Capítulo XI: Luís

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Ele pensa que pode fugir?. - Penso, correndo pela floresta. O martelo em minhas costas está me deixando mais lento, mas preciso dele, não posso arriscar ir pra luta sem conhecer o poder do inimigo, seria muito arriscado. - Penso. Vejo luz saindo de trás de umas árvores da minha frente. A cidade deve estar logo ali. Vou andando até lá e chego em uma rua. Só que esse lugar que não é a mesma parte da cidade em que passei pra ir pra floresta ontem de noite, esse lugar é a parte pobre de Sol do Sul. Estou vendo pessoas apenas de calças e chinelos andando, as calças rasgadas e os chinelos desgastados, apenas as mulheres e as crianças usam roupas, e estão sujas e rasgadas. Ando por ali esperando encontrar o Alison, mas vendo o local em que estou.

As casas estão todas rachadas e sem portas, algumas não tem tetos nem janelas e, outras estão caidas no chão, como se não aguentasse mais ficar de pé. Estou no lugar com mais pessoas circulando, o centro dessa área de Sol do Sul. As pessoas não olham pra mim, é como se só pensassem em um coisa, sobreviver a pelo menos esse dia. Essas pessoas... Não são muito diferentes de mim ou de onde eu vim. - Penso, lembrando do Guido falando sobre eu aceitar o dinheiro do Ariel. Eu não queria ter que aceitar esse dinheiro, eu quero merecer o dinheiro que vou levar pra minha mãe e meu pai, mas eu estou sendo egoísta em pensar apenas em como eu vou conseguir o dinheiro? Eu deveria estar pensando em como eles dois vão reagir ao dinheiro que eu levar... Mas só estou pensando em mim e, não em quem deveria. Eu aceito o dinheiro do Ariel. Penso, como se tivesse resolvido todos meus problemas.

Ouço uma voz - Olha só, se não é o cara nobre. -

Olho rapidamente para o lado e vejo a pessoa mais desprezível dos participantes, a Irani. Ela está em cima dos destroços de uma casa. Eu abaixei a guarda, poderia estar morto agora. Penso, preparando o martelo para a luta. - Parece que você vai me dar as honras de atacar primeiro. - Ela diz, sorrindo. Em um momento ela está ali em cima dos destroços, e no outro, está perto de um homem velho que passava por ali. O que ela vai fazer?. - Penso. Irani parece enfiar seu dedo indicador no peito do homem. - Ei! O que você ta fazendo?!. - Pergunto, me segurando pra não ir atacar ela agora. Ela olha sorrindo pra mim, mas não é a única a olhar, o homem também se vira em minha direção, seus olhos estão brancos, sem vida. Esse homem corre em minha direção, quase como se o corpo não acompanhasse as pernas. Ouço a risada da Irani e me desvio do soco que o homem desfere contra mim.
- Mate! Ele já está morto e agora é apenas uma marionete. - Ela diz. O poder dela é controlar pessoas? Desgraçada!. - Penso, desviando daquele pobre homem. Vejo um vulto vindo do meu lado, agora é uma mulher sem cabelo, outra marionete, ela está com uma faca e me ataca. Desvio e me afasto dos dois. Ouço uma risada vindo nas minhas costas e me viro atacando com o martelo, a Irani é mais rápida e pula pra trás, desviando do golpe. Não sei se ataquei esperando que matasse ela ou se só queria afasta-la. Ela me alerta - Tome cuidado grandão, eu não sou sua única inimiga. - Olho pra trás e uma mulher já está perto, ela ataca mas coloco a mão na frente como instinto e sua unha atravessa a palma da minha mão. Sinto mais do que dor, sinto também Ma vindo daquela mulher e reparo que as unhas grandes dessa mulher que já está morta, são parecidas com as da Irani. Ela passou o poder personalizado pra essa mulher? Por isso ela tentou me atacar com a unha e não com a faca que segura na outra mão. Isso faz parte do poder da Irani? Ou será que tem outra pessoa ajudando ela na luta?. - Um homem atrapalha meu raciocínio quando chega perto com uma faca em mãos. Faço a única coisa que posso naquele momento, levanto meu martelo com apenas uma das mãos e bato contra sua barriga. Consigo ouvir suas costelas quebrando e vejo seu corpo rolando pra longe. Isso não está certo, podemos matar quantas pessoas for, que não seremos punidos? Só porque estamos nesse maldito teste?!. Penso, com raiva. Ergo meu martelo sob a mulher em minha frente e desço ele com força o suficiente pra que eu não preciso mais olhar pra ela.

- Hahahahaha isso foi insano grandão!. Mas você fez o certo em acabar com eles. Afinal, nenhuma dessas pessoas vai chegar tão longe. - Irani me provoca. - Eu vou te matar. - Digo para ela. Corro na sua direção preparando o martelo com uma mão, e preparando um soco com a outra. Se errar o golpe com o martelo, irei socar e assim vai adiantar o efeito do meu poder. Um homem ruivo aparece do meu lado tentando meu acompanhar. Bato meu martelo nele mandando o devolta para trás. Olho para a Irani e ela está parada. O que ela planeja fazer?. - Penso, sem diminuir a velocidade. Mas uma pessoa aparece na minha frente, é um garoto pequeno segurando uma faca, sujo e machucado, com calça jeans e descalço. Uma imagem minha de quando tinha aquela idade vêm em minha mente. Pulo por cima dele e quando piso no chão, continuo indo em direção a mulher responsável por tudo isso. Ela vê que estou chegando perto e pisa pra trás, só que tropeça e cai no chão. É a minha chance, eu preciso mata-la sem pensar, pela minha família!. - Penso, parando na frente dela e levantando o meu martelo, impedindo que a luz do sol ilumine ela. Ela está diferente de agora pouco, o olhar de confiança sumiu e agora resta só medo em seus olhos, ela se tornou uma mulher frágil naquele momento. Eu não consigo continuar o ataque. Sinto uma dor em minhas costas, algo passou rapidamente me cortando. Vejo um sorriso no rosto da Irani e depois de piscar, ela está na minha frente, como se fosse me beijar. - Tolo. - Ela diz. Ouço suas palavras sentindo a dor no meu peito, olho para baixo e vejo sua unha no local onde fica meu coração, vejo também um círculo desenhado no braço dela, feito de sangue. A última coisa que sinto é seu Ma dentro de mim.

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Irani fdp. Vote ou comente quem você acha que vai ganhar! :D

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