Era de noite quando chegamos no barco e logo depois ele partiu. Fui para o meu quarto, entrei e tranquei a porta. Sentei na cama, tirei minha blusa rosa e joguei na cama. Abri a gaveta da mesa ali perto e tirei uma agulha pequena e deixo na cama. Embaixo da cama eu guardei uma garrafa de vodka pura, que seria útil agora. No meu braço tinha um ferimento de faca, da fase passada. Meu alvo era uma mulher solteira. Oliviana Destan. Achei que não iria ter muitos problemas e baixei a guarda, ela me atacou com uma faca de cortar carne. Por causa disso não consegui mata-la a tempo de passar.
Jogo um pouco da vodka no meu ferimento, e sinto uma dor insuportável, queimando todo meu braço, mas a maior dor é toda centrada no ferimento. Pego a agulha com a linha presa já, e vou perfurando minha pele, envolta do corte. A dor nem é tanta depois do álcool. Furei várias vezes e passei a agulha várias vezes. Meu irmão que me ensinou a costurar os próprios machucados. Sempre tentei ser como o Alison, sempre tentei ser útil para o Alison. E agora eu sou, entrei nesse teste justamente pra dar uma vaga a mais pra ele, mas dúvido que vá precisar, passou da primeira fase sem nenhum tipo de problema pelo visto. A única pessoa que acho que pode dar algum tipo de problema para ele, é o Rafael, o vencedor da fase passada. Talvez a Irani também seja uma pessoa difícil.
Quando me dei conta, já tinha terminado de costurar. Então bebi um pouco da vodka e minha pulseira apitou. Quando olhei, fiquei surpresa de ver que a Fase 4 já ia começar, e as regras estavam ali na pulseira:
"A Fase 4 vai começar. Ela se chama Os Alvos do Tarô. É basicamente o seguinte, você precisa encontrar o dono da carta que é o par da sua. Sua carta é a 'Número 8, Justiça' e seu par é a carta 'Numero 12, Pendurado'. Assim que você conseguir seu par e posicionar seu desenho no verso do seu par. Você terá passado na Fase. E o dono da outra carta irá perder. Os métodos para conseguir o par, é você quem decide, apenas não mate quem não for seu par, caso faça, será desclassificado. Os 2 primeiros que conseguirem seu par, vence. A Fase 4 começou."
Visto minha blusa rosa e coloco uma blusa de frio preta por cima e saio do quarto. Olho para os lados para ver se vejo alguém no corredor mas estou sozinha. Finalmente eles decidiram usar essas cartas. Agora preciso encontrar o dono da carta número 12... Até sei quem pode me dar essa informação. - Penso. Vou andando pelo corredor.
Seu nome é Theo. Desde que todos ganhamos as cartas, eu vejo ele tentando espiar as cartas dos outros participantes. A maioria tentou espiar de primeiro momento, mas deixaram de lado. Só que ele até a fase passada ainda estava tentando espiar. Ele deve saber algumas cartas de alguns participantes. Enquanto ando, outra pessoa vêm andando no sentido contrário em que eu vou. É o Trevor. Ele usa roupas bonitas e sempre está arrumado, diferente do Rodrigo que usa ternos. O Trevor não precisa deles pra mostrar que tem dinheiro. Ele me encara enquanto encaro ele. Ele é um dos participantes que mais parece confiante. Se ele for meu par, deve me atacar pelas costas, mas não vai me matar porque precisa ter certeza que sou a dona da carta que ele procura. Fora que naquela direção também tem os quartos de mais 3 participantes além de mim. Gabriela, Igor e Guido. - Penso enquanto continuo andando pelo corredor. Trevor passa reto por mim. Presto atenção nos passos, que só vão se distanciando.
Chego na asa esquerda do barco. É uma área aberta, com postes de luz iluminando todo o local. Bancos com mesas para lanches ao ar livre. E Theo sentado no último banco na ponta da asa, olhando para a única porta que leva até aquela área. Ele sorri pra mim. Pelo que notei, Theo é o tipo de pessoa insegura, se ele sorriu deve estar aliviado por ser eh e não outra pessoa. Se for isso mesmo, ele sabe qual é a minha ou quem é o dono do par dele. - Penso. Estou andando na direção dele, - Eu sei que você sabe de algumas cartas, percebi que gosta de ficar espiando as pessoas. - Digo. Theo ta sentado, todo encolhido no banco e diz - O que eu vou ganhar em troca?. - Eu chego na frente dele e o encaro por alguns segundos. - Me diga todas as cartas e seus donos, que você sabe. - Digo, querendo uma resposta. Mas a única coisa que ganho é uma cara de desentendido. - Eu falei que quero algo em troca!. - Puxo uma faca de trás da cintura, piso meu pé sobre o peito dele, empurrando contra o banco e encaixo a faca no seu pescoço.
- Responda à pergunta. - Falo calmamente. - Eu não sei nenhuma carta!. - Responde assustado e soando. Faço força contra seu peito, - Você sabe. Me responda antes que essa faca abra seu pescoço. - Theo sorri mesmo estando assustado. - Você não vai me matar. É contra as regras!. - E da risada - Você não quer ser eliminada não é? docinho... - E volta com a risada histérica. - Essa faca tem um veneno mortal que mata lentamente, até o efeito atacar seu organismo, essa fase já vai ter acabado. Eu vou passar, seja nessa ou na próxima fase, e sua morte vai ter sido em vão. - Tento assustar o rapaz magro para acelerar a resposta.
