Capítulo 144

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Por Dulce María

Eu estava destruída, e o silêncio tomava conta da casa de Anahí naquele momento. Parecia que estávamos de luto. Bom, talvez eu estivesse. O meu relacionamento, o meu amor, foi assassinado por um homem que foi completamente egoísta e que só pensou nele mesmo. Estou de luto pelo nosso amor, que foi morto cruelmente.
Meus olhos estão inchados, vermelhos e doloridos de tanto chorar. Vim chorando todo o percurso da rodoviária até aqui. Ainda não consigo acreditar em tudo o que está acontecendo. Parece que estou sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo e não vejo a hora de despertar e descobrir que tudo não passava de uma fantasia da minha mente. Eu odeio ter pesadelos, quem não? Mas desta vez eu daria tudo para que o que estou vivendo fosse na verdade um sonho maldito do que a realidade.

Não acredito que o perdi, não acredito que ele me deixou. Como ele pode ter sido tão cruel? Como ele não insistiu? Sei que seria difícil, sei que sou difícil. Sei que não posso aceitar uma traição dessas, mas Christopher simplesmente foi embora. Por que ele fez isso? Por que me abandonou? Por que nos deixou?
A cada pensamento e a cada pergunta não respondida, uma lágrima desce sobre minhas maçãs, que estão tão vermelhas que chegam a queimar, será possível morrer de chorar, pois estou chorando tanto que sinto que alguma hora irei explodir. Virar simplesmente um lago formado de lágrimas de dor.

– Duuuuuuuuuul! Por favor!!!! Para de chorar, você está me deixando preocupada em te ver assim. – Diz Annie.

– É Dul, vamos lá! Reage! Você já foi melhor do que isso. – Maite completa.

Eu simplesmente encaro as duas e não digo nada. Não há o que falar. O que vou dizer? "Oh, quão trouxa eu fui!" ou "Meninas, eu sou uma idiota!" De tudo isso elas já sabem. O papel que eu fiz na rodoviária, nossa! Sinto raiva e pena de mim.

– Dulce!!! Vamos lá... Reage ami... – Anahí diz, mas de repente para de falar e põe a mão na barriga – Ai!

– O que foi Annie? – Maite pergunta e eu acompanho com o olhar.

– Minha barriga! Estou sentindo pontadas! Aaaai! – Ela diz se apoiando e vejo que ela começa a mudar de cor. Começa a ficar pálida e com os lábios brancos.

– Meu Deus Annie! – Finalmente digo alguma coisa. – Precisamos chamar um médico.

– Não! Vamos leva-la logo! – Maite diz e já me levanto para acompanha-la.

Assim que entramos no carro de Maite, Anahí desmaia, o que me deixa mais preocupada ainda, e acho que a qualquer momento eu também irei desmaiar de nervoso.

– Maite anda!!! Anahí apagou! Precisa correr!

– Estou preocupada com o bebê!

– Que bebê? – Maite pergunta.

– O que ela está tentando esconder e se negando a acreditar.

– Entendi. Ah bem a cara de Anahí fazer isso mesmo. – Ela sorri

Conforme o percurso, Maite dirige bem rápido a uma velocidade aceitável, mas aos poucos vai diminuindo e logo para – Dulce... Pegamos um trânsito. – Ela diz apreensiva

Abano Anahí com uma folha de papel que achei pelo carro e tento reagi-la soprando sua testa. Sua pressão deve ter caído, mas deve voltar logo (eu espero), e então é quando percebo que através do seu jeans Anahí está sangrando.

– MEUS DEUS MAI! ANAHÍ ESTÁ SANGRANDO! – Digo com meu coração acelerado.

– QUE? – Maite me olha através do retrovisor com seus olhos cheios de lágrimas. – O QUE VAMOS FAZER? ESTAMOS PRESAS NO TRÂNSITO.

Seria este o pior dia da minha vida?

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora