48 • Ressaca

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Virei-me e vi uma colega de trabalho da minha mãe a olhar-me de alto a baixo.

Eu - Olááá! Dona Cristina, eu não estou bêbada, só bebi um bocadinho!!

Nesse momento senti uma tontura enorme e deixei-me cair nos braços da senhora, que me amparou imediatamente.

Cristina - Sinceramente, Bianca! Não estás em condições de andar por aí assim! Anda, vens comigo para casa.

Gabriel - Não, espere, ela fica comigo...

Cristina - Tu deixaste-a beber até ela ficar neste estado e agora queres ficar com ela?! Nem penses, vai é para casa.

Senti uns braços a envolverem-me e a levarem-me para dentro de um carro. Encostei a cabeça à janela e adormeci imediatamente.

No dia seguinte, já passava da hora de almoço quando acordei. Mal abri os olhos, uma enorme dor de cabeça apoderou-se de mim, fazendo-me gemer agarrada à almofada.

Alguns minutos depois, arranjei coragem para sair da cama e ir tomar um comprimido que me foi deixado na mesa de cabeceira.

Quando cheguei à cozinha, sentei-me num banco, pousei a cabeça na mesa e suspirei. Apesar de ter bebido imenso, lembro-me de tudo o que aconteceu nesta noite, incluindo as coisas vergonhosas que disse ao Gabriel e que espero que ele esqueça rapidamente.

No fim de ter comido e ter lavado a louça, peguei nas chaves que estavam penduradas perto da porta e saí à rua. Tenho de ir falar com a Cristina. Não só para agradecer-lhe a ajuda, mas também para lhe pedir para não contar nada disto à minha mãe. Não sei se vou a tempo, mas espero que sim, até porque já tenho 12 chamadas não atendidas da minha mãe.

Quando entrei na loja, a Cristina fez-me um sorriso e veio logo ter comigo, dizendo:

- Olá Bianca! Estás bem?

Eu - Sim, obrigada pelo comprimido.

Cristina - De nada, querida. Ah, já me esquecia, a tua mãe vem buscar-te daqui a uma hora.

Eu - Contou-lhe...?

Cristina - Claro que sim. Mas não lhe disse que estavas podre de bêbada! (riu-se e apertou-me a bochecha)

Ufa, já estou salva de mais um ralhete.

Eu - Muito obrigada, dona Cristina! Agora tenho de ir.

Mal meti um pé fora da loja, liguei à minha mãe e admirei-me por a conversa ter sido tão curta. Ela deve estar ocupada.

Guardei o telemóvel na mala e olhei em volta. Ainda há algo que tenho de fazer enquanto estou aqui. Tenho de falar com o Gabriel. Enquanto estivemos a passear, ontem, lembro-me de ele ter mencionado a localização da casa de um amigo, casa essa onde ele provavelmente passou a noite. Agora só me resta procurar e rezar para que seja aí que ele esteja.

Alguns minutos depois, consegui encontrar a casa. É pequena e velha, mas está bem situada. Toquei à campainha várias vezes e, quando percebi que ninguém ia abrir, decidi ir espreitar as traseiras. Parei a meio do caminho quando ouvi a voz do Gabriel vinda do outro lado da esquina.

Gabriel - Eu estava mesmo quase puto, mas depois apareceu uma mulher que a conhecia e levou-a para casa dela!

- Eish, que mau. Não te preocupes, para a próxima ela não te escapa.

Será que eles estão a falar de mim??

☆ ☆ ☆

Olá!

Estavam à espera que fosse outra pessoa a encontrar a Bianca?

Borboleta Lutadora (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora