Prólogo

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Lauren

Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. 12 de Janeiro de 2017, 10:45 a.m

Eu estava dando graças aos todos os deuses possíveis por ter feito o meu check-in pela internet dois dias antes da minha viagem. Cheguei junto com a minha família uma hora mais cedo do que o previsto, não queria que ocorresse nenhum problema com a minha viagem.

Depois de entregar as minhas malas e ficar apenas com a minha mochila, passaporte e passagem, voltei para onde minha família estava me esperando.

Sorri um pouco nervosa e logo minha mãe se levantou junto com os meus irmãos. Taylor já iria completar 12 anos e eu infelizmente não iria poder estar ao seu lado, assim como não estaria no aniversário do meu irmão mais novo, Chris, que completaria 8 anos daqui há três meses, no mesmo mês em que eu completaria 19.

Meu irmão logo agarrou a minha cintura e andamos dessa forma até uma lanchonete mais próxima, no segundo andar. Minha irmã e mãe continuaram caladas, a primeira eu sabia que se ela falasse choraria, já minha mãe... bem, eu não sabia o porquê de não estar jogando indiretas para mim ou criticando a minha decisão.

Comemos em silêncio mas vez ou outra sentia minha mãe me olhar, mas logo minha atenção iria toda para o garoto elétrico que estava sentado ao meu lado todo sujo de ketchup.

Não demorou muito e logo o meu vôo foi chamado, suspirei já me levantando e carregando meu irmão que rapidamente apertou meu pescoço suspirando algumas vezes. Éramos muito grudado, desde quando ele nasceu eu cuidava dele, parecia até que eu era sua mãe. Caminhamos mais uma vez em silêncio até a área de embarque e eu já sentia um nó se formar em minha garganta.

Eu não estava viajando para passar férias ou uma temporada. Los Angeles seria minha casa de agora em diante e doía saber que eu não iria poder escutar as brigas e gritos dos meus irmãos. Me importava mais com eles do que com qualquer outra pessoa.

Deixei meu irmão no chão e observei uma pequena fila se formar no detector de metal, virei para me despedir dos três e me surpreendi com um longo e forte abraço que recebi deles, inclusive minha mãe. Minha irmã já chorava junto com o meu irmão, olhar pra eles e tentar acalmá-los era difícil já que eu tentava me acalmar também.

Abracei-os mais uma vez e suspirei enquanto escutava diversos "eu te amo" e "sentiremos muito a sua falta, Lolo" deles. Beijei a testa dos dois e pedi para que ajudassem a nossa mãe e continuarem ótimos na escola. Virei-me para ela que tinha um sorriso fraco no rosto e seus olhos marejados, me aproximei hesitante e ela logo me abraçou, pedindo desculpas por tudo o que havia dito e feito pra mim e que eu continuasse sendo responsável lá. Assenti ainda calada e me afastei sorrindo antes de dar um beijo em sua testa.

- Eu te amo mãe, tenha paciência com eles por favor, ainda mais agora que eu não vou estar mais aqui pra cuidá-los - Ela assentiu e olhou rapidamente para os dois que continuavam chorando abraçados.

- Eu vou ser filha, eu sei que eles vão continuar assim por bastante tempo já que sempre foram muito apegados à você, então darei esse tempo para se acostumarem - Suspirei assentindo antes de abraçar ela novamente. - Cuidado Lauren, ligue sempre, mande mensagem, mas não deixe de manter contato, ok? - Ela puxou de leve meu cabelo e eu sorri.

- Pode deixar mãe, irei sempre ligar ou mandar mensagens para vocês, não se preocupe! - Ela beijou minha bochecha e disse um "eu te amo" que fez eu corresponder voltando a abraçá-la.

Voltei a abraçar e beijar os rostos dos meus pequenos dizendo diversas vezes o quanto eu amava-os. Consegui fazê-los rirem e aquilo me alegrou bastante.

Respirei fundo antes de andar até a fila quase inexistente do detector de metal e entreguei o meu passaporte junto com a passagem para um comissário. Me virei novamente para a minha família que acenava e sorria mesmo chorando. Tentei ignorar as lágrimas que caíram e sorri largo acenando de volta para eles.

Logo o homem me devolveu as minhas coisas e deixei os meus pertences dentro da cesta para que eu pudesse passar pelo detector. Por mais que eu não usasse e tivesse total consciência sobre o que devo levar na minha mochila, ainda continuo um pouco apreensiva.

Eu já estava sentada no meu assento, na janela, peguei meu celular e fones na minha mochila, chequei e mandei algumas mensagens para meus amigos que estavam me desejando uma boa viagem. Sorri com algumas mensagens bobas deles e logo coloquei o aparelho em modo avião e plugando os fones e começando a escutar Sleeping At Last para me acalmar.

Eu apenas queria me livrar de todas as coisas ruins que eu havia passado nos últimos anos, queria manter as memórias boas e seguir em frente, sem arrependimentos ou frustrações.

Só queria que a minha vida mudasse para melhor.

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Camila

Los Angeles International Airport. 12 de Janeiro, 9:35 p.m

- Camila, pode nos dizer se você está realmente namorando com o Machine?

- Vocês realmente se beijaram no set quando estavam gravando Bad Things?

- I Have Questions foi para ele então?

Eu escutava diversos paparazzis gritarem enquanto sentia diversos flashes em meu rosto. Mesmo com uma grande quantidade de seguranças me cercando, ainda conseguia sentir os flashes incomodarem os meus olhos.

Roger se aproximou ficando ao meu lado e logo sussurrar em meu ouvido:

- Só ignore eles Camila, você sabe que não é verdade - Assenti continuando a sorrir e acenar para alguns paparazzi.

Entrei rapidamente na van e minha mãe logo sentou-se ao meu lado sorrindo, mas eu sabia que ela estava exausta.

Amanhã teria que estar no estúdio cedo e dessa vez minha mãe ficaria com Sofi já que estava com muitas saudades dela.

Deitei minha cabeça em seu ombro e ela tocou de leve em meu nariz, observei pela janela alguns carros, pessoas, casais. Todos andando alegremente, eu nunca tinha paz, mas não reclamava, gostava do que fazia e eu sabia que se eu conseguisse realizar o meu sonho, eu não teria mais privacidade.

Senti minhas bochechas arderem um pouco, meus pais me disseram para passar diversas vezes o protetor solar quando estávamos de férias em Cancún, mas eu sempre me esquecia.

Eu nunca iria deixar de ser desligada em algumas coisas.

Suspirei fechando os olhos e logo aquela pessoa apareceu em minha mente, quem eu queria tanto esquecer, quem eu queria me livrar da dor que aparecia sempre que me lembrava dela.

Eu só esperava que esse ano fosse diferente, que eu conseguisse seguir em frente e deixar o passado realmente onde tinha que estar e, ser feliz como eu deveria ter sido desde o começo.

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Espero que tenham gostado e até a próxima.

Até!

Love Behind LensOnde histórias criam vida. Descubra agora