os melhores equipamentos, os melhores médicos, os melhores tudo, ela estava nas mãos de Deus. E eu também.
***
VOCÊ ESTÁ LENDO
Por Onde Andei
Teen FictionNo quarto volume da série Nando, pela primeira vez, temos a visão simultânea dos dois protagonistas: Bruna e Carlos Eduardo. Ela, atriz desde menina, não está acostumada a confiar nas pessoas. Resolve os seus problemas a sua maneira, nem sempre acer...