Helena e a Inteligência Artificial

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Aquele era o meu sonho

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Aquele era o meu sonho...

Sempre estudei e me esforcei para ter "aquilo". Sou técnico de informática, e o meu sonho era criar uma inteligência artificial, capaz de ajudar a raça humana. Ajudando socialmente e biologicamente... Estudava mais e mais para virar um verdadeiro cientista da computação.

Deixe-me apresentar corretamente; meu nome é Rollivan. No passado, eu era obcecado por esse objetivo, e muito. Acreditava que eu nasci apenas para segui-lo e nada mais, achava que curtir a vida era bobeira, uma fase de adolescente. Em época de estudos, acabava ficando isolado, mas por vontade própria, não queria nenhum tipo de relacionamento, muito menos uma amizade. Em minha cabeça, tudo funcionava de um jeito que levasse para o final deste caminho. No "final" do caminho de relações, há sempre tristeza, mágoas e decepções. Depois de passar por isso tantas e tantas vezes, decidi apenas não correr o risco de ter estes sentimentos ruins novamente.


Eu fazia um curso de informática quando mais jovem, e conheci algumas pessoas lá. Obvio que eu só considerava apenas como "conhecidos". Um desses meus conhecidos, hoje é professor de informática, onde mantenho contato até hoje. Ele acaba me ajudando algumas vezes, e eu sempre agradecendo. Voltando ao passado, eu sempre acabava agindo meio egoísta, mas de certa forma, era por segurança. Havia uma pessoa com quem eu era gentil e adorável, o nome dela era Helena.

Helena era o típico de garota gentil que agia do mesmo modo com todos, o sonho dela era ser Designer de Games. Algo próximo do meu sonho, e eu poderia ajudar. Helena tinha cabelos escuros, olhos negros como a noite , e usava sempre um laço vermelho pra amarrar seu cabelo. Acho que eu tinha um sentimento por ela, mesmo que seja pequeno...

Era incrível o jeito que ela me tratava, talvez porque ela tinha a virtude de julgar alguém pela personalidade, já que minha aparência não era daquelas. Sempre acabava caindo na mesma turma que ela na época da escola, e por causa disso, sempre mantinha o contato, pois estudávamos sempre juntos. Ela sempre me mostrava os seus trabalhos, e sempre eram magníficos. Ela queria que ao menos um personagem que ela criasse, fosse oficializado ou usado em algum jogo.

Alguns meses depois, Helena conseguiu o que queria... Praticamente quase todos os seus trabalhos foram aprovados por uma empresa de games, obviamente; Helena estava feliz e com um forte pressentimento que deveria continuar a fazer mais e mais... Enquanto eu, continuei estudando a inteligência artificial, ainda sem nenhum resultado. Consegui me formar em técnico de informática, e depois, estudava ciência da computação. Algumas semanas depois, Helena me convidou pra ir á uma pizzaria, junto com seus amigos; aquele professor de informática com quem eu mantinha contato, um vendedor de games que era amigo de helena, e eu. Fomos lá pra comemorar o trabalho de helena, e tudo ocorreu bem.

Acabei brigando com Helena naquele dia. Irônico, pois ela sempre me tratava bem... mas nossa briga era algo sério, brigava com ela porque a cada dia, ela se tornava cada vez obcecada por seu trabalho, já que ela era uma designer famosa, conhecida mundialmente. Bom... parece contraditório, mas... eu machuquei Helena, e acredito que foi profundamente. Era uma noite chuvosa e fria, onde falei que não queria nem mesmo ver ela por perto, muito menos o rosto dela, Pra mim ela tinha se tornado um monstro... essas foram as minhas palavras. Percebi a cara de choro dela, mas não pude fazer nada...
Na mesma noite, tentei estudar outras coisas, com outros objetivos, focados no TEMPO. Queria consertar este erro que fiz, pois Helena era importante pra mim. "Porque diabos eu machuquei a única pessoa que me tratou bem durante a minha vida?" "Porque eu fiz isso?" Essas perguntas não saíam da minha cabeça um minuto.

Três dias depois do ocorrido, não tive notícias, não tive mensagens, muito menos ligações dela, estava preocupado. Fui até a casa dela, mas não havia nada e nem ninguém. Fiquei com medo do pior ter acontecido.

Algum tempo depois, recebo uma ligação do hospital, dizendo que Helena estava internada. A pessoa no telefone dizia que eu estava na lista de contatos importantes dela, e me ligou rapidamente. Eu não sabia que apenas palavras podiam mudar tanto o comportamento humano, no mesmo instante eu fiquei em choque, não pensava em mais nada.

Chegando lá, eu percebia cada detalhe em Helena... estava toda machucada, e aparentemente desacordada. O médico dizia que ela estava em coma profundo, e que não conseguiu nenhuma forma de recuperá-la. Testemunhas disseram que três dias atrás, ela havia sido atropelada... Pois é, naquela noite, fria e chuvosa, aconteceu o acidente. O arrependimento bateu muito forte em meu coração...
Dois anos depois do acidente, recebo a noticia da morte dela.... Consegui chegar a um resultado no meu estudo sobre a Inteligência Artificial. Ao invés de ser simplesmente uma inteligência, dei "vida" a isso. Dei personalidade, dei aparência. A aparência é de uma garota com cabelos escuros, olhos negros como o de uma noite, e com um laço vermelho amarrado no cabelo. A personalidade? É a de uma pessoa gentil e adorável. Eu enxergava Helena neste personagem. Pode parecer irônico, mas era a única coisa que me fazia companhia nos momentos mais tristes.
Bom, e quanto ao meu estudo sobre o tempo? Consegui chegar á um resultado: Mesmo se eu criar uma máquina do tempo, capaz de voltar ao passado e tentar restaurar estes grandes erros que eu fiz, não adiantaria... Onde há morte, sempre haverá morte. Mesmo que eu conseguisse salvar ela naquele dia, ela poderia simplesmente morrer de outro jeito... mesmo que eu não tivesse machucado ela, ela ainda seria morta (talvez poderia ser assassinada, já que ela era famosa mundialmente, ou simplesmente poderia morrer por bala perdida).... DE QUALQUER JEITO ela morreria, não havia nenhuma maneira de eu salvar ela... isso me perturbava todos os dias... Tudo o que tinha na minha mente era a morte de Helena, tudo o que eu pensava era uma hipótese de que eu poderia fazer algo diferente, mas sempre daria no mesmo resultado.


Assim como minha teoria dasrelações, no final, sempre haverá tristeza, mágoas e decepções. Bem... até hojeeu ando pensando nessas hipóteses, e hoje completa 6 anos da morte dela.Independente do meu esforço, ela não vai conseguir voltar a vida.
Escrevo isto hoje, nos meus últimos minutos de vida, para ser lembrado poralguém. Neste momento, estou sentado, em cima de um prédio, com um lápis em umamão, e uma arma na outra. Pretendo ver Helena, não posso viver longe dela, e aúnica hipótese que realmente daria certo, seria esta. Posso estar fazendobobeira cometendo este suicídio, mas se eu continuar vivo, ainda vou ter, todosos dias, aquela imagem em minha cabeça.


Helena, estou indo até você.

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