Alarme Falso

114 10 0
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

P.O.V. Regina

Abri os olhos e reconheci que estava em casa. Mas não em minha nova casa, e sim na casa da qual eu fugi. Estava deitada na minha cama perfeitamente arrumada com os lençóis macios e elegantes. Levantei correndo, não acreditando que todo meu esforço tinha sido em vão. Abri a porta do quarto devagar, com medo do que eu encontraria. Andando pelo corredor eu escutava minha própria voz pedindo ajuda vindo da cozinha. Com passos largos, porém silenciosos cheguei na divisa da sala com o cômodo que eu buscava e pude ver a minha própria imagem lutando com uma pessoa que não conseguia identificar, era apenas um borrão. Eu fazia força para que a faca, que estava em seu porte, não me atingisse, mas a pessoa com a qual eu lutava era muito mais forte.

Acordei assustada no meio da madrugada com um barulho vindo da cozinha. Por um momento agradeci pelo som ter me livrado de um pesadelo horrível que estava tendo, mas logo alcancei um tronco de madeira que deixei propositalmente atrás da porta do quarto para minha segurança. Sai do quarto quase sem respirar, desci as escadas em silêncio e quando cheguei á cozinha com a minha arma em punho, vi um gato cinza de olhos alaranjados que estava em cima da pia. Assim que ele notou a minha presença, marchou correndo para fora da casa, saindo pela mesma janela que entrou e que eu provavelmente não tinha fechado direito antes de dormir. Meus músculos relaxaram e eu pude respirar com calma. Tinha sido um susto e tanto, mas nada se compara com tudo que passei na última semana. Bem, gato expulso, janela fechada, tronco devidamente devolvido atrás da porta, voltei pra cama e me entreguei ao sono.

O primeiro raio de Sol que surgiu pela manhã foi o que me despertou. Acordei lentamente, me acostumando com a claridade que invadia o quarto pelas janelas ainda sem cortinas da minha nova casa. Meu cansaço e urgência por uma cama na noite anterior era tanta que não me importei por quanto tempo aquele colchão acumulou ácaros ou outros fungos. Pra quem dormiu na areia da praia um dia antes, aquele quarto parecia ser o de um hotel de luxo. Assim que coloquei meus pés no assoalho de madeira, senti a poeira acumulada me lembrando que aquela casa precisava de uma faxina o mais rápido possível, e eu de um banho decente. Agradeci mentalmente a Gepeto e ao Cara por poder finalmente me banhar com uma água quente, e minha pele parecia sorrir com aquele encontro que não acontecia ha uns dois dias. Logo eu já estava pronta para o meu segundo dia de trabalho, e caminhando pela estrada de terra que me levava até a cidade.

Ainda não tinha um relógio, então não sei quanto tempo levei para chegar até a civilização. Pude notar uma senhora regar as plantas da varanda de uma casa, um grupo de adolescentes indo para o colégio, um garotinho girar a placa do Gold Store, anunciando que eles estavam abertos e Granny que tinha acabado de abrir o restaurante, no qual entrei rapidamente a cumprimentando. Meu segundo dia de trabalho não foi tão tranquilo quanto o primeiro. Os ônibus que faziam parada na cidade estavam mais cheios e consequentemente o número de pedidos aumentou. Durante a mina pausa de almoço lembrei da faxina que minha casa necessitava e da geladeira que estava vazia. Olhei para o lado e percebi que o Gold Store ainda estava aberto e era minha melhor opção para compras no momento.

sou•nósOnde histórias criam vida. Descubra agora