Capítulo -28 As conclusões de um negro escravo

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 Eu  dormia e acordava e dormia e acordava, ainda  me encontrava mole , mas  num era de fraqueza  não , era porque eu estava  sem muita coisa para futucar, eu estava esperando  pai Tonho  aparecer , e então  dormia, ainda bem que fome eu num tinha , o caldo preparado por ele era forte ,  eu me sentia cada vez mais disposto, m só num queria era sair muito , por causa de que eu  num sabia ainda o que esperar da vida lá  na fazenda  tudo era muito novo e tudo estava diferente , eu  então me dava o luxo de  sonhar e pensar que Pai  Tonho era um escravo danado , era  também um sobrevivente , com aquela idade e tudo que já passou nesta vida, diz ele que teve mais de duzentos filhos , tudo espalhado neste mundo de  meu Deus, será? eu num careço de acreditar tanto, mais se ele  diz , é pra   confiar , ele  trabalhou muito então .

Meu tempo foi ficando curto por que eu  dormia muito e pensava muito  até que  pai Tonho viesse  me ver ,me lembrei   de quando  eu vim  no navio abarrotado de negros , meus irmãos de  de dor, ficávamos  nos porões, tudo sujo  fétido , e eu lá , sem minha   terra ,  sem saber  aonde ia e porque , me revoltei em silêncio ,  e chorei calado mas  aqui estou eu em fé, rezando  para  num sair mais daqui , por causa do amor , o amor que me salvou, que me trouxe de volta para a vida e que há de  me trazer de volta para a minha sinhazinha, mesmo que seja só para amar ela de longe.

  o dia  estava indo  mais uma vez e eu só podia era dormir e esperar e pensar e sonhar , eu estava pronto para tudo., eu era tudo , e tinha  um pouco de liberdade nesta cabana .,  embora eu tivesse agoniado  por que  a vida pulsava  por entre minhas veias   , e eu  sabia que num era para ter tanta esperança, mas eu tinha , por que o amor me salvou, eu podia ser morto que agora eu sabia que  o amor que eu vivi e levo comigo é a minha carta de alforria.

O Dedo de Deus (Obra não revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora