Capítulo único

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Era uma vez uma floresta incrivelmente linda, cheia de magia e felicidade. Os moradores daquele lugar eram amáveis, amigos e sempre tinham motivos para sorrir. Este lugar era chamado de floresta do sol amarelo. Esse nome foi dado por causa da alegria de cada manhã em que o sol nascia belo e gigante no horizonte. Nesta floresta vivia uma corujinha muito especial, ela havia sido encontrada perdida quando bebê pelos moradores daquele lugar, desde então, aquele era o seu lar. Corujinha gostava de brincar com seus amiguinhos, conversar e voar sob as árvores, mas sempre era advertida a não sair da área da floresta.

— Lá fora é perigoso – diziam os mais velhos. Mas quanto mais corujinha ouvia isso, mais ela desejava saber porque não podia sair dali, voar mais alto e mais longe. Ela estava muito curiosa.

Certo dia, Corujinha decidiu ir embora da floresta do sol amarelo. Essa decisão não foi fácil, ela amava aquele lugar, mas desejava descobrir o mundo, mesmo que todos dissessem que era perigoso. Ela desejava ver com os próprios olhos.

E enquanto voava para longe com sua pequena bagagem atrelada a suas costas, perguntava-se se sentiria saudades... Um flash passou em sua mente e ela lembrou-se dos seus vizinhos pardais, do senhor urso que vivia reclamando de sono, mas que era tão gentil, da dona borboleta sempre estava disposta a conversar e dar conselhos. Certa vez ela lhe dissera:

– Corujinha, onde estiver o seu coração, aí estará o seu tesouro!

E ela estava certa, refletia corujinha ao olhar para o riacho que estava iluminado pela aurora da manhã.

Ali não era seu lugar, ela queria voar um novo céu, queria ver e conhecer novos animais, desejava descobrir a imensidão da selva. Então, decidiu seguir seu coração em busca do seu tesouro, que seria sua grande felicidade. Deixando para traz todos os seus amigos.

Corujinha apressou o voo, pois partira sem despedir-se. A brisa estava suave, fechou os olhos por alguns segundos e sentiu suas penas balançarem suavemente, ela abriu os olhos e sorriu, o que a fez lembrar de momentos felizes vividos ali. Mas isso passou, pensava agora consigo mesma avistando uma bela floresta mais a frente. Decidiu pousar.

— Bom dia! – ela cumprimentou com uma expressão feliz a um grupo de coelhas que estavam conversando, no entanto, elas apenas a olharam e deram as costas.

Corujinha não desanimou, então continuou voando e pôde avistar uma coruja saindo de dentro de uma pequena casinha, na base de uma grande árvore.

— Bom dia! – a cumprimentou. A velha coruja lhe olhou por um breve momento, e respondeu sem muita animação.

Corujinha caminhou e caminhou, mas ninguém lhe deu atenção. No final do dia, estava com fome e cansada. Ela encostou-se numa árvore e lá ficou esperando o anoitecer. Estava triste, pensou que se estivesse em casa, teria alimento e um lugar quentinho para dormir.

Seus olhos estavam pesados, quase se fechando quando ouviu um barulho perto de onde estava. Ela ficou totalmente parada, nem respirava! Ouviu os passos se aproximando e quando planejava voar, apareceu uma raposa a deixando totalmente assustada.

— Calma, coruja... – disse a raposa a observando e coçando o focinho. — não vou te machucar. Venha comigo e te darei alimento.

Corujinha se sentiu aliviada, que bom que aquela raposa queria ajudá-la. Ela seguiu sem pensar duas vezes, foram entrando mais para dentro da mata, estava tudo muito escuro. Corujinha começou a sentir no seu coração que deveria voltar, e resolveu fazer isso, começou a dar passos bem leves para trás para a raposa não perceber. Então começou a correr o mais rápido que podia, ainda não podia voar, pois tinha muitas árvores.

— Onde você pensa que vai? – perguntou a raposa, quando a alcançou facilmente.

— eu–eu .... – Corujinha gaguejou com medo. Raposa pulou para cima dela. Corujinha lembrou da floresta do sol amarelo, lá era tão seguro. Agora estava em perigo. Com toda a sua força, ela voou o mais alto que pôde, mesmo com muitas árvores no caminho... pelo o menos a raposa não podia voar, e em muitos dias, finalmente corujinha deu o seu primeiro sorriso.

Ela procurou um lugar bem alto para passar o restante da noite e ao amanhecer tomou uma decisão, iria voltar para casa. Voou para onde não deveria ter saído, ela esperava que seus amigos a recebessem de volta. Ao chegar à floresta do sol amarelo, viu que todos estavam tristes. Ela parou, sorriu e gritou o mais alto que sua vozinha cansada pôde:

— Meus amigos! – todos a olharam sem acreditar, seus olhos brilharam de emoção.

— Corujinha! – todos correram para abraçá-la.

Foi então, que Corujinha percebeu que seu coração não poderia estar em outro lugar, a não ser próximo de seus amigos. E prometeu para si que iria amá-los mais a cada dia e dar valor para o que tinha ali.

Moral: Devemos amar e ser gratos pelo cuidado de quem nos ama, permitindo que nosso tesouro seja essas pessoas.


Fim


Escrevi essa fábula para um trabalho na universidade, estava guardada há alguns meses e agora decidi compartilhar com vocês. <3 Beijos.


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⏰ Última atualização: Aug 31, 2017 ⏰

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