Capítulo 10 - Injusto

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Último capítulo

O falso Gustavo, como pode se dizer, estava incrédulo pela atitude estúpida do rapaz. Ele até gargalhou por ver aquele sangue escorrer da lâmina, levando-o na morte de forma dolorosa e lenta. Admirou aquela visão com desinteresse, ora, ele foi idiota por se ferir.

Porém sua surpresa tomou o rosto por uma lâmina atravessado em sua barriga, logo percebendo seu próprio sangue saia, também, pela boca ao tossir.

— Humanos são tão esperançosos... — Disse com desdém.

Riu-se, mesmo caindo ao solo. Pode observar que as pupilas de Lucas estavam dilatadas, o maxilar cerrado e ódio transparecer no semblante dele. Nada o impedia, nem mesmo a grandes quantidades de robôs o impedia de avançar no humanoide.

Ele sabia que aquele era o efeito da tal pílula que ouviu tanto em suas passagens. Mesmo com tantos estudos, nada previa o que poderia acontecer quando quem o tomasse, recebesse aquela forte emoção.

Sacou duas armas numa rapidez e atirou em todos que tentavam apanha-lo, logo a quantidade se tornava pequenas no que tinha, irritando o "chefão" que se levantava e limpava o sangue com a costa da mão.

— Parabéns, Lucas. Pelo visto não esperava que Gustavo agisse assim, não? — Cuspiu ao seu lado a saliva misturada com a coloração avermelhada, fazendo a careta pela dor física. — Pelo visto não o conhece como acha. — Provocou-o.

Segurou o punho fechado do rapaz e deu outro na barriga, logo o derrubando no chão com a rasteira nas pernas. Lucas não desistiria, ainda mais com aquela adrenalina circulando em seus nervos. Voltou a investir com o revólver, atirando em pontos fracos do humanoide, e surpreendeu, por alguns momentos, ele desviar com facilidade. Não era apenas o Lucas o mais ágil, o outro tinha uma vantagem por nem ser humano.

Ou sim.

Chocou-se pela a bala ter acertado em seu peito, caindo para trás por perder o equilíbrio. A sua frente, pode ver os status diminuindo rapidamente, e a voz dizer:

"Sistema falhando. Vazamento rápido."

— Desgraçado! — Cuspiu a cópia, com uma leve surpresa por estar sendo derrotado tão facilmente.

O sangue sai da boca novamente pelo, antes revólver, ter se transformado na lança, e fincado na sua cabeça. Os olhos brilhantes oscilaram até apagar.

Essa arma dera o nome de Ponto 22.

Os restantes dos robôs cairão sem nenhum funcionamento. O condutor deles havia sido morto, então não teria como se manter em pé como se fosse uma marionete. O silêncio do local fora cortado quando o Lucas, em seu estado emocional continuava a desferir os golpes no que sobrara do humanoide — Os ossos estavam afundando e a pele se tornava mole.

Lucas se sentia a dopamina espelhar pelo corpo ao estar, praticamente, abatendo aquele impostor que fizera todo o mal ao seu amigo. Balbuciava palavras incoerentes e todos os seus membros clamavam por única coisa: Sangue.

Jazia um corpo do vilão, o rapaz levantou-se ofegante com a veste manchado pela cor vermelha, tingindo o uniforme negro. Os lábios tremeram pela atenção tomada pela respiração lenta do Gustavo, atraindo o sentimento culpado por não ter feito nada, não descoberto nada, e não ter aproveitado os momentos juntos.

— Idiota... — Murmurou.

Apertou a mão em punho, sentindo a sua bochecha molhar pelas lagrimas. Ajoelhou-se ao lado dele, e pode capturar o ultimo vestígios dos olhos que achou tão belo, mesmo que perdera aquele brilho da adolescência.

Gustavo parecia querer dizer algo, o amigo apenas levou o indicador sobre os lábios silenciando ao esforço. Lucas deslizou a mão no maxilar dele até inclinar o rosto ficando próximo do seu e franziu o cenho ao sentir o desconforto, não apenas no membro superior, mas no pescoço.

Lucas estava sufocando-o.

O rapaz estava sem forças para se debater. Mal sua mão direita levantou para impedi-lo, até cair no solo e ser entregue no breu da escuridão que lhe cobriu num toque frio.

