CAPÍTULO 25: Novos caminhos...

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      O dia seguinte foi difícil pra mim, eu estava de ressaca. Fiquei na cama um pouco mais, esperando que a dor ficasse mais suportável. Meu celular começou a tocar e no terceiro toque eu atendi.

— Alô
— Vítor? Que voz horrível.
— An, Robert?
— Que bom que você se lembra da minha voz! — Eu ouvi a risada dele e era o som mais doce que eu poderia ouvir de manhã.
— Eu nunca esqueceria uma voz como a sua. — Eu sorri.
— Cara estou com uma dor horrível.
— Você também? Não acho que seja pior que a minha, você quase não bebeu ontem.
— Você não prestou muita atenção em mim então.
— Por que me ligou?
— Eu só precisava ouvir a sua voz, eu queria ter certeza de que oque aconteceu ontem foi real.

      Eu fiquei vermelho e quase deixei o celular cair da minha mão.

— Bobo.
— E saber se você ainda quer sair comigo hoje!
— Claro que eu quero.
—:Tudo bem, eu vou deixar você em paz agora, mais tarde eu te ligo.
— Tudo bem.

      Ele desligou o celular. Eu fiquei bobo em cima da minha cama sorrindo igual um idiota, Robert era tão lindo, um dos rostos mais belos que eu já vi. Mas o que me deixou encantado foi a forma doce e delicada que ele me trata. Eu cai na cama e sorri.
      Senti uma pontada na minha cabeça que me deixou desanimado.

— Droga de ressaca.

°°°

— Eu espero que você não tenha bebido ontem Vítor.

— Pega leve mãe, eu já tenho dezenove anos.

— Mas ainda mora na minha casa! — Eu revirei os olhos.

— Então eu vou embora.

— Não venha com ameaça garoto! — Nós rimos. — O que vai fazer o dia todo?

— Não sei, vou caçar algo pra fazer.

      Eu não tinha a menor ideia do que fazer o dia todo, sem escola, sem emprego e sem as inumeras tarefas que eu tinha em Nova York. Me sentia um completo inútil.
      Fui para meu quarto, eu o observei, meu quarto passava a imagem de um quarto de adolescente, com decorações e pôsters nas paredes. Mesmo eu tendo apenas dezenove anos eu tinha certeza de que o quarto não me fazia justiça. Eu arranquei as cortinas com um puxão e rasguei os pôsters. Meu quarto foi o único cômodo da casa que não foi pintado.

— Eu vou ter que dar um jeito em você. — Eu fui tomar banho. Achei o que fazer, arrumar meu quarto e deixar a minha cara. Mas eu estava em dúvida de como faria isso.

      Eu fui para a praça, eu queria voltar lá mais uma vez, no lugar que eu passei bons momentos com Marta e Carlos, quando era apenas nos três. Eu ainda não vi Carlos, a única coisa que eu sei é que ele está com Beto, isso é bom, mesmo não confiando 100% em Beto e também não confiando tanto em Carlos, eu sinto que eles foram feitos um para o outro. Como será que eles acabaram juntos? Essa é uma história que eu gostaria de ouvir.

— Vítor! — Eu fui pego de surpresa por uma voz, minha tia Clara.

— Tia Clara. — Exclamei nada contente, ela não gostava de mim, e o sentimento era recípocro. Ela sorriu e me olhou de cima a baixo.

— Como você está diferente.

— Eu não acho que mudei tanto.

— Mudou sim, que bom que te achei.

— No que posso te ajudar? — Eu estava a observando com cuidado.

— Olha, eu não costumo nunca me enganar, mas eu errei feio.

Laços Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora