Aquele Olhar - VONDY

Capítulo 143

Por Christopher

Dentro do carro Jonathan não para de falar na cena que havia presenciado na rodoviária.

– Christopher eu pensei que estava assistindo uma novela cara! Até comentei com Sebastian (O cara que estava dirigindo) que queria comprar uma pipoca porque estava...

– Ah por favor Jonathan, feche a boca! – Disse já irritado, com minha cabeça a mil. Como eu podia ir embora deixando Dulce naquele estado? Tínhamos que nos resolver, nem que fosse para nunca mais ficarmos juntos, mas ela precisava saber o que houve e como me senti. Que não fiz aquilo porque sou um mau caráter e queria traí-la por trair. Eu estava me sentindo traído, ferido, da mesma forma como ela estava se sentindo agora. Claro que isso não justifica a traição, mas caramba! Eu estava mal, estava confuso. Errei. Será que serei condenado por isso para sempre?

– O quê? – Jonathan questiona.

– É isso mesmo! Você acabou de me ver perder a mulher da minha vida e fica rindo disso? Se não fechar essa sua boca eu vou fechá-la e eu te aconselharia a não me desafiar nesse estado.

– Calma cara! Eu te conheço. Respeito você e seu pai... – Ele hesita um pouco e depois diz – Posso te dar um conselho?

– Não! – Respondo.

– Se eu fosse você voltava.

– O quê? – Volto-me pra ele.

– É cara! Sei lá... Você abandonou a gangue, foi preso, saiu, começou a levar a vida numa boa por causa dessa garota. Ela é o melhor que você tem. Ela te fez melhorar. Acho que deveria voltar. Não só por ela, mas por você também. Ela te faz bem, ela te faz ser melhor. Você não deveria desistir. Nem mesmo quando não se tem mais alternativas. Eu só não saio dessa vida porque ainda não encontrei alguém que me faça querer fazer isso, mas...

Fico atônito com as palavras de Jonathan. Ele tem razão. Não posso desistir de Dulce, e de quem somos agora. Não posso jogar tudo para o alto por conta de um mero deslize. Sei que não foi algo tão insignificante assim, mas eu não posso desistir de novo. Dulce nunca desistiu de mim. Muito pelo contrário, ela foi contra muito de seus princípios por seu amor por mim. Está na minha vez de tentar de qualquer forma conseguir a nossa reconciliação.

– Me leva de volta Jonathan! – Digo eufórico.

– O quê? – Ele pergunta.

– Me leva de volta pra rodoviária agora! – Digo ansioso.

– Seu pai não vai... – Ele tenta falar, mas eu o interrompo...

– Estou pouco me importando com o meu pai!

– É, mas cara ele... Você o conhece... – Ele diz nervoso.

– Você acabou de me aconselhar a voltar e agora está dando pra trás?

– Eu não pensei que você fosse me escutar Christopher.

– Mas escutei e muito obrigada, porque é a coisa certa a se fazer.

– Cara... Sei lá, eu... – Ele hesita por alguns segundos e enfim diz – Sebastian, faz o retorno. Christopher vai atrás do que é dele. – Ele sorri para mim.

Não sei o porquê, mas sinto como se Jonathan e eu fôssemos amigos de anos. Ele simplesmente me fez abrir os olhos no momento em que eu mais estava cego. Cego de culpa, cego de medo, cego de vergonha.

– Obrigada Jonathan. – Digo grato por suas palavras.

– Que isso cara! – Ele aperta minha mão, enquanto Sebastian encontra o retorno e começa a fazer a volta – Só quero ser convidado para o casamento.

"Casamento... Casamento... Casamento..." Essa palavra martela na minha mente assim que Jonathan a solta de sua boca. CASAMENTO! É exatamente isso que irei propor a Dulce. É a forma de mostrar a ela que ela é e sempre vai ser a única mulher da minha vida.

– Jonathan! Você acabou de me dar uma ideia.

– Ai não... Sempre quando alguém vem assim...

– Vou pedir Dulce em casamento! – Digo eufórico.

– Oi? – Ele pergunta e parece perplexo – Pedir aquela ruiva furiosa em casamento? Você só pode estar brincando.

– O que tem a minha ruiva furiosa?

– Nada contra Christopher, mas agora ela não quer nem olhar na sua cara, que dirá casar com você.

– Já tenho um plano. E vou precisa de você, de Fabrício e... De Sebastian também! Ela vai aceitar! É minha única alternativa.

– Não cara! Tua vida, teus problemas.

– Não era assim quando você trabalhava pra mim.

– Christopher, agora não trabalhamos mais juntos.

– Odeio jogar na cara, mas você sabe que me dev...

– Tá bom! Não precisa terminar, ok? Mas o que é? O que você quer fazer?

– Presta bem atenção em tudo o que vou falar hein! – Então começo a contar a ele o que tenho em mente.