Lucas soluçava e gritava, estava no estado deplorável pela perda e seu alto-controle estava falhando. Beijou os lábios frios do amigo, a quem, talvez, pois não saberia dizer agora, amou mais que uma amizade. Rasgou a camisa do rapaz, deixando sua pele negra lhe atrair seus olhos famintos, desejando fazendo coisas pecaminosas com o corpo inerte. Samanta e o restante de sua equipe chegaram ao local completamente horrorizado, a bela mulher levou a mão na boca ao ver o homem virar-se e rosnar animalesco.

— Fiquem longe dele! — Lucas gritou, ameaçando quem tentasse se aproximar.

Samanta sabia o que acontecera, e sentiu seu coração pesar pelo destino que os dois traçaram, sendo vítimas. Sem hesitar, ditou a ordem para que impedisse Lucas a prosseguir, e uns dos policiais trouxera o Pliron fazendo-o imobilizar. Ele caiu sobre o corpo do rapaz, mantendo-o protegido como quisera ter feito antes.

(...)

— Não posso deixar de ressaltar que estou chocada... As noticias correm tão veloz que deu um baque a todos. Eu não sei dizer se consegui superar isto, por ter sido a mais dos serviços que já enfrentei — Suspirou. — Eu sinto sua falta.

A policial observou o rosto, praticamente, achatado sobre o vidro, o Lucas. Com seus cabelos crescidos até os ombros, a barba visível, a boca arregalada deixando a baba cair em seus queixos; era uma visão assustadora para os de fora.

A sala onde o outro se encontrava era extremamente iluminada, contendo uma cama de solteiro, uma privada medíocre e uma pequena planta no meio para servir de decoração. O vidro era prova de som, não se quebrava fácil mesmo com os socos brutos vindo de Lucas.

Deprimiu mais ainda ao lembrar-se do médico ter dito que Lucas tão teria melhoras. As substancias tóxicas aloprou na carne e no cérebro, e provavelmente ele sequer reconhece a ninguém, nem a da própria amiga, nem recordaria quem era. Ele agora se tornara louco por matança, um psicopata perigoso para deixa-lo livre.

Já houvera um acidente com um enfermeiro. Foi o momento que o cuidado fora redobrado, pois o homem quase morreu por enforcamentos e marcas no corpo inteiro.

Decidiu sair dali. Já havia visitado o Gustavo, onde seu corpo encontra na grande tubulação contendo um líquido azulado, fazendo parte de uma pesquisa para saber a fundo como aquele ser tenha conseguido alojar no humano roubando sua vitalidade. Ainda respirava, mas nunca mais iria acordar do seu profundo sono. Os cientistas temia que ele tivesse parte do micro no corpo, e consequentemente, fosse voltar como um selvagem.

Ver seu outro amigo sendo submetido a experimentos lhe dava o ar de impotência, nada poderia ser feito. O governo havia dado a liberação para que, aqueles humanos fossem aprisionados por apresentar perigo à sociedade.

Por falar nisto, Samanta revoltava pelo governo proibir todos a comentar sobre ocorrido. Mesmo que a reportagem do Ponto 22 tenha repassado a outros Pontos, aquilo caiu no esquecimento. É como se quisesse permanecer um país da utopia, um país benéfico a toda a população e extremamente perfeita. Não iria cair como fora os antigos anos, e não iram vacilar com esse empecilho.

Daí, Samanta percebeu como eles são egoísta e hipócrita.

Sem escolhas, iria seguir sua vida como sugeriram, continuar no seu cargo — Recebera proposta de subir no departamento da policia, mas recusou sem hesitar. — e esquecer-se daquele estado, até porque não poderia ficar ali que agora se tornou apenas daqueles cientistas, e também do esconderijo do DCC. A população acabou indo se espalhar em outros pontos, a pedido do presidente, e nunca mais pudesse pisar naquele solo.

O que antes era o ponto 22, nada restava apenas às destruições deixadas para trás.

Olhou para trás, precisava respirar fundo e não deixar-se chorar. Ora, havia chorado tanto, e era uma mulher forte, não era de seu feitio ficar se lamentando quando uma coisa nunca vai voltar. Entrou no carro e esperou pela chamada "Qual seu destino?".

— Ponto 21.

Fim

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