Theo para de sorrir e o rosto de assustado volta. - Basta um arranhãozinho e - Ele me interrompe dizendo - Calma! Eu sei as cartas da Gabriela, do Guido, do Ulisses, do Rodrigo e, a sua!. - Diga todas as numerações na mesma ordem em que falou os nomes, e não diga a minha carta. - Ordeno. - 11, 13, 12 e 7!. - Grita alto e desesperado. Tiro o pé do seu peito, deixando ele respirar melhor. - Obrigada. - Vou andando em direção a saída da Asa. Olho para minha mão e vejo a carta com numeração 3, Imperatriz, a carta que roubei do Theo.Ando por um corredor vazio, só que dessa vez á procura do Ulisses, o dono da carta 12. Ele deve ser o mais velho dos 20 participantes. Calvo e de cabelos grisalhos, parece ser um professor. Enquanto ando percebo que alguém está atrás de mim. Olho rapidamente esperando que a pessoa tente se esconder atrás de alguns dos pilares, mas não, continua ali a garota grande chamada Gabriela. - Paloma, a gente pode conversar?. - Ela me pergunta, com um tom de urgência. - Não tenho tempo. - Respondo. - É um plano que vai beneficiar nós duas. - Ela diz, tentando negociar. Ela não me parece uma ameaça. Já sei que o Ulisses é meu alvo, e nunca vi ela interagindo com ele, impossível que sejam parceiros. - Penso. Aceno com a cabeça mostrando que quero ouvir o que ela têm a dizer.
Entramos em uma sala vazia daquele corredor. - Escuta. Eu ouvi sua conversa com o Theo. E em uma daquelas cartas que ele falou, estava meu par. - Me diz quase sussurrando. O par dela é o Rodrigo, com a carta 7... Indo pela lógica de que o Guido e seus amigos não vão participar dessa fase, por ser parecida com a anterior, só resta eu, Ulisses e Rodrigo. Saber disso pode ser importante. - Penso. - Eu tava pensando em um plano pra tentar enganar meu alvo e cheguei a conclusão de que trocando de cartas, seria possível. - Ela termina. Eu coloco a mão segurando o queixo. - Ta certo isso, nas regras eles não falaram que não podia trocar as cartas. - Gabriela estende a mão segurando a carta dela. - Tome. Pegue a minha e me entregue a sua. Quando pegarmos os nossos pares, voltamos aqui e nós duas passamos. - Ela finalmente chegou no ponto que queria. Entrego minha carta e pego a dela.
Estou sentada em uma poltrona de um cinema que tem no barco. Segui o Ulisses até esse lugar, ele não deve ter me percebido já que deixou eu chegar até aqui, no ponto de que se eu entrar no banheiro, posso mata-lo com as calças abaixadas. Mas não vou fazer isso. Ficar sentada aqui me lembra de que nunca assisti um filme no cinema, só nesse momento fui perceber que esse lugar era novo pra mim. A porta do banheiro é aberta e Ulisses sai lá de dentro, enquanto fecha o zíper. Quando me nota, fica parado. - Você deve ser meu par. - Ele diz, querendo ganhar tempo. - Sou. Me dê sua carta. - Digo, tentando evitar algo desnecessario. Ulisses ta me olhando todo sério até que da risada e rapidamente puxa uma pistola de dentro da jaqueta e atira contra mim. Pulo pra trás da poltrona e corro pelas estreitas passagem entre uma e outra das fileiras. Ouço sua risada e seus paços se aproximando. - Sua garota burra! Se você me seguiu até aqui, deveria ter me matado quando eu estava no banheiro! Era isso que eu faria com você sua vagabunda!. - Suas palavras não são nada comparadas com cada tiro que sai da sua arma. Ele sobe em uma poltrona pra tentar me encontrar mas não me vê obviamente. A única coisa que ele vê é uma carta caída no chão, que deixei de propósito. Ele morde a isca e pega a carta que a Gabriela me deu. Queria ver seu rosto sem entender o quê aquela carta fazia comigo, mas estou chegando nas suas costas e puxo minha faca e no próximo segundo ela já esta no pescoço dele e, no próximo, sangue suja todas as poltronas da frente. Largo seu corpo e deixo bater a cara na quina da poltrona da frente, aquele corpo já não tem mais vida, e se tem, não vai ser por muito tempo. Passo a mão em todos os bolsos de dentro e fora das suas roupas e encontro a carta dele no bolso da calça. Ela ta suja de sangue. Coloco a mão no bolso e tiro a minha carta número 8 e encaixo a frente dela no verso da carta número 12. Até parece que eu ia deixar minha carta com a Gabriela, sabendo que ia perder tempo se pegasse meu par e tivesse que ir até ela... No fim das contas, a carta do Theo serviu pra algo. - Penso, e momentos depois minha pulseira apita, com uma cor verde.
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O Teste Para a Terra Nova [Concluído]
FantasyEm 2020 a ONU declarou que iria fazer uma viagem para a Terra Nova. Mas o que é a Terra Nova?. Um continente no leste extremo do mapa que conhecemos, sempre esteve lá, mas foi mantido em segredo por causa que ninguém podia viajar pra lá. Terra Nova...