III - Mistérios e Descobertas

116 22 259
                                    


Um homem alto e forte batia na porta de cada morador do vilarejo de Zenvar, este era Tharik o comandante informando que o Rei estava convocando todos para um comunicado importante na Praça Central. Quando chegou perto da casa da jovem Rebeca, pensou em ver se estava tudo certo, bateu três vezes e não foi atendido. Por um momento pensou em girar a maçaneta para ver se estava aberta, mas preferiu não invadir a privacidade da garota. As luzes estavam apagadas e a janela fechada, então provavelmente que pudesse estar dormindo e não queria ser acordada. Na Praça Central a medida que os moradores aos poucos iam chegando, zumbidos se escutavam das conversas dos grupos que se formavam. As diversas vozes paralelas se misturavam também com o som dos pássaros cantando nas árvores e as ondas batiam nas rochas ao mesmo tempo. Alguns moradores saíram de suas casas sem tomar o café da manhã, outros nem se quer trocaram suas roupas - os homens apenas colocaram uma bata por cima das vestes para se proteger do vento forte que fazia até as folhas das árvores cairem no solo frio, as mulheres vestidas com lenços cobrindo o pescoço e os longos cabelos. Aproximando-se da multidão o comandante pediu educadamente

- Senhores! silêncio por gentileza, o Rei e a Rainha estão a caminho - enquanto não chegam vou dizer umas palavras. A muitos anos vivemos por aqui e nunca tivemos problemas governamentais e territoriais, mas chegou a hora de todos saberem que os tempos mudaram e que uma grande ameaça nos incomoda.

Conversas paralelas de dúvidas e espantos começavam a se formar, e os coxixos do que será que está acontecendo surgiu.

Tharik então em meio ao barulho que se formou continuou - Vocês devem estar se perguntando uns aos outros o que poderá ser tão ruim que os reuni aqui hoje. Logo saberão e iremos nos preparar para enfrentar. Foi por isso que preparei homens e mulheres para protegerem nosso reino.

Todos já estavam ficando sem paciência de esperar quando chegou a carruagem real. O Rei sem perder tempo se aproximou e começou a falar:

- Meus queridos e amados moradores de Zenvar, vosso comandante Tharik já deve ter adiantado que enfrentaremos nos próximos dias o pior de nossas vidas.

Sem muito rodeio o Rei explicou a todos do vilarejo que a floresta era um perigo para a sobrevivência. Não estavam mais seguros ali até que todo o inimigo fosse destruído. E mesmo que acabasse ainda iriam viver outros dias de pesadelo caso algum outro Rei de Oregon se rebelasse contra zenvar em meio ao caos. A água estava se acabando em Arkania e isso era um sinal de que logo toda Oregon pudesse ficar na seca. Seria então chegado o grande momento e todos precisassem lutar, incluindo os mais jovens desde os 18 anos. A partir daquele dia Tharik começaria os treinamentos intensos. Ao terminar seu discurso o Rei olhou para a Rainha apreensivo que ela por sua vez entendeu e olhou por todas as direções a procura da princesa, mas não a localizou. Se virou em direção ao comandante e perguntou:

- Cadê Rebeca não está presente, Tharik?

- Não sei minha Rainha... eu bati a porta dela e não abriu.

- Será que ela está bem? - completou o rei preocupado.

- Irei tentar descobrir o que está acontecendo e lhe comunico majestade - disse o comandante se curvando diante ao Rei e a Rainha.

- Agradeço, pode dispensar a todos e comece os treinos o mais rápido possível.

- Como queira Senhor, vou começar agora mesmo.

Conforme as pessoas iam se afastando o Rei ficava olhando para a Rainha preocupado no que pudesse estar acontecendo com a princesa. Sempre que se reuniam para algum comunicado ela ficava a frente de todos para escutar seus discursos e ficar a vista deles, e naquela manhã nem sinal dela. A Rainha então chamou Murik para voltarem ao castelo que logo o comandante os traria notícias de Rebeca. O comandante era o único de toda Zenvar que sabia que a garota camponesa era a princesa. A manhã naquele dia havia começado agitada e pela primeira vez se via as pessoas realmente preocupadas com o futuro de suas famílias, das plantações e do Reino. Agumas mulheres ficaram em casa fazendo os afazeres domésticos e na cozinha do Reino fazendo as refeições, enquanto os homens e as mulheres dispostas a também participar do campo treinando com o comandante, destes alguns tinham habilidades, outros nunca haviam pegado em uma espada. Tharik teria uma tarefa difícil pela frente, mas sabia que logo teria um exército de grandes soldados. Ele então chamou um de seus melhores combatentes que era um dos de sua confiança, era Julian um jovem ruivo, alto e um arqueiro muito habilidoso, pediu para que ele ficasse no comando dos treinos pois precisava encontrar a jovem camponesa. Em uma segunda tentativa Tharik bateu na porta da garota a espera que ela se abra, mas nada acontece novamente. A preocupação começa a surgir no pensamento do comandante porque todo vilarejo era vigiado por ele é qualquer deslize sobrava justamente para ele, era como se tivesse uma planta de todas as casas e seguisse de longe todos os passos dos moradores de zenvar. Procurou nos campos, no curral, nos pastos e nenhum sinal da garota.

Os Reinos de Oregon - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora