XX - Armamos um Plano.

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 -Precisamos de mais néctar!

  Thalia falou tão rápido que quase não á acompanhei enquanto ela corria pelo convés indo em direção á porta.

 -Espere! Não podemos arriscar.

  Annabeth fez com que ela parasse e concordasse de forma relutante. Mesmo que tivéssemos levado uma quantidade considerável para a missão (além da reserva extra que meu pai deixou aqui no barco), ainda não havíamos chegado nem na metade do caminho e podíamos ter muitas outras surpresas antes de voltarmos para o acampamento. Sem contar que todos sabiam o risco de consumirmos néctar demais...

Júlio me ajudou á levar Tobias para o sofá, o deitamos tomando cuidado com seus ferimentos.

 -Precisamos ter certeza de que são apenas esses antes de tentarmos movê-lo para um dos quartos.

  Ele concordou e logo em seguida as meninas apareceram, Thalia já havia se recuperado do choque e se ajoelhou para analisa-lo.

 -Não há duvidas de que as harpias foram as responsáveis, mas não faz sentido, demos néctar para ele, foi apenas alguns cortes profundos, mas mesmo assim não seriam o suficiente para que ele ficasse desse jeito, sem contar que a pele morta envolta dos ferimentos...

Annabeth se juntou a ela e com uma faca de cozinha rasgou o resto da camiseta de Tobias.

Prendi a respiração.

  Era ainda pior do que imaginávamos, seus cortes estavam em carne viva e um líquido verde escorria junto com o sangue.

Tainara colocou a mão na boca.

 -Acho que vou vomitar. –Ela ainda estava com os olhos vermelhos e saiu correndo para o banheiro.

 -Meu feitiço apenas atrasou a ação do veneno.

  Júlio estava com a fisionomia destruída, provavelmente não deve ter dormido nem dez minutos e acabou abusando demais com os feitiços.

  Se não fosse por ele ter feito uma barreira no barco, às harpias ainda estariam atacando, sem contar que enquanto isso o garoto ainda mantinha o feitiço de camuflagem para que nenhum deus nos encontrasse, fora que mesmo com esses dois pesos ainda se manteve firme durante a batalha e tentou salvar a vida de Tobias...

É, eu realmente fui uma pessoa horrível ao pensar mesmo por um segundo aquilo dele.

 -Que veneno?

 -A harpia que o sequestrou deveria estar com veneno nas garras.

 -Por isso esse liquido verde esta saindo de seus ferimentos.

  Ele concordou. –Se me lembro bem, o veneno utilizado não é para mata-lo, apenas neutralizá-lo. -Olhei sem entender e ele continuou. –Na guerra isso servia para manter o inimigo sob controle, é tipo um tranquilizante. Não que fosse permitido e nem era muito conhecido, mas mesmo assim sim era uma excelente arma de tortura, já que enquanto a pessoa está sob o efeito desse veneno ela tem dores e alucinações.

  Enquanto falava sua expressão ficou um pouco sombria como se tivesse ido para uma guerra e presenciado cenas piores.

 -Como é que sabe de tudo isso? –Annabeth o encarava desconfiada, ele deu um sorriso fraco.

 -Gosto de história, era minha matéria preferida.

  Ela concordou com a cabeça e ficou de pé. –E você sabe como curá-lo?

 -Na verdade, o efeito passa com o tempo, mas não acho que as harpias teriam atacado o barco apenas para nos neutralizar, porém quando fiz o feitiço de cura não percebi nenhum componente á mais no veneno.

Percy Jackson - Uma Nova Profecia - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora