Epílogo

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Ariel está parado no meio da rua que está vazia. Ele tem em seus braços o corpo daquele que foi seu amigo, o Guido. Ariel olha para o rosto dele e sente uma dor imensa por estar segurando o corpo de um amigo que uma vez ele já pensou em matar. Esse amigo se sacrificou por ele. Ariel agora entendeu como ele fez aquilo, na verdade sempre soube, mas tinha medo de pensar que aquele menino tão ingênuo e contra assassinato, fosse sacrificar a própria vida para ter poder para matar a responsável pela dor dele.

Algumas horas depois. Na floresta, Ariel terminou a cova dos seus dois amigos e colocou os corpos lá. Sentou-se, ignorando qualquer tipo de ameaça que pudesse vir até ele. Ele não chorava, mas sentia a perda deles.
- De nós três, vocês mereciam mais do que eu. - Ele disse. Ariel não sabia se estava falando apenas do teste, ou de tudo. De repente algo toma conta do lugar. Uma grande sensação de insegurança e vunerabilidade. Naquele momento Ariel percebeu que ter abaixado a guarda poderia acabar com sua vida. Ele se levantou olhando ao redor e se perguntando quem poderia estar trazendo aquela sensação.
- Meus parabéns. - Uma voz velha chama a atenção do Ariel. Ele vê o Martin perto das covas com gravetos formando uma cruz. Ariel se perguntou como ele chegou ali sem ao menos o garoto perceber. - Parabéns?. - Ele pergunta ao velho. Martin olha para o Ariel e explica, - Você é o único participante que resta nessa cidade, portanto você venceu o teste. -. Ariel sempre esperou ouvir isso, mas não comemorou quando finalmente ouviu.

Martin levou o Ariel até o navio pássaro. Disse que de lá, já iam direto para a Terra Nova.
Ariel ficou um tempo sozinho para comer, tomar banho e descansar. Era diferente sem o Guido, Luís e o Igor.
Martin bate na porta e pede para o Ariel segui-lo. No corredor Martin diz - O que você espera encontrar naquele lugar?. - Pergunta, olhando para o garoto. - Eu quero que essa viagem tenha valido a pena tudo que aconteceu nesse teste. - Responde ao velho. - Hohoho. Você passou por tudo isso para que aguentasse a Terra Nova. - Martin diz. Ariel olha para ele e entende o que o velho queria dizer. - Eu não quero juntar um monte de turistas de todo o mundo pra ir para aquele lugar. Eu quero soldados que saibam sobreviver em um lugar como aquele. - A voz do velho mudou para um tom mais sério. - Entendo, então você não pretende voltar tão cedo né?. - Ariel pergunta. - Nós humanos conquistamos muita coisa nesse mundo, e pretendemos conquistar muito mais pelo universo. Mas antes de ir conquistar lá fora, precisamos pegar aquela terra para nós. Naquele lugar nós podemos evoluir quase que 100 anos pra frente, existem plantas capazes de curar doenças incuráveis pra nós daqui. Você entende porque precisamos ir pra lá não é, garoto?. - Martin pergunta olhando para o Ariel. Ariel quando foi chamado pra ir para o teste, decidiu que ganhando ou perdendo, sua vida iria mudar, ele não tinha nenhuma objeção sobre o que o velho dizia, ele sabia que se voltassem da Terra Nova, poderiam trazer com eles algum dos perigos ditos no Livro. - Eu entendo. - Ele diz, olhando pra frente.

Eles chegam na asa do navio. Algumas pessoas estão lá, Ariel supõe que sejam os vencedores dos outros testes. Martin e Ariel param quando chegam na ponta da asa. Olham para o mar infinito. - Me responda uma pergunta. As pedras Ma... Foram trazidas da Terra Nova?. - Ariel pergunta. Martin abre um pequeno sorriso. Várias lembranças daquele lugar voltam a sua mente. - Eu as trouxe de lá. - Ele diz, nostálgico. Se fosse qualquer outra pessoa, iria ficar surpresa em saber que o Martin tinha ido pra lá, mas Ariel já tinha ligado os pontos, Ariel sentia uma presença diferente vindo dele, até o Ma era diferente, o corpo estranho e jovem ao mesmo tempo, tudo era obra da Terra Nova. Martin se afasta e vai indo embora. Ariel está olhando pra ele. - Se prepare jovem Ariel. Algumas criaturas usam Ma, naquele lugar. Bom... Nos vemos quando chegarmos lá, daqui 5 meses. - Martin diz, como uma breve despedida e vai embora. Ariel deixa de olhar para as costas do velho e volta a ver o azul do mar.
Ele sabia que não era mais o mesmo, não conseguia mais sentir a empolgação de ir explorar um lugar novo, mas se sentia no dever de ir pra lá, era como se tivesse feito uma promessa com os mortos.

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Acabou ;-;
Espero que tenham gostado, deixem o votinho ai e comentem o que acharam ;P

O Teste Para a Terra Nova [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora