O Paraíso acha que sou louco

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Verde. Verde. Verde. Verde.

Os olhos dela eram verdes. Olhos lindos, tão lindos. Grandes, enormes. Eu amei seus olhos no momento em que os vi. Eram tão expressivos. Lindos.... Ela era meu pedaço do céu! Eu queria ela para mim. Toda. Minha.

Ela olhou para mim por pouco tempo. Por segundos. Por que ela parou de olhar para mim? Queria prender seus olhos na direção do meu rosto. Precisava gravar na mente os detalhes de cada traço delicado de suas feições.

Ela parou de gritar e se abaixou no chão. O pedaço do Paraíso ficou de joelhos. Os olhos lindos e verdes, muito verdes, começaram a derramar lágrimas.

Ela chorou. Chorou. Paraísos conseguem chorar? Eu não queria que ela chorasse. Eu queria ela. Queria o pedaço do céu para mim. Ela tinha que sorrir! Precisava fazer ela parar de chorar!

— Não precisa chorar. — Murmurei apesar de ainda estar com medo dela me bater de novo. Continuei abraçando as próprias pernas, a olhando. Ela devolveu o olhar. — Você é linda.

Linda. Linda. Linda.

Queria repetir a mesma palavra mil vezes seguidas. Se o pequeno pedaço do paraíso soubesse como era linda, não choraria. Se ela soubesse que era perfeita, não ficaria triste. Se ela fosse minha, eu a faria sorrir.

Os verdes de seus olhos estavam voltados para mim. Os lábios grossos, muito grossos, infinitamente grandes, estavam espremidos. O cabelo ruivo, tão ruivo, era lindo. Alguns fios eram dourados, loiros. Parecia que alguém tinha espremido morangos em cima de sua cabeleira, formando aquele tom.

Ela continuou chorando. O pedaço do céu não parou de derramar lágrimas. Mas ela ficou de pé. A primeira mulher do mundo se ergueu do chão e andou. Andou na minha direção!

Linda. Ela era linda e parou a minha frente. Eu estava encolhido no chão e ela estava erguida, linda. Tão linda. Mesmo com ela em pé, percebi o quanto era pequena. Eu poderia envolver todo seu corpo com meus braços. Eu queria fazer isso. Precisava.

Ela ia bater em mim se eu tentasse abraçá-la?

— Quem é você? — Ela estava brava. Brava comigo. Mas sua voz era linda. Linda como seu rosto. Linda como os misteriosos seios. — Por que eu estou aqui?

Arregalei os olhos quando ela gritou a última frase. Apertei os braços contra minhas pernas e me arrastei no chão. Parei quando a parede entrou em contato com minhas costas.

— Quem é você? — Ela repetiu a pergunta. Eu queria que ela falasse mais. Precisava ouvir melhor a sua voz.

Olhei para suas mãos. Mãos pequenas. Tão menores do que as minhas. Eu poderia esmagar seus dedos. Poderia fazer com as mãos dela se unissem as minhas e sumissem debaixo das minhas palmas.

— Stiles. — Respondi baixo. Bem baixinho. — Stiles Stilinski.

Eu sabia meu nome. Sabia meu sobrenome.

Alex nunca me contou! Eu descobri sozinho. Já sabia como ele devia me chamar. Sabia como o mundo devia me conhecer. Mas não existia ninguém no mundo. Só eu e Alex.

Porém, isso foi antes do pequeno pedaço do céu chegar. Ela era uma mulher! E era real. Não era um sonho. Não era uma alucinação. Ela existia. Se ela surgiu no meu quarto, ela era minha. Tinha que ser! Eu queria ela para mim.

Não ia deixar Alex bater nela. Nunca. Nunca ia deixar. Ela era minha. Ela era linda. Ela era mulher! Uma mulher de verdade, com seios de verdade. Eu queria levantar o vestido que ela usava. Queria ver seu corpo. Precisava ver.

O Pequeno pedaço do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora